quarta-feira, 8 de outubro de 2014

ESQUIZÓIDES



Reconheça uma pessoa esquizoide antes de se apaixonar
O terapeuta italiano Walter Riso reuniu todos os tipos de destroçadores de corações no livro "Amores de Alto Risco - Os Estilos Afetivos Pelos Quais Seria Melhor Não se Apaixonar: Como Identificá-los e Enfrentá-los" (L&PM Pocket, 2011).
Divulgação
Livro explica tipos de amor dos quais devemos nos precaver
Na concepção do autor, são oito os tipos de amantes que podem nos afastar da felicidade e da troca efetiva de boas experiências e sentimentos: o "histriônico-teatral", dono de um amor torturante, o "paranóico-vigilante", com o amor desconfiado, o "passivo-agressivo", com o amor subversivo, o "narcisista-egocêntrico", com o amor egoísta, o "obssessivo-compulsivo", com o amor perfeccionista, o "antissocial/encrenqueiro", com o amor violento, o "esquizoide-ermitão", com o amor desvinculado ou indiferente, e o "limítrofe-instável", com o amor caótico.
De acordo com Riso, um dos tipos que mais causa sofrimento é o esquizoide, formado pelos indivíduos que se isolam afetivamente do companheiro em uma forma de agressão silenciosa. Segundo o italiano, essas pessoas sofrem de certo analfabetismo emocional e de falta de empatia, com ausência quase absoluta de erotismo. Mesmo assim, não é difícil cair nas teias delas.
"(...) muitas pessoas se envolvem e terminam entrando no jogo do amor desvinculado. Talvez porque, no começo da relação, o sujeito esquizoide não se pareça em nada com um buraco negro e ninguém suspeite da sua incapacidade de dar e receber afeto. A impressão que costumam causar durante a conquista é de que são pessoas respeitosas e um pouco misteriosas, o que, sem dúvida, atrai seus pretendentes. O disfarce é quase perfeito: a) "boas pessoas", porque enquanto não se sentem invadidas, não são agressivas; b) "respeitosas", porque o seu distanciamento é percebido inicialmente como tolerância e consideração; e c) "misteriosas", porque devido à sua fobia pela intromissão costumam ser muito reservadas no que diz respeito aos assuntos pessoais."
O terapeuta alerta que o maior perigo deste estilo afetivo é que os "defeitos" aparecem apenas depois que o vírus do amor já foi disparado. "Só quando se está apaixonado por alguém assim é que se pode sentir o rechaço em sua plenitude e a frieza do ermitão afetivo: esse é o cruel paradoxo."
Riso ilustra cada caso com histórias vividas por seus pacientes e explica no livro quais são os tipos de personalidades mais vulneráveis aos esquizoides. O autor fala sobre a possibilidade de se conviver com uma pessoa com essas características e dos riscos de seguir seus caminhos e se transformar em um "esquizoide falsificado".
Veja trecho de "Amor de Alto Risco" sobre como identificar um esquizoide antes de se apaixonar.
Em princípio, é preciso suspeitar de qualquer um que se proteja demais com segredos e com atitudes defensivas exageradas. O esquizoide se limitará a ser formal e amável, mas evitará qualquer tipo de pergunta ou atitude que implique se comprometer emocionalmente com os demais. Os paranoides e alguns obsessivos também demonstram receio que os outros se intrometam nas suas vidas; porém, no esquizoide não aparecem o delírio de perseguição do paranoide nem a assepsia do perfeccionista.
A alexitimia não pode ser dissimulada com facilidade. A inexpressividade verbal e gestual, assim como a pouca vida interior que os caracteriza não passarão despercebidas. Seu discurso vai ser monótono e carente de energia, parecido com o que ocorre com o passivo-agressivo. Terá muito poucos amigos e você vai notar que ele é indiferente à opinião dos demais, assim como à dor e à alegria alheia.
Mas onde o estilo esquizoide se faz mais evidente é quando se depara com temas como o amor, a amizade, a paixão, as fantasias e a compaixão. Ou seja, as questões em que o fator humano e a sensibilidade ganham mais força. Em poucos encontros, o efeito atração-repulsa será inevitável: quanto mais você se aproximar dele ou dela, mais se afastará; quanto mais amável você for, mais distante será o comportamento dele o dela. E, rapidamente, você estará brincando de gato e rato.
Algumas das seguintes pautas poderão servir como guia:
- Suas respostas emocionais tenderão a ser planas e pouco expressivas.
- Não desfrutará muito das relações íntimas. Vai aceitá-las a contragosto, sempre e quando não houver compromisso.
- Você sentirá que deve tomar a iniciativa quase sempre em relação a tudo, mas a sua negligência não será motivada por intenções subversivas, como no caso do passivo-agressivo. Simplesmente, "dará no mesmo" para ele, pois nada o deixa entusiasmado.
- Será uma pessoa solitária, com poucos amigos e terá uma história afetiva muito pobre.
- Quando você perguntar das suas expectativas ou dos seus sonhos, perceberá que as suas metas e a sua vida interior são pobres. Pecará por um realismo cru, como se as suas fantasias não pudessem ir mais além do concreto.
- Vai lhe dar a impressão de estar diante de uma pessoa imune às críticas e aos elogios dos demais.
- Se você falar de amor, ele ou ela evitará se envolver na conversa. O incômodo ficará evidente.
O estilo esquizoide, juntamente com o antissocial, representa a máxima expressão da indiferença: uma passiva, a outra ativa. Mas enquanto o antissocial tentará seduzir com uma atitude encrenqueira para logo usar você, o ermitão procurará relações circunstanciais que não lhe solicitem esforço afetivo. O estilo esquizoide não dá nem recebe, apenas basta a si mesmo. *


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