Distúrbios da leitura, escrita e aritmética
1- Introdução
Poppovic e Myklebust são os principais estudiosos dos distúrbios na leitura, escrita e aritmética apresentados neste trabalho. Eles defendem que a fala, a leitura e a escrita são um conjunto de comunicação que dependem um do outro para seu perfeito funcionamento, havendo então a falha de uma dessas funções, compromete o restante, ocorrendo os distúrbios funcionais da linguagem.
Pelos estudos realizados por estes estudiosos da linguagem, existem três meios de adquirir a linguagem: a auditiva, a visual e a escrita. Tendo como primeiro método para a aquisição da linguagem, o auditivo por ser mais fácil de ser adquirido pelas crianças, ou seja, ouvir-repetir.
Enfim, o distúrbio da linguagem não ocorre por um motivo, mas por vários, desde o auditivo até o esquema corporal desenvolvido pelas crianças. Defendem Poppovic e Myklebust os métodos de aquisição da linguagem. Trabalhando então Moraes mais com os esquemas corporais que auxiliam no desenvolvimento não só da linguagem como da aritmética e podem ser influenciados pelo meio.
2- A fala, a leitura e a escrita
Segundo Poppovic, "a fala, a leitura e a escrita não podem ser consideradas como funções autônomas e isoladas, mas sim como manifestações de um mesmo sistema, que é o sistema funcional de linguagem. A fala, a leitura e a escrita resultam do harmônico desenvolvimento e da integração das várias funções que servem de base ao sistema funcional da linguagem desde o início de sua organização".
O ser humano apresenta basicamente três sistemas verbais: auditivo (palavra falada), visual (palavra lida) e escrito. O primeiro que ele adquiriu foi o auditivo, porque é o mais fácil de aprender. A aprendizagem da fala, porém, requer o que Johnson e Myklebust chamam de linguagem interna: "... o significado da palavra precisa ser adquirido antes que as palavras possam ser usadas como tais. Para que uma palavra tenha significado, ela precisa representar uma determinada unidade de experiência. Os processos de linguagem interna são aqueles que permitem a transformação da experiência em símbolos". Ou seja, a criança deve ouvir a palavra, saber o significado dessa palavra e mesmo que ela não esteja vendo o objeto ou a pessoa que represente essa palavra, será capaz de evocar a sua imagem na memória. Ex.: a mãe solicita à criança que pegue a sua bolsa. Para que ela atenda a essa solicitação, já deverá ter adquirido o significado da palavra "bolsa" através da observação e da experimentação. Já deverá ter ultrapassado a etapa da compreensão desta palavra sem a presença do objeto.
Ao entrar para a escola, é esperado que a criança tivesse vencido as etapas de compreensão e expressão da palavra falada, para que na época de sua alfabetização ela possa estar apta a desenvolver os estágios superiores da linguagem, que são a leitura e a escrita.
3-Pré-requisitos para a aquisição da leitura e da escrita
A prontidão para aprender é considerada por vários autores como um nível suficiente de preparação para iniciar uma aprendizagem, ou uma capacidade especifica para realizar determinada tarefa.
Segundo Poppovic e Moraes, prontidão para alfabetização significa ter um nível suficiente sob determinados aspectos para iniciar o processo da função simbólica e sua transposição gráfica (leitura e escrita).
O preparo de início da leitura e da escrita depende da integração dos processos neurológicos e da evolução das habilidades básicas a seguir:
1. Percepção, pois a partir dos 3 anos a criança assimila conceitos sem ter necessidade de experimentá-las, pois sua percepção é formada pelas percepções aceitas socialmente, o que possibilita uma grande aprendizagem.Aos 5 anos com o aumento do vocabulário, a criança começa a abstrair e, aos 9 ou 10 anos, ela consegui trabalhar com as abstrações do pensamento de acordo com o desenvolvimento de seu sistema nervoso.Vale lembrar que na pré-escola todos os aspectos da percepção devem ser trabalhados (visualmente, auditivo, tátil, olfativo e gustativo).
2. Esquema corporal implica conhecer o próprio corpo (partes, movimentos, posturas e atitudes), sendo indispensável para a formação do eu, pois a criança percebe os outros e os objetos a partir da percepção que ela passa a ter de si. Com isso, o esquema corporal torna-se referência na aprendizagem, pois permite o equilíbrio corporal e ajuda a dominar os impulsos motores. Evitando nas crianças, a presença de problemas como orientação espacial e temporal, equilíbrio, postura, dificuldades de se locomover num espaço ou desobedecer aos limites de uma linha ou folha durante a escrita.
3. Lateralidade é a preferência neurológica por um lado do corpo (a mão, o pé, o olho e o ouvido). Esta é importante para desenvolver diferentes atividades, inclusive a leitura. Quanto a esta habilidade, existem indivíduos destros, canhotos e ambidestros. Podendo apresentar dificuldades de aprendizagem que surgem com mais constância ao tipo de grafia que a criança apresenta, a orientação espacial e a posturas inadequadas ao escrever frequentes naquelas que tem sua lateralidade indefinida e nos canhotos.
4. Orientação espacial temporal é muito importante que seja trabalhadonas crianças desde o início de sua vida escolar, pois a ausência desta noção de posição e orientação espacial no início da alfabetização causará inúmeros problemas na aprendizagem, como:
• Confusão de letras que diferem quanto à orientação espacial (b/d, q/p);
• Dificuldade em respeitar a ordem das letras nas palavras e frases;
• Incapacidade de locomoção dos olhos no sentido esquerdo - direito;
• Não respeita a direção horizontal do traçado na escrita;
• Não respeita os limites da folha;
• Esbarra em objetos e pessoas.
Do mesmo modo, a orientação temporal causará na criança:
• Dificuldade na pronúncia;
• Desconcordância verbal;
• Dificuldade no ditado;
1. Coordenação visomotora é a integração entre os movimentos do corpo (globais e específicos) e a visão.Crianças que não conseguem coordenar o movimento ocular com o das mãos tem dificuldade nas atividades que necessitam da coordenação visomotora olho/mão. Na escrita, a criança não pode perceber por onde deve iniciar o traçado das letras.
2. Ritmo é o elo entre leitura e a escrita, onde a criança que sofre com a falta de habilidade rítmica, pode ter como consequência uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequadas. Na grafia, contribui para que a criança escreva duas ou mais palavra unida adicione letras nas palavras ou omita letras e silabas.
3. Análise e síntese visual e auditiva
É a habilidade que a criança precisa ter de visualizar o todo, dividi-lo em partes e depois juntá-las para voltar ao todo.
Ao ver uma palavra a criança decompõe e depois recompõe unindo suas partes. Na escrita, é preciso que a leitura venha antes, assim à palavra tem que ser ouvida, visualizada e escrita.
1. Na habilidade visual o correto é que acriança a desenvolva suas partindo de objetos conhecidos, discriminar seus detalhes e aos poucos ir apresentando as letras e as palavras. Esse papel é dever da pré-escola, que deve estimular os movimentos oculares da criança em todas as direções possíveis.
2. Nas habilidades auditivas é preciso estimular a memória auditiva que permitirá a retenção e a recordação do que a criança aprendeu, permitindo que ela faça a correspondência entre símbolo gráfico visualizado e o som correspondente.
3. Memória cenestésica, segundo Moraes é a capacidade da criança reter os movimentos motores necessários à realização gráfica. Se, por sua vez, a criança tiver dificuldade de memória, não lembrará espontaneamente, das letras no ditado e na escrita espontânea, copiará com lentidão e fará as letras isoladamente.
4. Linguagem oral é o básico para a alfabetização, para a aprendizagem da leitura e da escrita.A alfabetização só deve ser iniciada depois que a criança é capaz de pronunciar corretamente dos sons da linguagem, isto por volta dos seis anos de idade. O vocabulário é também necessário para que a criança use palavras conhecendo seus significados pra que não apresente problemas na compreensão de textos.
4-Causas dos distúrbios de aprendizagem da leitura e da escrita
Diversas causas são atribuídas aos distúrbios de aprendizagem na área da leitura e da escrita que podem ser de ordem:
• Orgânica - alterações anatômicas e/ou fisiológicas; deficiências motora, sensorial ou intelectual; disfunção cerebral e outras enfermidades de longa duração.
• Psicológica – ansiedade; insegurança; pessimismo e auto-conceito negativo.
• Pedagógica - falta de estimulação dos pré-requisitos necessários à leitura e à escrita; falta de percepção do nível da maturidade da criança; atendimento precário por parte do professor devido à grande quantidade de alunos.
• Sócio-cultural – falta de estímulo na escola e no lar; desnutrição; marginalização das crianças que não aprendem pelo sistema de ensino comum.
• Dislexia
5- O processo de leitura
A leitura é a correspondência entre os sons e os sinais gráficos. Tal processo envolve a identificação dos símbolos impressos através dos órgãos da visão; a relação dos símbolos gráficos com os sons que eles representam e a compreensão e análise crítica do que foi lido. No início da leitura ocorre a decodificação, isto é, o envolvimento da diferenciação visual dos símbolos impressos e a associação entre a palavra escrita e o som. Ressaltamos a leitura emocional em que contam os sentimentos e as emoções com os quais o leitor se envolve. Por isso, a criança se envolve mais facilmente com um livro do que o adulto.
Na escola, o tipo de leitura mais comum é a intelectual, caracterizada pela rigidez da forma de apresentação. Então, para a criança adquirir os símbolos gráficos ela precisa ter uma perfeita integridade sensorial e a capacidade de diferenciar um símbolo do outro, atribuir-lhe significado e retê-lo. Por exemplo: a criança vai diferenciar o símbolo CASA de outros símbolos que ouve e vai associá-lo ao objeto. Dessa forma, torna-se capaz de recordá-lo ao falar com as pessoas. Se a criança não conseguir reter e integrar na sua experiência o que ouve e vê, pode-se esperar que ela manifestasse um distúrbio de leitura.
Precisa-se resgatar a prática da leitura por prazer. A criança aprende a ler lendo e não através de cópias exaustivas de uma palavra ou frase.
6- Distúrbios de leitura
As características que seguem podem estar presentes em crianças com distúrbios de leitura, mas não é necessário que todas elas sejam encontradas em uma única criança.Essa classificação é baseada nos estudos de Johnson e Myklebust.
No quesito memória, a criança apresenta dificuldade auditiva e visual de reter informações, ou seja, podem ter dificuldade de reconhecer os sons e as letras. Esse distúrbio de memória resulta de disfunções no sistema nervoso central.
Em orientação espaço-temporal, a criança não é capaz de reconhecer esquerda e direita. Quanto ao tempo mostram-se incapaz para conhece horas os dias da semana etc.
No esquema corporal, ela apresenta dificuldade para identificar as partes do corpo e não revelam boa organização na postura corporal.
Quanto à motricidade, algumas crianças têm distúrbios de coordenação motora ampla e fina. Elas caem com facilidade, não conseguem andar de bicicleta etc.
O distúrbio topográfico é a dificuldade que algumas crianças têm de compreender legendas de mapas, gráficos,globos e maquetes.
Na soletração, existem crianças que são incapazes de revisualizar auditivamente as letras, ou seja, têm dificuldade de soletrar.
• Na dificuldade na leitura oral
Os canais que estiverem recebendo a informação de maneira distorcida a criança apresentará distúrbios. A leitura abrange tanto a visão quanto a audição da criança. Se um desses dois meios de leitura estiver prejudicado a criança terá dificuldade na leitura.
• Na dificuldade de discriminação visual
Existem dois tipos de problemas referentes à discriminação visual, podendo ressaltar um defeito de visão ou uma incapacidade para diferenciar, interpretar ou recordar palavras devido a uma disfunção no sistema nervoso central. Entre essas dificuldades visuais pode-se citar:
- Confusão de letras ou palavras semelhantes
- Dificuldade no ritmo de leitura;
- Revisão;
- Dificuldade em seguir sequências visuais;
- Dificuldade de ler da esquerda para a direita;
- Adição;
- Omissão;
- Repetição;
- Substituição;
- Agregação.
• Na dificuldade de discriminação auditiva
Envolvem as dificuldades em discriminar os sons, especialmente aqueles que estão acusticamente muito próximos uns dos outros. Na leitura, as dificuldades mais frequentes são:
-Troca de consoante surda por sonora;
-Troca de vogal oral por nasal;
-Pontuação ausente ou inadequada;
-Elocução hesitante ou inexpressiva;
-Incapacidade para ouvir sons iniciais ou finais das palavras;
-Análise de síntese auditiva deficiente.
• Dificuldade na leitura silenciosa
Leitura silenciosa é o ato de ler frente a uma estimulação escrita,sem movimentar os lábios, usando apenas os olhos como elementos indicadores. As dificuldades mais comuns a esse tipo de leitura são:
- Lentidão no ler acompanhada de dispersão;
- Leitura subvocal, através da emissão ou não dos sons;
- Necessidade de apontar as palavras com lápis, régua ou dedo;
- Perda da linha durante a leiturachegando a ocorrer o salto da linha;
- Repetição da mesma frase ou palavra várias vezes.
• Dificuldade na compreensão da leitura
A compreensão da leitura pode acontecer em três níveis, como afirma Moraes:
Literal, que engloba a compreensão das ideias propostas no texto, Inferencial, que pressupõem a análise das ideias que não estão contidas no texto e Crítico, na comparação das ideias do autor.
As dificuldades de compreensão da leitura são ocasionadas por:
- Problemas relacionados à velocidade;
- Deficiência de vocabulário oral e visual;
- Utilização inadequada dos sinais de pontuação;
-- Incapacidade para seguir instruções, tirar conclusões e reter ideias.
• Dislexia
Agora, com mais detalhes vamos enfocar a dislexia como um distúrbio específico do indivíduo em lidar com os símbolos. As principais dificuldades apresentadas pela criança disléxica, de acordo com a Associação Brasileira de dislexia(ABD), são:
- Demora a aprender a falar, a fazer laços de sapato, a reconhecer horas, a pegar e chutar bola, e pular corda;
- Tem dificuldade para: escrever números e letras corretamente,para ordenar as letras do alfabeto, meses do ano e sílabas de palavras compridas;
- Necessita usar blocos, dedos ou anotações para fazer cálculos;
- Apresenta dificuldade incomum para lembrar a tabuada;
- Sua compreensão da leitura é lenta;
- O tempo para se realizar as quatro operações aritméticas parece mais lento que o normal;
- Demonstra insegurança e baixa apreciação sobre si mesma;
- Confundem-se às vezes com instruções, números de telefone, lugares, horários e datas;
- Atrapalha-se ao pronunciar palavras longas;
- Tem dificuldade em planejar ou fazer redações.
O esforço em lutar contra isso pode levar a criança a sentir dores abdominais, de cabeça ou transtorno de comportamento. Em geral é considerado relapso, preguiçoso, desatento o que pode agravar sua situação emocional.
A motivação é muito importante para crianças disléxicas, assim ganham segurança e vontade de colaborar. Os professores que desejam ajudar compreendem que é necessário o encaminhamento para um tratamento e colaborar nesse tratamento.
• Sugestões para ajudar a criança disléxica:
- Estabelecer horários para refeições, sono, deveres de casa e recreações;
- As roupas devem ser arrumadas na sequência que ele vai vestir (simplificar usando zíper em vez de botão, sapatos e tênis sem cordão);
- Quando for ensinar a amarrar os sapatos, não fique de frente para criança; coloque-se do seu lado, com os braços sobre os ombros dela;
- Marque no relógio, com palavras, as horas das obrigações;
- Para as que têm dificuldade com direita e esquerda, uma marca é necessária. Isso pode ser feito com um relógio de pulso;
-Reforçar a ordem das letras do alfabeto, cantando e dividindo-as em pequenos grupos;
- Ensinar a criança a sentir as letras através de diferentes texturas de materiais, como papel, areia, etc;
- Ler histórias que se encontrem no nível de entendimento da criança;
- Instruir as crianças canhotas precocemente, para evitar posturas pouco confortáveis em tarefas, como cobrir o papel com a mão ao escrever;
- Providenciar para que a criança use lápis e caneta grossos, com película de borracha ao redor e que sejam de forma triangular;
7- O processo de escrita
O ato de escrever envolve o mecanismo e a expressão do conteúdo ideativo. Na escrita se estabelece uma relação entre a audição, o significado e a palavra escrita. Por isso quando a criança já tem o significado do objeto interiorizado, seu processo de escrita fica mais fácil. A escrita como representação da linguagem oral passa por diferentes estágios do desenvolvimento, que acabam sendo assim, a evolução gráfica da escrita é o resultado de uma tendência natural expressiva, representativa, que revela o seu mundo particular.
O desenvolvimento do grafismo passa pelos estágios pré-caligráfico, caligráfico e pós-caligráfico. Outros aspectos importantes que devem ser considerados no desenvolvimento gráfico são o desenvolvimento das habilidades de orientação espacial e temporal, desenvolvimento da coordenação visomotora, memória visual e auditiva e motivação para aprender.
8- Distúrbios da escrita
Existem basicamente três tipos de distúrbios na escrita que são as disgrafias, as disortografias e os erros de formulação e sintaxe. A disgrafia é a dificuldade em passar para a escrita o estímulo visual da palavra impressa. Caracteriza-se pelo lento traçado das letras, que em geral são ilegíveis.
A disortografia caracteriza-se pela incapacidade de transcrever corretamente a linguagem oral, havendo trocas ortográficas e confusão de letras. Essa dificuldade não implica a diminuição da qualidade do traçado das letras.
Os erros de formulação e sintaxe trata-se de casos em que a criança consegue ler com fluência e apresenta uma linguagem oral perfeita, compreendendo e copiando palavras, mas não consegue escrever cartas,histórias e nem dar respostas a perguntas escritas em provas.Na forma comete erros que não apresenta na forma falada.Além disso,não consegue transmitir para a escrita conhecimentos adquiridos na linguagem oral.
9- Distúrbios de aritmética
É importante que os alunos superem as dificuldades de leitura e escrita antes de poderem resolver questões matemáticas.
• Discalculia
A discalculia é a dificuldade em aprender aritmética que pode ter várias causas: pedagógicas, capacidade intelectual limitada e disfunções do sistema nervoso central.
• Distúrbios de linguagem receptivo-auditiva e aritmética
A criança com uma desordem de linguagem receptivo-auditiva se sai bem em cálculos, mas é inferior no que diz respeito ao raciocínio e aos testes de vocabulário aritmético.
• Memória auditiva e aritmética
Há dois tipos de distúrbios de memória auditiva que inferem na matemática:
1º - Problemas de reorganização auditiva que impedem a criança de recordar números com rapidez; ela reconhece o número quando ouve, mas nem sempre consegue dizê-lo quando quer;
2º - A criança não consegue ouvir os enunciados apresentados oralmente e não é capaz de guardar os fatos, o que impede de resolver os problemas matemáticos propostos.
• Distúrbios de leitura e aritmética
As crianças com distúrbios de leitura apresentam dificuldade para ler os enunciados dos problemas, mas são capazes de fazer cálculos quando as questões são lidas em voz alta.
Os distúrbios de percepção visual afetam o trabalho com números quanto à leitura (3 e 8 ou 6 e 9): as inversões e distorções de numerais devem ser observados pelo professor através da escrita do aluno.
• Distúrbios de escrita e aritmética
As crianças que têm disgrafia não conseguem aprender os padrões motores para escrever letras e números, mas conseguem compreender os princípios matemáticos.
Os distúrbios aritméticos podem ser encontrados nos mais diferentes graus, em crianças que apresentam incapacidade para:
- Estabelecer correspondência um a um (não relaciona o número de aluno de uma sala ao número de carteiras);
- Associar símbolos auditivos a visuais (faz contagem oral, mas não identifica o número visualmente);
- Compreender o princípio de conservação de quantidade (quem tem discalculia não é capaz de entender que um pacote de margarina de 1 quilo é o mesmo que quatro tabletes de 250 gramas cada);
- Executar operações aritméticas, bem como para compreender o significado dos sinais (+,-,*,/).
10-O professor e os distúrbios de leitura, escrita e aritmétic
O professor tem um papel importante, juntamente com a família, em relação ao diagnóstico e acompanhamento de crianças que apresentam problemas de aprendizagem específicos de leitura, escrita e aritmética.
Para poder identificar e ajudar na reeducação da criança, o professor deve conhecer as dificuldades que a criança enfrenta.
Após uma análise, o professor, junto com especialistas da educação, encaminhará a criança para um tratamento específico para sua deficiência.
11-Conclusão
Concluímos ao estudar os distúrbios da leitura, escrita e aritmética, que as funções existentes em nosso corpo para o desenvolvimento do ser humano e seu sistema de comunicação e localização espaço-temporal, não depende unicamente de uma função, mas sim do conjunto formado por todas elas.
Tudo funciona como uma corrente, que ao ser quebrada ou na falta de uma de suas argolas que representam nossas funções, desencadeia algum tipo de distúrbio, seja ele corporal ou linguístico.
Podemos perceber também que o meio influencia no comportamento e desenvolvimento da criança que é o público alvo deste estudo, sendo necessários uma extrema atenção da família, professores e todas as pessoas mais próximas às crianças, participando ativamente de seu desenvolvimento. Tendo estas o papel de detectar com uma maior facilidade alguma deficiência em sua formação corporal, comportamental e linguístico. Promovendo uma agilidade no tratamento de algum distúrbio detectado na criança observada, fazendo com que a mesma tenha uma maior probabilidade de um tratamento adequado, obtendo resultados positivos.
Enfim, o aprofundamento destes distúrbios apresentados neste trabalho, nos proporcionou a curiosidade na busca das causas nos tratamentos adequados para cada caso específico de distúrbio que foram aqui apresentados. Desta maneira instigou os participantes a pesquisarem em outros meios para manterem informados e compartilhar conhecimento quando necessário.
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