domingo, 29 de setembro de 2013



FINGIR QUE NÃO PERCEBE UMA TRAIÇÃO É UMA FORMA DE NEGAR A REJEIÇÃO
 
Todo mundo sabe: os amigos, os parentes, os vizinhos. A própria pessoa também sabe que está sendo traída, mas, mesmo assim, prefere ignorar os comentários e até as evidências mais claras. Fechar os olhos para um fato incômodo é uma opção que muita gente faz como tentativa de minimizar o problema. Mas essa escolha só é mais confortável à primeira vista.

São vários os motivos que levam uma pessoa a fingir que não é alvo de infidelidade: conveniência (em relações em que existe dependência financeira de um dos lados), imaturidade para enfrentar a vida sem um parceiro, medo da solidão, idealização do compromisso, crença de que será impossível arrumar alguém melhor etc.
"Para algumas pessoas, a identidade é totalmente apoiada no relacionamento e no outro. É como se ela não existisse sem os dois, por isso acredita que vale mais a pena manter as aparências", afirma a psicoterapeuta Carmen Cerqueira Cesar.
Já a psicóloga Renata Lucas diz que desprezar a realidade também é uma espécie de fuga de si mesmo. "O traído quer, no fundo, fugir da responsabilidade que tem", explica. Ela afirma a tendência é sempre culpar somente quem trai. É mais cômodo do que rever as próprias atitudes. Por essa razão é mais fácil, então, dizer que os outros são fofoqueiros e invejosos.
A fuga traz mais malefícios do que vantagens ao relacionamento. O principal é o afastamento do casal.

De acordo com a psicóloga Marjorie Vicente, aos poucos, a pessoa traída vai perdendo a autoconfiança, o respeito por si mesma e o limite do que é aceitável ou não. "Esse é o resultado de viver em desacordo com os próprios valores", declara.

Se a fidelidade é fundamental e importante para uma pessoa, dor, raiva e ressentimento vão se acumulado. É inevitável que, no dia em que ela chegar ao limite, o resultado seja desastroso (bem pior do que se tivesse encarado a situação desde o início).

Para acabar com o sofrimento sufocado, é preciso perder o medo de enfrentar a realidade. Como? O primeiro passo é compreender que, por pior que seja assumir a verdade, esse é o melhor caminho. A infelicidade faz mal para a saúde física e mental, segundo especialistas.
"Enfrentar a vida como ela é pode ser difícil, dói, dá trabalho, mas traz amadurecimento e novas oportunidades de felicidade. A crise pode significar uma oportunidade de mudança, de rever o que está errado e o que se pode mudar", afirma Carmen Cerqueira Cesar.

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