terça-feira, 1 de novembro de 2011

IRLEN







Síndrome de Irlen


A Síndrome de Irlen (S.I.) é uma alteração visuoperceptual, causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura. A Síndrome tem caráter hereditário e se manifesta sob maior demanda de atenção visual.¹

Descrita em 1983 pela psicóloga Helen Irlen, a Síndrome tem como manifestações, além da fotofobia, problemas na resolução viso-espacial, dificuldades na manutenção do foco, estresse visual, alteração na percepção de profundidade e cefaleias².

Durante a leitura, segundo pacientes, o brilho ou reflexo do papel branco contra o texto causam irritabilidade, assim como a luz natural ou fluorescente³. Eles possuem ainda sensação de movimentação das letras que “pulsam, tremem, vibram, confluem ou desaparecem”4 e a leitura passa a ser fragmentada. Além disso, queixam de insegurança ao dirigir, estacionar, com esportes com bola ou em outros movimentos, como descer e subir escadas rolantes.

A prevalência da S.I. é maior que a da própria Dislexia (estimada entre 3 a 6% da população), atingindo 12 a 14% de bons leitores e entre alunos com dificuldades de leitura, gira entre 17 e 46%.5 Como os sintomas podem ser semelhantes, o diagnóstico diferencial é indispensável para intervenção correta6.

A dependência entre o ver e o aprender é estimada em 80% e hoje já se reconhecem os impactos dos déficits de eficiência visual. Daí a importância do oftalmologista em buscar dados além da acuidade (visão de letrinhas) e condições ópticas, dando, em conjunto a outras áreas, suporte aos distúrbios de aprendizagem.

O rastreamento da S.I. é feito por profissionais da saúde e educação capacitados pelo Método Irlen, aplicado em mais de 40 países.7Através de intervenção não invasiva e de baixo custo, estes profissionais são capazes de potencializar os esforços acadêmicos. Atualmente existem 1.460 profissionais aptos ao rastreamento em 20 estados brasileiros, graças ao trabalho da Fundação Hospital de Olhos, através do “Projeto Bom Começo”, que acompanha a saúde visual e auditiva desde a pré-escola, buscando detectar e intervir precocemente, prevenindo perdas progressivas e assegurando o futuro escolar.

Os portadores da S.I. não têm consciência de suas distorções pois sempre as perceberam como “normalidade” – daí a frustração pela lentidão e esforço para uma atividade que aos demais é prazerosa e natural. É nesta situação, vale destacar, que se encontram milhares de candidatos ao ENEM, que terão o desempenho prejudicado pela exaustão decorrente da Síndrome.

Leia o artigo na íntegra


Dra. Márcia Reis Guimarães

Nenhum comentário:

Postar um comentário