domingo, 29 de setembro de 2013

AFETIVIDADE E EDUCAÇÂO





Afetividade e Educação




Qual  a importância de integrar a afetividade à prática pedagógica? Como pode interferir na vida do aluno e do professor, a ponto de mudar a realidade educacional na qual vivemos hoje?
Ano após ano parece que a discussão dos profissionais do magistério continua sempre a mesma: "por que os alunos não querem mais aprender? O sistema de avaliação não está bom?
A qualificação profissional dos professores ainda permanece insuficiente? Que metodologias devemos usar? Que conteúdos devemos ensinar? O nível dos alunos baixou? ...".
São dúvidas, questionamentos e tentativas de explicações para o alto número de alunos que ficam para a recuperação no fim do ano, a queda no percentual de aprovação, os altos índices de evasão, entre outros problemas como as dificuldades de leitura, escrita e cálculo, mais preocupantes quando diagnosticadas em alunos que cursam o Ensino Médio.
Ao que parece, esquecemos na escola de um momento para conhecer a clientela que ela tem: quem são seus alunos? De onde vêm? Em que trabalham? Quem são seus pais? Que infâncias têm ou tiveram? Por que e para quê estudam? Quais seus nomes? Seus endereços? Seus passatempos?
Reconheço que, na verdade, o tempo que temos não é tão disponível para responder a essas perguntas sobre cada um das centenas de alunos que temos. Acreditamos, porém, que o professor não está pensando nesses "detalhes" quando prepara o seu plano de curso, a sua aula. E isso precisa ser revisto, debatido, refletido. A relação afetiva professor/aluno reflete bons resultados na aprendizagem, pois aquele aluno que vê, em seu professor, um amigo, um companheiro, um colaborador, evita causar-lhe desgostos, quer ser como ele, o tem como alguém da família e, assim, adota, quase que inconscientemente, uma conduta de respeito, cooperação e atenção nas suas aulas, frutificando uma assimilação mais rápida e consistente do conteúdo por ele ministrado.
Queremos com isso dizer que falta ao aluno um clima de camaradagem na escola, uma elevação do grau de afetividade entre ele e os demais personagens, também sujeitos do processo ensino aprendizagem, para um resultado positivo e animador do trabalho que o professor realiza e que a escola oferece.
Não podemos, no entanto, desprezar os primeiros anos de vida da criança que são a base para um desenvolvimento saudável de sua personalidade, observando sobretudo a relação que a criança tem com sua mãe poderemos entender a constituição de um adulto com afetividade bem ou mal construída. Muito menos podemos depreciar os fatores sociais, culturais, religiosos, genéticos e neurológicos que podem interferir significativamente na aprendizagem.
Intrinsecamente ligada à cognição, a afetividade constitui-se fator essencial na vida escolar, devendo pois o professor, sobretudo da Educação Infantil, estar ciente dos problemas que pode enfrentar e estar preparado para resolvê-los. Isso porque muitas crianças revelam rejeição à escola devido a uma primeira infância tumultuada e carente de afetividade, principalmente da figura materna.
Somos humanos, e como tais, estamos sempre em busca de algo que justifique nossa existência, que nos dê razão para viver. Essa motivação faz dos educadores uma fonte inesgotável de questionamentos e dúvidas que queremos e buscamos solucionar. Uma delas é o baixo rendimento dos alunos justamente quando se fala de uma Educação de Qualidade para Todos. O que falta?...
Com o intuito de ajudar professores, alunos e comunidade em geral no que diz respeito a um melhoramento na qualidade do ensino foi que decidimos pesquisar sobre algo que há muito me inquietava: por que alguns alunos adotam comportamentos diferentes em diferentes aulas de diferentes professores?
Logo que iniciei minha carreira no magistério, espelhei-me num grande número de professores. Todos eles competentes no domínio do conteúdo e controle da turma. O problema estava aí: controle da turma. Como eu, jovem, 17 anos, poderia manter em ordem uma sala inteira, com alunos de minha idade ou até mais velhos que eu? Foi assim que busquei ser como aqueles mestres que tinham a sua autoridade como ponto máximo na sala e em sua profissão. Conseguia às vezes, outras não. O que faltava? Pouco a pouco fui sendo quem eu era e adotando uma postura mais de brincalhão e colega do que de professor. Os resultados no rendimento mudaram. Gostei! Continuei, e hoje vejo como ponto forte do meu trabalho a interação que mantenho com meus alunos.

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