MAMÂE E PAPAI, não deixem de ler!
PERSONAGENS IMAGINÁRIO
DRA. SIMONE MAGALDI
PERSONAGENS IMAGINÁRIO
DRA. SIMONE MAGALDI
PEDAGOGA, Filósofa e Psicoterapeuta. Especialista em Psicologia Junguiana pela UNAERP. Mestre e doutora em Ciências da Religião (PUCSP e UMESP). Professora de pós-graduação da FACIS, fundadora do Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa (IJEP). Autora do livro Ordem e Caos.
Resumo da entrevista
NANCI GIL - Nós vamos falar sobre os personagens imaginários, Papai Noel, Fada do Dente, Coelhinho da Páscoa. Eles são importantes para as crianças? Até que ponto realmente eles são importantes, eles ajudam a construir a psique da criança?
SIMONE MAGALDI – A gente tem que separar muitas coisas desses personagens. Existem aqueles que são criados nos contos de fadas que também são conteúdos da psique inconsciente coletiva.
NG – A gente já traz de criança todos esses personagens?
SM - Sim, lá do inconsciente coletivo.
NG – Como se fosse DNA?
SM - Retratados nos mitos, nos contos de fadas.
NG – São contados de geração para geração, permeando o inconsciente?
SM - Exatamente. Que são fantásticos, que alimentam, retroalimentam (retornam a informação), trazem sempre alguma coisa de moral e isso é muito importante. É bom que os pais contem, alimentem por muito tempo. E que de alguma maneira, até quando a gente é adulto, eu acho muito importante. Até hoje eu fico pensando como é bom a gente lembrar do Papai Noel, por exemplo, e acreditar que em algum momento alguém vai querer ser um Papai Noel para alguma criança pobre, alguém vai viver esse arquétipo (forma imaterial à qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar). E vai se fazer passar por Papai Noel para uma criança pobre, eu aho isso muito importante.
NG – E faz um bem para o adulto, não é?
SM - Sim, mais do que para a criança. Então uma criança viver essa experiência de acreditar em Papai Noel e depois ser um adulto Papai Noel para outra criança é muito importante, replicar o arquétipo.
NG – Reafirma aquela imagem que a gente tinha de criança?
SM - Exatamente.
NG – Então essas pessoas que no Natal presenteiam várias crianças, fazem campanhas fortalecem o arquétipo dentro dele que ele conheceu quando criança?
SM - Exatamente, o arquétipo da fraternidade, isso é mais importante.
NG – Dos valores?
SM - Dos valores da fraternidade. Dar um presente para seu filho, que não precisa ser aquele muito caro que ele pediu, mas dar alguma coisa mostrando o valor do Natal, lembrando que tem uma data simbólica.
NG – Não o presente em si, mas o que está em volta daquele presente, a importância do dia?
SM - Exatamente, o simbólico que está no em torno, isso é muito importante. Fazer com que aquilo tenha um significado da fraternidade para quando ele for adulto ele poder replicar não só para o filho dele, mas se possível para um em torno maior, para a fraternidade.
NG – Entendi. É como uma semente que a mãe e o pai coloca no coração da criança da fraternidade, de dividir, de ajudar.
SM - Exatamente. O coelhinho da Páscoa ele representa não só o renascimento, mas também a fertilidade, coisa típica que tem a ver com a mãe, com a maternidade, é outra coisa que está lá no inconsciente coletivo. Talvez por isso que mulher gosta tanto de chocolate está tão associado com aquela ideia.
NG – Ah! eu sabia que você ia achar uma desculpa, a culpa é do coelhinho da Páscoa?
SM - Com certeza, tem a ver com toda aquela questão da fertilidade. Ovos têm a ver com essa questão. Por isso que as mulheres gostam da tradição de pintar os ovos, coelhos, todos eles estão associados com a maternidade, com a fertilidade.
NG – As brincadeiras que as mães fazem, por exemplo, o coelhinho da Páscoa, que imitar os pezinhos, por a cenoura escondida, é importante ter argumentos de que realmente existem?
SM - Sim, e a relação, qualquer brincadeira que uma mãe ou o pai possa fazer com o filho é sempre extremamente positiva. Essa integração, brincar com o filho, interagir com o filho vai ser sempre extremamente positivo, isso é sempre muito positivo. Você sai ganhando. Coloque ovinhos pequenininhos, então ele consegue achar vários ovinhos do que um só grandão, porque a brincadeira fica muito mais excitante, muito mais divertida.
NG – O comércio não estraga um pouco essa imaginação, a propaganda? Vai no supermercado e tem quilos e quilos de chocolate?
SM - Com certeza.
NG – Tem que fazer alguma coisa especial?
SM - Mas você pode fazer o chocolate ou o ovo em casa também. Aliás, junto com a criança fica muito mais divertido: “Vamos fazer juntos, depois a gente vai embrulhar, vai dar para o coelhinho que ele vai esconder”. Você pode criar, inventar, fazer uma série de coisas.
NG – E essa experiência para a criança é muito positiva?
SM - É fantástica. Mas temos outro quesito: os amigos imaginários que a criança cria por uma necessidade a ser investigada. Cada caso é um caso.
NG – Quer dizer que a gente passaria para outro setor, não são esses personagens?
SM - São os personagens mitológicos e de contos de fadas.
NG – A criança cria um amiguinho para ele?
SM - Por necessidade pessoal a ser investigada. Por que ela precisa de um amigo imaginário?
NG – Não são todas as crianças que têm esses amigos imaginários, não é tão comum?
SM - Não são todas que têm, não é tão comum. Algumas têm por necessidade psicológica, são crianças às vezes inseguras, carentes, que não têm amigos reais, têm uma dificuldade de socialização. São crianças introvertidas, tímidas, inseguras ou que sofrem abusos. Então é preciso investigar porque ela tem um amigo imaginário.
NG – Eu já ouvi ele é muito criativo, ela é muito criativa, tem algo a ver?
SM - Uma criança que sofre abuso em casa e não tem com quem falar, ela vai precisar de um amigo imaginário. Porque se você não tem a segurança da família para se relacionar, você vai ter quem, senão alguém imaginário?
NG - Nunca pensei por esse lado. Então é uma saída, um mecanismo de defesa?
SM - Sim, isso é muito sério. Se um professor desconfiar que ele tem um amigo imaginário, ele deveria investigar, porque pode ser um caso desse.
NG - Eu já ouvi , são várias pessoas, opiniões, as pessoas escrevem no site : não é preciso dar conta porque daqui a pouco esse amigo imaginário desaparece naturalmente, quando a criança crescer.
SM - Às vezes acontece para criança muito tímida, que tem dificuldade de relacionamento, ainda é muito insegura, vai levar um tempo de socialização e ela cria seus amiguinhos imaginários, natural por timidez. Esse é um caso. Mas existem os casos mais sérios que precisam ser investigados.
Resumo da entrevista
NANCI GIL - Nós vamos falar sobre os personagens imaginários, Papai Noel, Fada do Dente, Coelhinho da Páscoa. Eles são importantes para as crianças? Até que ponto realmente eles são importantes, eles ajudam a construir a psique da criança?
SIMONE MAGALDI – A gente tem que separar muitas coisas desses personagens. Existem aqueles que são criados nos contos de fadas que também são conteúdos da psique inconsciente coletiva.
NG – A gente já traz de criança todos esses personagens?
SM - Sim, lá do inconsciente coletivo.
NG – Como se fosse DNA?
SM - Retratados nos mitos, nos contos de fadas.
NG – São contados de geração para geração, permeando o inconsciente?
SM - Exatamente. Que são fantásticos, que alimentam, retroalimentam (retornam a informação), trazem sempre alguma coisa de moral e isso é muito importante. É bom que os pais contem, alimentem por muito tempo. E que de alguma maneira, até quando a gente é adulto, eu acho muito importante. Até hoje eu fico pensando como é bom a gente lembrar do Papai Noel, por exemplo, e acreditar que em algum momento alguém vai querer ser um Papai Noel para alguma criança pobre, alguém vai viver esse arquétipo (forma imaterial à qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar). E vai se fazer passar por Papai Noel para uma criança pobre, eu aho isso muito importante.
NG – E faz um bem para o adulto, não é?
SM - Sim, mais do que para a criança. Então uma criança viver essa experiência de acreditar em Papai Noel e depois ser um adulto Papai Noel para outra criança é muito importante, replicar o arquétipo.
NG – Reafirma aquela imagem que a gente tinha de criança?
SM - Exatamente.
NG – Então essas pessoas que no Natal presenteiam várias crianças, fazem campanhas fortalecem o arquétipo dentro dele que ele conheceu quando criança?
SM - Exatamente, o arquétipo da fraternidade, isso é mais importante.
NG – Dos valores?
SM - Dos valores da fraternidade. Dar um presente para seu filho, que não precisa ser aquele muito caro que ele pediu, mas dar alguma coisa mostrando o valor do Natal, lembrando que tem uma data simbólica.
NG – Não o presente em si, mas o que está em volta daquele presente, a importância do dia?
SM - Exatamente, o simbólico que está no em torno, isso é muito importante. Fazer com que aquilo tenha um significado da fraternidade para quando ele for adulto ele poder replicar não só para o filho dele, mas se possível para um em torno maior, para a fraternidade.
NG – Entendi. É como uma semente que a mãe e o pai coloca no coração da criança da fraternidade, de dividir, de ajudar.
SM - Exatamente. O coelhinho da Páscoa ele representa não só o renascimento, mas também a fertilidade, coisa típica que tem a ver com a mãe, com a maternidade, é outra coisa que está lá no inconsciente coletivo. Talvez por isso que mulher gosta tanto de chocolate está tão associado com aquela ideia.
NG – Ah! eu sabia que você ia achar uma desculpa, a culpa é do coelhinho da Páscoa?
SM - Com certeza, tem a ver com toda aquela questão da fertilidade. Ovos têm a ver com essa questão. Por isso que as mulheres gostam da tradição de pintar os ovos, coelhos, todos eles estão associados com a maternidade, com a fertilidade.
NG – As brincadeiras que as mães fazem, por exemplo, o coelhinho da Páscoa, que imitar os pezinhos, por a cenoura escondida, é importante ter argumentos de que realmente existem?
SM - Sim, e a relação, qualquer brincadeira que uma mãe ou o pai possa fazer com o filho é sempre extremamente positiva. Essa integração, brincar com o filho, interagir com o filho vai ser sempre extremamente positivo, isso é sempre muito positivo. Você sai ganhando. Coloque ovinhos pequenininhos, então ele consegue achar vários ovinhos do que um só grandão, porque a brincadeira fica muito mais excitante, muito mais divertida.
NG – O comércio não estraga um pouco essa imaginação, a propaganda? Vai no supermercado e tem quilos e quilos de chocolate?
SM - Com certeza.
NG – Tem que fazer alguma coisa especial?
SM - Mas você pode fazer o chocolate ou o ovo em casa também. Aliás, junto com a criança fica muito mais divertido: “Vamos fazer juntos, depois a gente vai embrulhar, vai dar para o coelhinho que ele vai esconder”. Você pode criar, inventar, fazer uma série de coisas.
NG – E essa experiência para a criança é muito positiva?
SM - É fantástica. Mas temos outro quesito: os amigos imaginários que a criança cria por uma necessidade a ser investigada. Cada caso é um caso.
NG – Quer dizer que a gente passaria para outro setor, não são esses personagens?
SM - São os personagens mitológicos e de contos de fadas.
NG – A criança cria um amiguinho para ele?
SM - Por necessidade pessoal a ser investigada. Por que ela precisa de um amigo imaginário?
NG – Não são todas as crianças que têm esses amigos imaginários, não é tão comum?
SM - Não são todas que têm, não é tão comum. Algumas têm por necessidade psicológica, são crianças às vezes inseguras, carentes, que não têm amigos reais, têm uma dificuldade de socialização. São crianças introvertidas, tímidas, inseguras ou que sofrem abusos. Então é preciso investigar porque ela tem um amigo imaginário.
NG – Eu já ouvi ele é muito criativo, ela é muito criativa, tem algo a ver?
SM - Uma criança que sofre abuso em casa e não tem com quem falar, ela vai precisar de um amigo imaginário. Porque se você não tem a segurança da família para se relacionar, você vai ter quem, senão alguém imaginário?
NG - Nunca pensei por esse lado. Então é uma saída, um mecanismo de defesa?
SM - Sim, isso é muito sério. Se um professor desconfiar que ele tem um amigo imaginário, ele deveria investigar, porque pode ser um caso desse.
NG - Eu já ouvi , são várias pessoas, opiniões, as pessoas escrevem no site : não é preciso dar conta porque daqui a pouco esse amigo imaginário desaparece naturalmente, quando a criança crescer.
SM - Às vezes acontece para criança muito tímida, que tem dificuldade de relacionamento, ainda é muito insegura, vai levar um tempo de socialização e ela cria seus amiguinhos imaginários, natural por timidez. Esse é um caso. Mas existem os casos mais sérios que precisam ser investigados.
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