domingo, 20 de novembro de 2011

ACHEI MUITO BOM !

É Robert Fulghum: "Tudo que deveria saber aprendi no jardim da infância.
Dividir tudo com os companheiros.
Jogar conforme as regras do jogo.
Não bater em ninguém.
Guardar os brinquedos onde os encontrava.
... Arrumar a “bagunça” que eu mesmo fazia.
Não tocar no que não era meu.
Pedir desculpas, se machucava alguém.
Lavar as mãos antes de comer.
Apertar a descarga da privada.
Biscoito quente e leite frio fazem bem à saúde.
Fazer de tudo um pouco – estudar, pensar e desenhar,
pintar, cantar e dançar, brincar e trabalhar, de tudo um pouco, todos os dias.
Tirar uma soneca todas as tardes.
Ao sair pelo mundo, cuidado com o trânsito, ficar sempre
de mãos dadas com o companheiro e sempre “de olho” na professora.
Pense na sementinha de feijão, plantada no copo de plástico: as raízes vão para baixo e para dentro, e a planta cresce para cima – ninguém sabe como ou por quê, mas a verdade é que nós também somos assim.
Peixes dourados, porquinhos-da-índia, esquilos, hamsters e até a semente no copinho plástico – tudo isso morre. Nós também.
E lembre-se ainda dos livros de histórias infantis e da primeira palavra que você aprendeu, a mais importante de todas: Olhe!
Escolha um desses itens e o elabore em termos sofisticados, em linguagem de adulto; depois aplique-o à vida de sua família, ao seu trabalho, à forma de governo no país, ao seu mundo, e verá que a verdade que ele contém mantém-se clara e firme. Pense o quanto o mundo seria melhor se todos nós – o mundo inteiro – fizéssemos um lanche de biscoitos com leite às três da tarde e depois nos deitássemos, sem a menor preocupação, cada um no seu colchãozinho, para uma soneca. Ou se todos os governos adotassem, como política básica, a idéia de recolocar as coisas nos lugares onde estavam quando foram retiradas; arrumar a “bagunça” que tivessem feito.
E é verdade, não importa quantos anos você tenha: ao sair pelo mundo, vá de mãos dadas, e fique sempre “de olho” no companheiro
".

terça-feira, 15 de novembro de 2011

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE 2013/ RIO DE JANEIRO




Jornada Mundial
da Juventude 2013




Próxima Jornada Mundial da Juventude será no Rio de Janeiro!




JOVENS, EIS QUE SEGURA VOCÊS:O SANGUE DE JESUS.




Niver de ARTHUR, meu netinho lindo!!!

Amore Mio



ARTHUR, meu lindão,
Hoje é o seu dia,
Dia de comemorar
Seu aniversário com alegria!

Somos muito felizes
Por você existir,
E vibramos com carinho
Ao ver você sorrir!

Vovó se orgulha demais
Por ter um neto maravilhoso,
Além de lindo e inteligente,
É também muito dengoso!

Parabéns meu lindo!
‘ Vovó te ama demais!

15/11/2011

NIVER DA MINHA TERRA






MINHA TERRA QUERIDA



Nasci no alto monte,
Na terra mais linda que há,
Minha querida SAMONTE,
Se estiver longe, é saudade que dá!

É saudade doída,
É tristeza que não finda,
Só quando a avisto de longe,
Em suas luzes, tão linda!

Escuto o barulho de fogos
Dentro do meu coração.
O caminho fica mais longo,
Parece não chegar não.

Lembro ainda com saudades,
De quando ela era pequenina,
Suas luzes tão fraquinhas
E os namorados nas esquinas.

Piso com mais firmeza
No chão dessa terra querida.
E aqui, bem no alto do Monte
Quero viver minha vida.

CLEIDE MENEZES











SANTO ANTÔNIO DO MONTE




"MAS, AS MAIS LINDAS E DOCES NAMORADAS SÃO AS DE SANTO ANTÔNIO DO MONTE... "Carlos Drumont de Andrade




















quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PERSONAGENS IMAGINÁRIOS





MAMÂE E PAPAI, não deixem de ler!

PERSONAGENS IMAGINÁRIO
DRA. SIMONE MAGALDI




PEDAGOGA, Filósofa e Psicoterapeuta. Especialista em Psicologia Junguiana pela UNAERP. Mestre e doutora em Ciências da Religião (PUCSP e UMESP). Professora de pós-graduação da FACIS, fundadora do Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa (IJEP). Autora do livro Ordem e Caos.



Resumo da entrevista

NANCI GIL - Nós vamos falar sobre os personagens imaginários, Papai Noel, Fada do Dente, Coelhinho da Páscoa. Eles são importantes para as crianças? Até que ponto realmente eles são importantes, eles ajudam a construir a psique da criança?
SIMONE MAGALDI – A gente tem que separar muitas coisas desses personagens. Existem aqueles que são criados nos contos de fadas que também são conteúdos da psique inconsciente coletiva.



NG – A gente já traz de criança todos esses personagens?
SM - Sim, lá do inconsciente coletivo.



NG – Como se fosse DNA?
SM - Retratados nos mitos, nos contos de fadas.



NG – São contados de geração para geração, permeando o inconsciente?
SM - Exatamente. Que são fantásticos, que alimentam, retroalimentam (retornam a informação), trazem sempre alguma coisa de moral e isso é muito importante. É bom que os pais contem, alimentem por muito tempo. E que de alguma maneira, até quando a gente é adulto, eu acho muito importante. Até hoje eu fico pensando como é bom a gente lembrar do Papai Noel, por exemplo, e acreditar que em algum momento alguém vai querer ser um Papai Noel para alguma criança pobre, alguém vai viver esse arquétipo (forma imaterial à qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar). E vai se fazer passar por Papai Noel para uma criança pobre, eu aho isso muito importante.



NG – E faz um bem para o adulto, não é?
SM - Sim, mais do que para a criança. Então uma criança viver essa experiência de acreditar em Papai Noel e depois ser um adulto Papai Noel para outra criança é muito importante, replicar o arquétipo.



NG – Reafirma aquela imagem que a gente tinha de criança?
SM - Exatamente.



NG – Então essas pessoas que no Natal presenteiam várias crianças, fazem campanhas fortalecem o arquétipo dentro dele que ele conheceu quando criança?
SM - Exatamente, o arquétipo da fraternidade, isso é mais importante.



NG – Dos valores?
SM - Dos valores da fraternidade. Dar um presente para seu filho, que não precisa ser aquele muito caro que ele pediu, mas dar alguma coisa mostrando o valor do Natal, lembrando que tem uma data simbólica.



NG – Não o presente em si, mas o que está em volta daquele presente, a importância do dia?
SM - Exatamente, o simbólico que está no em torno, isso é muito importante. Fazer com que aquilo tenha um significado da fraternidade para quando ele for adulto ele poder replicar não só para o filho dele, mas se possível para um em torno maior, para a fraternidade.



NG – Entendi. É como uma semente que a mãe e o pai coloca no coração da criança da fraternidade, de dividir, de ajudar.
SM - Exatamente. O coelhinho da Páscoa ele representa não só o renascimento, mas também a fertilidade, coisa típica que tem a ver com a mãe, com a maternidade, é outra coisa que está lá no inconsciente coletivo. Talvez por isso que mulher gosta tanto de chocolate está tão associado com aquela ideia.



NG – Ah! eu sabia que você ia achar uma desculpa, a culpa é do coelhinho da Páscoa?
SM - Com certeza, tem a ver com toda aquela questão da fertilidade. Ovos têm a ver com essa questão. Por isso que as mulheres gostam da tradição de pintar os ovos, coelhos, todos eles estão associados com a maternidade, com a fertilidade.



NG – As brincadeiras que as mães fazem, por exemplo, o coelhinho da Páscoa, que imitar os pezinhos, por a cenoura escondida, é importante ter argumentos de que realmente existem?
SM - Sim, e a relação, qualquer brincadeira que uma mãe ou o pai possa fazer com o filho é sempre extremamente positiva. Essa integração, brincar com o filho, interagir com o filho vai ser sempre extremamente positivo, isso é sempre muito positivo. Você sai ganhando. Coloque ovinhos pequenininhos, então ele consegue achar vários ovinhos do que um só grandão, porque a brincadeira fica muito mais excitante, muito mais divertida.



NG – O comércio não estraga um pouco essa imaginação, a propaganda? Vai no supermercado e tem quilos e quilos de chocolate?
SM - Com certeza.



NG – Tem que fazer alguma coisa especial?
SM - Mas você pode fazer o chocolate ou o ovo em casa também. Aliás, junto com a criança fica muito mais divertido: “Vamos fazer juntos, depois a gente vai embrulhar, vai dar para o coelhinho que ele vai esconder”. Você pode criar, inventar, fazer uma série de coisas.



NG – E essa experiência para a criança é muito positiva?
SM - É fantástica. Mas temos outro quesito: os amigos imaginários que a criança cria por uma necessidade a ser investigada. Cada caso é um caso.



NG – Quer dizer que a gente passaria para outro setor, não são esses personagens?
SM - São os personagens mitológicos e de contos de fadas.



NG – A criança cria um amiguinho para ele?
SM - Por necessidade pessoal a ser investigada. Por que ela precisa de um amigo imaginário?



NG – Não são todas as crianças que têm esses amigos imaginários, não é tão comum?
SM - Não são todas que têm, não é tão comum. Algumas têm por necessidade psicológica, são crianças às vezes inseguras, carentes, que não têm amigos reais, têm uma dificuldade de socialização. São crianças introvertidas, tímidas, inseguras ou que sofrem abusos. Então é preciso investigar porque ela tem um amigo imaginário.



NG – Eu já ouvi ele é muito criativo, ela é muito criativa, tem algo a ver?
SM - Uma criança que sofre abuso em casa e não tem com quem falar, ela vai precisar de um amigo imaginário. Porque se você não tem a segurança da família para se relacionar, você vai ter quem, senão alguém imaginário?



NG - Nunca pensei por esse lado. Então é uma saída, um mecanismo de defesa?
SM - Sim, isso é muito sério. Se um professor desconfiar que ele tem um amigo imaginário, ele deveria investigar, porque pode ser um caso desse.



NG - Eu já ouvi , são várias pessoas, opiniões, as pessoas escrevem no site : não é preciso dar conta porque daqui a pouco esse amigo imaginário desaparece naturalmente, quando a criança crescer.
SM - Às vezes acontece para criança muito tímida, que tem dificuldade de relacionamento, ainda é muito insegura, vai levar um tempo de socialização e ela cria seus amiguinhos imaginários, natural por timidez. Esse é um caso. Mas existem os casos mais sérios que precisam ser investigados.






sexta-feira, 4 de novembro de 2011

MUITO LINDA

VERDADEIRO VALOR

Infelizmente, permitimos e até pedimos que as pessoas nos julguem e assim nos distanciamos de nosso verdadeiro valor
Certa vez, um mestre foi procurado por um jovem que se sentia como a leitora: fraco, inseguro, sem valor e que lhe perguntou o que poderia fazer para ser mais valorizado pelas outras pessoas. “Só poderei ajudá-lo”, disse o mestre, “depois que você me ajudar a resolver um problema”. O mestre tirou do dedo um anel que usava e pediu ao jovem que fosse ao mercado e tentasse vender o anel para que ele pudesse pagar uma dívida. “Procure obter o máximo por esse anel, mas não aceite menos que uma moeda de ouro.” O jovem partiu com o anel.

Chegando ao mercado, começou a oferecer o anel aos mercadores. Todos riam ao ouvir o que o rapaz desejava pelo anel. Um velhinho que assistia à tentativa do jovem de vender o anel tentou ajudá-lo, explicando-lhe que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar o anel. Desanimado, o rapaz retornou ao mestre e lhe disse ser impossível vender a joia pelo preço pretendido.

– Precisamos primeiramente saber o valor real do anel, respondeu o mestre. Vá a um joalheiro e peça-lhe uma avaliação. Diga-lhe que você quer vender o anel e pergunte quanto ele lhe dá por ele. Qualquer que seja, porém, o que lhe ofereça, não o venda. Volte com o anel.

O moço foi ao joalheiro, que, depois de examinar o anel com uma lupa, disse:

– Diga ao seu mestre que não posso oferecer mais que 80 moedas de ouro.

O jovem ficou estupefato e saiu correndo para contar ao mestre o ocorrido.

– Você é como este anel –, disse o mestre, valioso e único. Você só deve aceitar uma avaliação de quem entende de pessoas humanas. Vivemos por todos os mercados do mundo pretendendo que pessoas ignorantes nos valorizem.

Infelizmente, permitimos e até pedimos que as pessoas nos julguem e assim nos distanciamos de nosso verdadeiro valor. Nossa autoestima vai diminuindo à medida que as críticas diretas ou indiretas nos atingem. Somos imperfeitos, mas isso não invalida nossa riqueza enquanto seres em desenvolvimento. Só o fato de existirmos e estar onde estamos já é suficiente para nos provar nosso valor.

Como dizia Santo Agostinho: “Não somos maiores quando nos elogiam e nem menores quando nos criticam”.

1ª EUCARISTIA DA PRINCESA






Primeira Eucaristia

CLEIDE MENEZES

Giulia, meu amor,

Hoje é o seu grande dia...

No seu inocente coração,

Jesus veio fazer moradia!


Agora minha menina,

Você é mais poderosa,

Pois a sagrada Eucaristia

Dá-nos força a cada dia!


Tudo que lhe deixa triste,

Coloque no Sagrado Sacramento,

Verá que os seus problemas,

Passarão em um momento!


Não fique só por hoje,

Busque JESUS todo dia,

Pois o segredo do viver

É a Sagrada Eucaristia!

Amamos você!

Com todo carinho,

Vovó e Vovô

06/11/2011

ESTOU DERRAMANDO EMOÇÃO, MINHA "PRINCIPESA" GIULIA (NETINHA) ESTARÁ RECEBENDO JESUS PELA 1ª VEZ.

TE AMO GATA!!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

PROJETOS


ACHO MUITO IMPORTANTE QUE A ESCOLA DE EDUCAÇÂO INFANTIL TRABALHE PROJETOS DE INCLUSÂO DESDE A CHEGADA DAS CRIANÇAS, POR ISSO PULIQUEI ESSA MATÉRIA NO BLOG.



Conhecer a si mesmo

Para estudar as facetas da discriminação racial na escola, a antropóloga Ana Maria de Niemeyer tocou, de novembro 1997 a dezembro de 2001, um projeto de pesquisa que envolveu dez educadores de duas escolas paulistanas, separadas por poucos quarteirões, em que negros e mestiços são a maioria da clientela. Orientados por Ana, os professores aplicaram diversas técnicas em sala de aula. Uma delas, oferecida como atividade extra-curricular, era a oficina de vídeo. "Os jovens escreviam o roteiro e trabalhavam como atores, produtores e câmeras", conta Maria José Santos Silva, coordenadora do trabalho. Um dos vídeos produzidos mostra a história de um menino branco que não deixa o colega negro participar de uma partida de futebol. Exibida para toda a comunidade, a fita serviu de mote para discussões.

No decorrer do projeto foram surgindo pistas sobre como o problema da discriminação era visto. "É consenso, na comunidade, que o negro só é aceito por seu esforço individual, nunca por ação do grupo", enfatiza Ana. Redações escritas por estudantes de 6ª série indicaram problemas com a auto-imagem. "Um deles terminou uma história dizendo que o personagem, negro como o próprio aluno, fez uma plástica para ficar branco."

Márcia Lucas leciona Língua Portuguesa na Escola Estadual Doutor Francisco Brasiliense Fusco, que fica no pedaço mais pobre da rua, bem perto de uma favela. Disposta a provocar uma reflexão sobre a condição de vida da garotada e melhorar a auto-estima ela propôs a produção de auto-retratos. "No começo, eu só recebia desenhos com tons bens claros", recorda a professora. Questionados, os meninos e meninas diziam que não gostavam da própria cor. "Eu os elogiava e destacava a ação de personalidades negras no cenário mundial."

No ano passado, além do auto-retrato, ela pediu que os estudantes de 8a série escrevessem uma auto-descrição, com características físicas e psicológicas. Os textos foram embaralhados e redistribuídos. "Na dinâmica, cada jovem tinha de ler a redação em voz alta e descobrir a quem ela se referia", explica Márcia. Nem sempre a aparência descrita era fiel à realidade. "Alguns negros se definiam como morenos, o que rendia uma repreensão dos colegas." Márcia, que se definiu como negra para a turma, mediava os debates. "Dias depois, ao refazer a tarefa, vários alunos assumiram sua cor", comemora.

Na vizinha Escola Municipal de Ensino Fundamental Ministro Synésio Rocha, que fica mais longe da favela e, por isso, é considerada melhor que a Francisco Brasiliense Fusco, o professor de Geografia André Semensato ampliou o espectro original do projeto. "Depois de estudar com a turma de 6ª série a formação do povo brasileiro, resolvi discutir outros tipos de segregação, além da racial", relata. No ano seguinte, o livro 12 Faces do Preconceito, de Jaime Pinsky, serviu de inspiração para o trabalho com a garotada, já na 7ª série. "Após observar a charge que abria cada capítulo da publicação, eles pesquisaram, na biblioteca e na internet, os temas que mais lhes interessavam", afirma Semensato, que fez tudo em dupla com a responsável pela sala de informática, Ana Pens. "No final, a garotada transformou a pesquisa em um arquivo de PowerPoint, para apresentar ao resto da escola", relata a professora. A discriminação contra judeus, mulheres, idosos, jovens e homossexuais foi discutida em classe. "Todos passaram a se policiar e a toda hora questionavam se determinada atitude era preconceituosa ou não", festeja Semensato. "Foi importante eles perceberem que, apesar de ser vítimas de racismo, muitos discriminavam os homossexuais", completa a coordenadora Maria José.

Os povos da cidade

A Pluralidade Cultural é conteúdo importante do currículo da Escola Gappe, em Campo Grande. "Ao entrar em contato com a diversidade, os estudantes aprendem a respeitá-la", justifica Stael Gutierrez, coordenadora de Educação Infantil e 1a série. Por isso, um dos objetivos é fazer com que os alunos conheçam índios e imigrantes que habitam a cidade. Dentro desse espírito, a professora Élida Souza desenvolveu com a classe de 4 anos o projeto Crianças de Todo o Mundo. "Trouxemos vários estrangeiros para mostrar um pouco da cultura de seus países."

Gente que nasceu na Escócia, na França, no Japão e no Paraguai foi até a sala de aula. Elina Souza, assessora de Língua Portuguesa da Gappe, integra a grande colônia paraguaia na capital sul-matogrossense. "Esse povo exerce enorme influência na nossa cultura", enfatiza Stael. Como todos os outros visitantes, ela levou roupas e objetos típicos para mostrar às crianças, fotos de locais turísticos e a receita de um prato, que foi preparado e saboreado e ensinou uma música e uma dança.

Na 1ª série, a professora Adriana Godoy estabeleceu um paralelo entre a vida das crianças de antigamente e de hoje e entre as que residem em Campo Grande e em outras localidades. "Perguntei aos pequenos se os índios que moram aqui na cidade têm os mesmos costumes que eles." A resposta devia vir na forma de desenhos que mostrassem as hipóteses da turma sobre como é a casa, a alimentação, os brinquedos. A maioria acreditava que os índios viviam de tanga, tomavam banho no rio e se alimentavam de peixes. O próximo passo foi ir até uma aldeia terena. "Quando viram que eles vão à escola, onde têm acesso a computador, e gostam dos mesmos desenhos animados e dos mesmos doces, meus aluninhos ficaram muito surpresos", lembra Adriana.

Ela teve o cuidado de explicar que nem todos os índios são como esses terena, que deixaram a zona rural em busca de trabalho na cidade. Os mais velhos permanecem no campo. Foi fácil compreender a lição já que todos estão acostumadas a vê-los no mercado e na feira vendendo produtos agrícolas e artesanato. De volta à sala de aula, hora de revisar as hipóteses iniciais e chegar a novas conclusões. "Eles compreenderam as condições de vida daquele povo e, como resultado, passaram a respeitar as diferenças", afirma Adriana. Para a consultora Conceição, a experiência é positiva, pois "ajuda a diminuir o preconceito contra os índios, muitas vezes vistos como preguiçosos."

Comunidade envolvida

O objetivo da Escola Comunitária Luiza Mahin, que oferece classes da pré-escola até a 4ª série em Salvador, é levar as crianças a construir uma boa imagem de si mesmas e a resgatar a influência da cultura africana na construção da identidade brasileira uma proposta pedagógica condizente com a realidade da clientela, majoritariamente negra. "Alguns chegam aqui se dizendo brancos, mas logo percebem que, na verdade, não o são", afirma a coordenadora pedagógica Jamira Munir. Essa descoberta se dá, por exemplo, durante a produção da árvore genealógica de cada aluno. "No início dessa tarefa, pergunto quem é negro e poucos alunos levantam a mão", afirma Diva de Souza, professora da 4ª série.

Durante o trabalho, ela mostra que é preciso levar em consideração outras características além da cor da pele. "Falo do cabelo crespo, dos lábios grossos e do nariz achatado e eles começam a se enxergar como negros." Paralelamente à conscientização, Diva eleva a auto-estima da turma, citando artistas, políticos e líderes comunitários afro-descendentes. "No final, quando pergunto quem é negro quase todos erguem o braço."

Os conteúdos das diversas disciplinas estão sempre relacionados à questão da negritude. Em Matemática, Sônia Dias, da 1a série, e Aucélia da Cruz, da 2ª, criaram uma pesquisa de campo. Os estudantes perguntam a cinqüenta moradores vizinhos da escola se eles se consideram negros. Em classe, a garotada monta gráficos com as respostas separadas homens, mulheres, adolescentes. Segundo Aucélia, a pesquisa mostra que a maioria das pessoas do bairro assume sua cor. As professoras incluem também aspectos socioeconômicos no trabalho. "Chamamos a atenção para o fato de que, mesmo durante o dia, havia muitos adultos em casa. Isso significa que eles não têm emprego", conclui Sônia.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

IRLEN







Síndrome de Irlen


A Síndrome de Irlen (S.I.) é uma alteração visuoperceptual, causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura. A Síndrome tem caráter hereditário e se manifesta sob maior demanda de atenção visual.¹

Descrita em 1983 pela psicóloga Helen Irlen, a Síndrome tem como manifestações, além da fotofobia, problemas na resolução viso-espacial, dificuldades na manutenção do foco, estresse visual, alteração na percepção de profundidade e cefaleias².

Durante a leitura, segundo pacientes, o brilho ou reflexo do papel branco contra o texto causam irritabilidade, assim como a luz natural ou fluorescente³. Eles possuem ainda sensação de movimentação das letras que “pulsam, tremem, vibram, confluem ou desaparecem”4 e a leitura passa a ser fragmentada. Além disso, queixam de insegurança ao dirigir, estacionar, com esportes com bola ou em outros movimentos, como descer e subir escadas rolantes.

A prevalência da S.I. é maior que a da própria Dislexia (estimada entre 3 a 6% da população), atingindo 12 a 14% de bons leitores e entre alunos com dificuldades de leitura, gira entre 17 e 46%.5 Como os sintomas podem ser semelhantes, o diagnóstico diferencial é indispensável para intervenção correta6.

A dependência entre o ver e o aprender é estimada em 80% e hoje já se reconhecem os impactos dos déficits de eficiência visual. Daí a importância do oftalmologista em buscar dados além da acuidade (visão de letrinhas) e condições ópticas, dando, em conjunto a outras áreas, suporte aos distúrbios de aprendizagem.

O rastreamento da S.I. é feito por profissionais da saúde e educação capacitados pelo Método Irlen, aplicado em mais de 40 países.7Através de intervenção não invasiva e de baixo custo, estes profissionais são capazes de potencializar os esforços acadêmicos. Atualmente existem 1.460 profissionais aptos ao rastreamento em 20 estados brasileiros, graças ao trabalho da Fundação Hospital de Olhos, através do “Projeto Bom Começo”, que acompanha a saúde visual e auditiva desde a pré-escola, buscando detectar e intervir precocemente, prevenindo perdas progressivas e assegurando o futuro escolar.

Os portadores da S.I. não têm consciência de suas distorções pois sempre as perceberam como “normalidade” – daí a frustração pela lentidão e esforço para uma atividade que aos demais é prazerosa e natural. É nesta situação, vale destacar, que se encontram milhares de candidatos ao ENEM, que terão o desempenho prejudicado pela exaustão decorrente da Síndrome.

Leia o artigo na íntegra


Dra. Márcia Reis Guimarães

Preconceito/ ESCOLA



O QUE A ESCOLA FAZ?
A representação da escola
"Em todos os grupos humanos, é possível observar a utilização de meios pedagógicos como forma de transmissão do saber, por meio dos quais os sujeitos compartilham conhecimentos, símbolos e valores. Em sociedades "modernas", criou-se uma sistematização desse saber, nas quais mediante modelos formais e centralizados as informações são transmitidas. Acreditava-se que essa seria a forma viável de adquirir polidez e desenvolver um conhecimento mais especializado.
Esse locus de conhecimento foi denominado Escola, constituindo-se num sistema aberto que passou a fazer parte da superestrutura social formada por diversas instituições como: família, igreja, meios de comunicação. O sistema escolar é organizado para cumprir uma função social que, em geral, está de acordo com as demandas sociais.
O seu principal objetivo é formar um sujeito apto a assumir seu espaço na sociedade capitalista, ou seja, produtivo, submisso, tendo boa interação com o seu grupo social. Para isso, é necessário manter ativos os controles sociais, que são formados por regras aplicadas ao cotidiano escolar, "sanando" qualquer disfunção que venha impedir a efetuação do processo educativo. Para um controle mais eficaz, utilizam-se recursos que podem variar desde a retaliação ou punição até a segregação ou marginalização dos grupos considerados desviantes da norma. Essas regras institucionais operam de modo simbólico, repercutindo e legitimando outros espaços sociais que habitualmente estão de acordo com as instâncias de poder (Abramovay, 2002).
A inserção das crianças nesse espaço é feita, na maioria das vezes, de maneira arbitrária. Para justificar tal obrigatoriedade, os pais e/ou figuras de autoridade o definem como via de acesso ao conhecimento de teorias e conceitos que formam a vida em sociedade, para então possibilitar o ingresso no mercado de trabalho e poder "ser alguém na vida". Em alguns momentos, os pais atribuem à escola a função de produzir sujeitos com uma reflexão crítica e uma ação política transformadora, garantindo o seu exercício pleno de cidadania. Assim, acredita-se que o espaço institucional "proporcionará" um campo de crescimento eqüitativo para todos os que usufruem os seus serviços, aperfeiçoando suas atribuições pessoais e, a partir de então, propiciará um acesso à vida em sociedade.
Mas até que ponto a escola estaria correspondendo a tais atribuições? Qual o tipo de cidadão que estaria sendo construído nesse espaço? Um dos aspectos que dão margem a esse tipo de questão seria a observação do método de ensino adotado pela instituição, o qual parece encontrar-se pautado em um padrão que atende às necessidades de um grupo dominante; e dentro de uma compreensão monolítica, desconsideram a pluralidade cultural presente em uma sala de aula. Assim, a escola poderá ser um espaço de inculcação dos valores dominantes, levando de modo sutil e eficaz à domesticação dos sujeitos aos interesses capitalistas. A negação das questões que envolvem o negro na escola poderá contribuir para a acentuação da exclusão social em outros espaços sociais.
Essa perspectiva ideologizante da escola vai de encontro às suas propostas de construção de um sujeito crítico e polido, capaz de modificar a ordem social. Nesse sentido, a escola poderá ser um meio de manutenção das desigualdades sociais pelo uso de métodos simbólicos e indiretos de coerção social. A desconstrução dessas estratégias de dominação pode ser de difícil acesso devido ao crédito atribuído à escola como detentora do saber e da verdade absoluta, tornando-se mais fácil a interiorização e consolidação dos valores que perpetuam as inferioridades sociais."