O jovem e as exigências do século 21
Artigo - Códigos da modernidade
Um ser humano autônomo e solidário – eis o ideal de ser humano deste
milênio. Esse ideal representa e retrata as novas tendências do mundo em todas
as áreas, inclusive no mercado de trabalho. O surgimento de uma cultura
planetária de natureza massiva e caráter pluralista se aproxima. Para
sobreviver nos novos tempos é preciso atender a essas exigências, o que implica
numa nova postura perante si mesmo, o outro e a realidade.
Num
projeto de desenvolvimento pessoal e social, tendo como objetivo geral a
construção da cidadania, é preciso definir que homem/mulher e que sociedade
queremos formar. Dentro da visão do ser humano autônomo e solidário, algumas
atitudes e características devem ser desenvolvidas para que essas qualidades
possam ser atingidas.
Os
Códigos da Modernidade, apresentados a seguir, enumeram as competências que
serão necessárias para que as pessoas possam enfrentar mais adequadamente os
desafios do milênio.
Códigos da modernidade
• Domínio
da leitura e da escrita: Para se viver e trabalhar na sociedade altamente
urbanizada e tecnificada do século21, é necessário um domínio cada vez maior da
leitura e da escrita. As crianças, adolescentes e jovens precisam saber
comunicar-se usando palavras, números e imagens. Saber ler e escrever já não é
um simples problema de alfabetização, é um autêntico problema de sobrevivência.
• Capacidade
de fazer cálculos e de resolver problemas: Na vida diária e no trabalho, é
fundamental saber calcular e resolver problemas. Calcular é fazer contas.
Resolver problemas é tomar decisões fundamentadas, em todos os domínios da
existência humana. Na vida social, é necessário dar solução positiva aos
problemas e às crises. Uma solução é positiva quando produz o bem comum.
• Capacidade
de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações: Na
sociedade moderna, é fundamental a capacidade de descrever, analisar e comparar
fatos e situações. Não é possível participar ativamente da vida da sociedade
global, se não somos capazes de manejar símbolos, signos, dados, códigos e
outras formas de expressão linguística, buscando causas e possíveis
consequências, colocando o fato no curso dos acontecimentos, dentro da
história.
• Capacidade
de compreender e atuar em seu entorno social: Compreender o entorno social
é saber explicar acontecimentos do ambiente onde estamos inseridos. Atuar como
cidadão é ser capaz de buscar respostas, de solucionar problemas, de operar,
alterar e modificar o entorno. Significa ser sujeito da história.
• Receber
criticamente os meios de comunicação: Um receptor crítico dos meios de
comunicação é alguém que não se deixa manipular como pessoa, como consumidor,
como cidadão. Os meios de comunicação produzem e reproduzem novos saberes, éticos
e estilos de vida. Ignorá-los é viver de costas para o espírito do nosso tempo.
• Capacidade
para localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada: Num futuro
bem próximo, será impossível ingressar no mercado de trabalho sem saber
localizar dados, pessoas, experiências e, principalmente, sem saber como usar
essa informação para resolver problemas. Será necessário consultar
rotineiramente – muitas vezes pela internet – bibliotecas, hemerotecas,
videotecas, centros de informação e documentação, museus, publicações
especializadas etc.
• Capacidade
de planejar, trabalhar e decidir em grupo: Saber associar-se, trabalhar e
produzir em equipe são capacidades estratégicas para a produtividade e
fundamentais para a democracia. Essas capacidade se formam cotidianamente
através de um modelo de ensino e aprendizagem autônomo e cooperativo, em que o
professor é um orientador e um motivador para a aprendizagem.
Fonte: Adaptação dos "Códigos da
Modernidade", de José Bernardo Toro (da Fundación Social da Colômbia),
traduzidos por Antonio Carlos Gomes da Costa para a Fundação Maurício Sirotsky
Sobrinho.
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