terça-feira, 27 de setembro de 2011

LYA LUFT

Canção das mulheres

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

Lya Luft

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

LEITURA/ WWW.METODO DAS BOQUINHAS.COM BR







DE RENATA JARDINI
MÉTODO FONOVISUOARTICULATÓRIO: BOQUINHAS
Fundamentação Teórica

O Método Fonovisuoarticulatório, carinhosamente apelidado de Método das Boquinhas, utiliza-se além das estratégias fônicas (fonema/som) e visuais (grafema/letra), as articulatórias (articulema/Boquinhas). Seu desenvolvimento foi alicerçado na Fonoaudiologia, em parceria com a Pedagogia, que o sustenta, sendo indicado para alfabetizar quaisquer crianças e reabilitar os distúrbios da leitura e escrita. Parte das reflexões deste método foi proporcionada pelo contato com o “Programa de Mejoramiento de la Calidad y Equidad de la Educación” (MECE) – “Programa das 900 Escolas”, desenvolvido no Chile desde 1990, indicado pela UNESCO e estendido a outros países (Guttman, 1993). Sua fundamentação encontra-se também nos estudos de Dewey (1938), Vygotsky (1984, 1989), Ferreiro (1986), Watson (1994), entre outros, cujas idéias são resumidas numa percepção holística frente à alfabetização, tendo a visão da linguagem, como ponto focal da aprendizagem.

O ponto de partida do ser humano na aquisição de conhecimento reside na boca, que produz sons – fonemas, que são transformados em fala, meio de comunicação inerente ao ser humano. Para aquisição da leitura e escrita é necessário que os fonemas sejam decodificados/codificados em letras (grafemas), como é feito no processo fônico, trabalhando diretamente nas habilidades de análise fonológicas (Dominguez, 1994) e consciência fonológica e fonêmica (Capovilla e Capovilla, 2002; Santos e Navas, 2002), fator primordial e sine qua non no processo de alfabetização (Cardoso-Martins et al., 2005). Esse processo, bastante abstrato, deve ser favorecido por meio de intervenção pedagógica, mas por vezes torna-se incompreensível e dificultoso para alguns aprendentes.

Assim, acrescentamos os pontos de articulação de cada letra ao ser pronunciada isoladamente (articulemas, ou boquinhas), baseados nos princípios da Fonologia Articulatória – FAR, que preconiza a unidade fonético-fonológica, por excelência, o gesto articulatório (Browman e Goldstein, 1986; 1990; Albano, 2001), favorecendo a compreensão do processo de decodificação, por mecanismos concretos e sinestésicos, isto é, com bases sensoriais. Desta forma, a aquisição da leitura e escrita passaria a ser acessível a quaisquer tipos de aprendentes, de maneira simples e segura, pois bastaria uma única ferramenta de trabalho – a boca.

Mas não se trata somente de um método cinestésico, em que a chave da aprendizagem reside no movimento, como descrito por Fernald (1943), que usa o traçado das letras aliado aos sons, enfatizando a memória da sequência visual, nem somente um método fônico como os descritos por Hegge, Kirk e Kirk (1936) como fono-grafo-vocal ou o ITA (Initial Teaching Alphabet) (Pittman, 1963), ou o VAK (visual-auditivo-cinestésico), apresentado por Gilingham e Stillman (1973), em que há a associação do som ao nome das letras, usado em programas de educação especial, principalmente para surdos.

A proposta do Método das Boquinhas aproximou-se da posição teórica rotulada por distintos autores como "construtivismo" (Bednar et al., 1993), Coll et al. (1990; 1993), Ferreiro (1986), enquanto define a aprendizagem como um processo ativo no qual o significado se desenvolve sobre a base da experiência - que aqui se apresenta como a consciência fonoarticulatória, uma ferramenta segura e concreta para o aprendizado da leitura e escrita -, e o aluno construiria uma representação interna do conhecimento e estaria aberto à troca, uma vez que todos aprenderiam pela mesma ferramenta, ou seja, a boca.

A partir dos passos iniciais da aquisição da leitura e escrita – fator indispensável à continuidade escolar e regulador de sucesso e manutenção da autoestima, o Método das Boquinhas estimula a criança a usar, lidar e pensar a língua escrita a partir da boca. Esse mecanismo a auxiliará, futuramente, a desenvolver um automonitoramento e outras destrezas metacognitivas importantes para construir textos significativos, interpretá-los, identificar a informação mais importante, sintetizar e gerar perguntas (Cooper, 1993). Mas essas aquisições só serão possíveis, a partir da alfabetização, que confere ao indivíduo igualdade e condições de adaptação ao seu meio.

Os primórdios desse trabalho foram publicados em artigos científicos e apresentados em Congressos de Fonoaudiologia e Psicopedagogia (Jardini e Vergara, 1997; Jardini e Souza, 2002). Atualmente a obra Boquinhas conta com sete livros publicados, sendo os dois iniciais, Fundamentação Teórica (Jardini, 2003, em processo de atualização) e Caderno de Exercícios (Jardini, 2008), específico para sanar as trocas de letras e melhorar a qualidade da leitura; indicado para crianças e adultos já alfabetizados. Um livro de estudos clínicos, Passo a Passo (Jardini, 2004, 2009), propõe reflexão, análise e tratamento de casos que apresentam dificuldades e distúrbios de leitura e escrita.

A proposta dos livros Boquinhas na Educação Infantil(Jardini e Gomes, 2007) é trabalhar com a aquisição da leitura e escrita, em estágios iniciais desse desenvolvimento, com crianças de 4 a 6 anos, propiciando um trabalho preventivo de aquisição da linguagem. É fundamental que o educador conheça de maneira simples e prática os sons da fala (fonemas) e suas respectivas Boquinhas (articulemas), bem como os processos de consciência fonológica, fonêmica, processamento auditivo e visual, coordenação visuomotora, orientação visuoespacial e desenvolvimento cognitivo, para que possa promover com segurança o início do aprendizado da leitura e escrita e, porventura, lidar de maneira pedagógica, com seus desequilíbrios. Essa abordagem tem contribuído de maneira significativa para que a saúde (incluindo fala, voz e linguagem geral) dos alunos e educadores se mantenha, sendo observada por melhorias na autoestima e qualidade de vida, evitando-se desta forma, o excesso de encaminhamentos às clínicas de aprendizagem, ou seja, a patologização do ensino (Collares e Moysés, 1992;1993).

A proposta dos livros Alfabetização com Boquinhas (aluno e professor) (Jardini e Gomes, 2008), oferece aos educadores condições de formalizar o processo de aquisição da leitura e escrita a partir de pressupostos da fala, tornando a alfabetização simples e possível em curto espaço de tempo. São abordados todos os aspectos da leitura, bem como produção e interpretação de textos. Nesses volumes, o educador encontrará atividades e exercícios para o trabalho pedagógico com qualquer tipo de crianças e adultos, visando à aquisição da leitura e escrita.

Recentemente foram lançados Jogos de Boquinhas (Jardini, 2008, 2009), contendo 13 jogos, como material de apoio aos livros, para utilização em salas de aula, consultórios e/ou domiciliar.



Bibliografia citada
ALBANO, E. C. O gesto e suas bordas: esboço de fonologia articulatória do português brasileiro. Campinas: Mercado das Letras, 2001.
BEDNAR, A. K.; CUNNINGHAM, D.; DUFFY, T. M.; PERRY, J. D. Theory into practice: how do me link?. In: ANGLIN. Instructional technology: past, present and future. Denver: Libreries Unlimited, 1993.
BROWMAN, C.; GOLDSTEIN, L. Towards an articulatory phonology. Phonol. Yearbook, v. 3, p. 219-252, 1986.
BROWMAN, C.; GOLDSTEIN, L. Representation and reality: physical systems and phonological structure. J. Phon., n. 18, p. 411-24, 1990.
CAPOVILLA, A. G. S.; CAPOVILLA, F. C. C. Alfabetização: método fônico. São Paulo: Memnon, 2002.
COLL, C. Un marco de referencia psicológico para la educación escolar: la concepción constructivista del aprendizage y de la enseñanza. In: PALACIOS, J.; MARCHESI, A. (Org.) Desarollo psicológico y educación II. Psicología de la educación. Madrid: Alianza, 1990. v .2, p. 435-53,.
COLL, C. S.; MARTIN, E.; MAURI, T.; MIRAS, M.; ONRUBIA, J.; SOLÉ, I.; ZABALA, A. - El constructivismo en el aula. Barcelona: Editorial Graó, 1993.
COLLARES, C.C.L.; MOYSÉS, M.A.A. Diagnóstico da medicalização do processo de ensino-aprendizagem na 1ª série do 1º grau no Município de Campinas. Em Aberto, n. 53, ano 11, Brasília, jan/mar, p. 23-28, 1992.
COLLARES, C.C.L.; MOYSÉS, M.A.A. A história não contada dos distúrbios de aprendizagem. Cad. CEDES, Campinas, n. 28, p. 31-48, 1993.
COOPER, J. D. Literacy: helping children construct meaning. Boston: Houghton Mifflin Company, 1993.
DEWEY, J. Experience and education. New York: Macmillan, 1938.
DOMÍNGUEZ, D. A. B. Importância de las habilidades de análisis fonológico en el aprendizage de la escritura. Est. Psicol. v. 1,p. 9-70, 1994
FERNALD, G. M. Remedial techniques in basic school subjects. New York: McGraw-Hill, 1943.
FERREIRO, E. Proceso de alfabetización: la alfabetización en proceso. Buenos Aires: Centro Editor de América Latina, 1986
GILLINGHAM, A.; STILLMAN, B. W. Remedial training for children with specific disability in reading, spelling and penmanship. Cambridge, MA: Educators Publishing Services, 1993.
GUTTMAN, C. Todos los niños puedem aprender. El Programa de las 900 escuelas para los sectores pobres de Chile. Paris: UNESCO, 1993.
HEGGE, T.; KIRK, S.; KIRK, W. Remedial reading drill. Ann Arbor: George Wahr, 1936.
JARDINI, R. S. R.; VERGARA, F. A. Alfabetização de crianças com distúrbios de aprendizagem, por métodos multissensoriais, com ênfase fono-vísuo-articulatória: Relato de uma Experiência. Pró-Fono Rev. Atual. Cient., Carapicuíba: v. 9, n.1, p. 31-34, 1997.
JARDINI, R. S. R.; SOUZA, P. T. Método das boquinhas: alfabetização e reabilitação dos distúrbios da leitura e escrita. In: X CONGRESSO BRASILEIRO DE FONOAUDIOLOGIA, 2002, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: 2002. 1 CD-ROM.
JARDINI, R. S. R. Método das boquinhas: alfabetização e reabilitação dos distúrbios da leitura e escrita. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. (Livro 1, fundamentação teórica).
JARDINI, R. S. R. Método das boquinhas: alfabetização e reabilitação dos distúrbios da leitura e escrita. São José dos Campos: Pulso Editorial, 2008. (Livro 2, caderno de exercícios)
JARDINI, R. S. R. Método das boquinhas: passo a passo da intervenção nas dificuldades e distúrbios da leitura e escrita. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.
JARDINI, R.S.R.; GOMES, P.T.S. Boquinhas na Educação Infantil, livro do professor. Araraquara: Renata Jardini, 2007;
JARDINI, R.S.R.; GOMES, P.T.S. Boquinhas na Educação Infantil, livro do aluno. Araraquara: Renata Jardini, 2007;
JARDINI, R.S.R.; GOMES, P.T.S. Alfabetização com as Boquinhas – livro do professor: São José dos Campos: Pulso Editorial, 2007.
JARDINI, R.S.R.; GOMES, P.T.S. Alfabetização com as Boquinhas – caderno do aluno: São José dos Campos: Pulso Editorial, 2008.
PITTMAN, J. The future of the teaching of reading. Trabalho apresentado na Conferência Educacional do Educational Records Bureau, New York, nov. 1, 1963.
SANTOS, M. T. M.; NAVAS, A. L. G. P. (Orgs.) Distúrbios de leitura e escrita. Barueri: Manole, 2002.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
WATSON, D. What exactly do you mean by the term "kid watching"? In: O. COCHRANE. (Ed.) Questions and answers about whole language. Winnipeg: Richard C. Owen, p. 98-104, 1994.








© Todos os Direitos Reservados ao Método das Boquinhas - Renata Jardini

domingo, 25 de setembro de 2011

"COMO ESTRELAS NA TERRA"

UM FILME MARAVILHOSO
"Este filme que aqui vos sugiro vem marcar a grande evolução que se tem feito na arte ao serviço da Educação.Resolvi destacar no blog um filme de Bollywood. Marcou-me de tal maneira que decidi compartilhá-lo.
É acima de tudo a prova de como a arte e a educação são importantes ferramentas de estímulo ao desenvolvimento de uma pessoa quando aplicadas intencionalmente para a sua felicidade, independente do problema que tiver.Como Estrelas no Céu retrata a história de Ishaan Awasthi, entre 8 e 9 anos, que já repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano) e corre o risco de repetir de novo. As letras dançam à sua frente, como diz, e não consegue acompanhar as aulas nem focar a sua atenção. O seu pai acredita apenas na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan com muita rudez e falta de sensibilidade. Após serem chamados à escola para falar com a directora, o pai da criança decide levá-lo para um internato, sem que a mãe possa dar opinião alguma. Tal atitude só faz regredir em Ishaan a vontade de aprender e de ser uma criança. Ele visivelmente entra em depressão, sentindo falta da mãe, do irmão mais velho, da vida... e a filosofia do internato é a de "disciplinar cavalos selvagens". Inesperadamente, um professor substituto de artes entra em cena e logo percebe que algo de errado estava a acontecer com Ishaan. Não demorou para que o diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e vontade de viver.Espero que gostem.....acreditem que vale a pena...uma preciosidade dentro da temática DISLEXIA."

sábado, 24 de setembro de 2011

TDAH e cérebro Melhor

quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Adiando os sintomas de Alzheimer com treinamento cerebral
A doença de Alzheimer é uma das mais temidas na atualidade, pois trata-se de uma doença que afeta o cérebro e causa a perda progressiva e irreversível das funções mentais. Como forma de alertar o mundo, o dia 21 de setembro foi eleito o Dia Mundial da Doença de Alzheimer e, nesta época do ano, várias associações ao redor do mundo realizam atividades para informar a população sobre a doença.
Essa mobilização é importante porque um relatório divulgado pela Alzheimer Disease International indica que 75% dos portadores de Alzheimer não são diagnosticados e, consequentemente, não são orientados em como amenizar seus sintomas. Estima-se que 36 milhões de pessoas convivam com o problema no mundo.
Apesar de ainda não haver cura, pesquisadores têm descoberto que é possível adiar o aparecimento dos sintomas da doença de Alzheimer e, com isso, proporcionar qualidade de vida aos pacientes por mais tempo. Um estudo conduzido por uma equipe canadense de pesquisadores encontrou novas evidências de que o treinamento cerebral em idosos pode melhorar significativamente a memória e adiar os primeiros sintomas da doença de Alzheimer em 2 a 3 anos.
Os resultados publicados na revista Brain – A Journal of Neurology indicam que a esperança para idosos com risco de desenvolverem Alzheimer pode estar na plasticidade cerebral. De acordo com autora principal deste estudo, a Dra. Sylvie Belleville, da Universidade de Montreal, pensava-se que a plasticidade cerebral diminuía com a idade, entretanto o estudo demonstrou que esse não é o caso, mesmo nos estágios iniciais da doença de Alzheimer.
A hipótese que ficou comprovada com este estudo é de que certas células tradicionalmente envolvidas em outros processos do cérebro poderiam temporariamente ser recrutadas para auxiliar através de um simples programa de treinamento de memória, uma vez que elas ainda não haviam sido atingidas pela doença.
Os pesquisadores trabalharam com trinta idosos, sendo 15 saudáveis e 15 com comprometimento cognitivo leve (CCL), uma condição marcada por problemas de memória suficientes para serem notados e mensurados, mas ainda sem comprometer a independência da pessoa. As pessoas com CCL possuem um risco 10 vezes maior de desenvolverem a doença de Alzheimer.
Utilizou-se exames de ressonância magnética funcional para analisar a atividade cerebral nos dois grupos seis semanas antes do treinamento de memória, uma semana antes e também uma semana depois do treinamento. Antes do treinamento de memória, os exames mostraram atividade em áreas tradicionalmente associadas à memória e, como era esperado, uma atividade menor foi observada no grupo com CCL.
Após o treinamento, os exames dos idosos com CCL mostraram atividade aumentada nas áreas tradicionalmente associadas à memória, mas também em novas áreas do cérebro geralmente associadas ao processamento da linguagem, à memória espacial e de objetos, e ao aprendizado. Basicamente, a área saudável do cérebro assumiu novas funções no lugar da área comprometida.
Com isso, não apenas os pesquisadores conseguiram observar esse compartilhamento de tarefas entre áreas distintas do cérebro, mas também notaram uma melhora de 33% no número de respostas corretas dadas pelas pessoas com CCL durante uma tarefa de memória após o treinamento.
O programa de treinamento de memória utilizado foi desenvolvido para ajudar as pessoas com CCL a desenvolver estratégias, como o uso de mnemônicos, e promover a codificação e resgate, como através de listas de palavras, utilizando áreas alternativas do cérebro.
Postado por Cérebro Melhor às 07:14:09 em Científico (41) Comentários (0)
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Como o exercício físico pode ajudar na memória e aprendizagem
Os benefícios do exercício físico para a saúde em geral já são bem conhecidos e amplamente divulgados pela mídia. Seus benefícios para o cérebro também já foram assunto de artigos anteriores em nosso site, porém uma pesquisa recente identificou o exercício físico como sendo o fator chave para a produção de neurônios nas regiões do cérebro associadas à aprendizagem e memória.
Então é de se supor que toda a população esteja se exercitando, não é? O problema é que muitas pessoas têm dificuldade para começar e manter uma rotina de exercícios. Alguns dados indicam que metade das pessoas que começam um programa de exercícios físicos param já nos primeiros 6 meses. Essa desistência está geralmente associada à falta de uma qualidade chamada por alguns pesquisadores de “auto-eficácia”, ou a confiança de uma pessoa em relação a objetivos específicos.
Se você faz parte dessa estatística, não se desespere, pois nem tudo está perdido. Pesquisadores da University of Illinois, nos EUA, exploraram como algumas estratégias e habilidades cognitivas podem auxiliar as pessoas a desenvolverem auto-eficácia, principalmente os idosos.
Um estudo recente do US National Institute of Aging, demonstrou uma relação causal entre o exercício físico e a produção de novas células funcionais no cérebro de camundongos, processo também conhecido como neurogênese ou regeneração do cérebro. Essas novas células foram produzidas principalmente nas regiões associadas à aprendizagem e à memória, justamente as regiões mais afetadas por doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
De acordo com a Dra. van Praag, responsável pelo estudo, os camundongos tiveram o maior aumento de novas células quando jovens, o que demonstra a importância da atividade física durante a juventude para o desenvolvimento cerebral. Entretanto, como a neurogênese continua ao longo da vida, a pesquisadora sugere que esses benefícios resultantes do exercício físico são significativos para todas as faixas etárias.
Outro estudo, também patrocinado pelo US National Institute of Aging, queria saber se habilidades e estratégias cognitivas específicas podiam melhorar a adesão de idosos a programas de exercícios. Recrutou-se 177 participantes, entre homens e mulheres na faixa dos 60 a 70 anos, que foram submetidos a um programa de exercícios três vezes por semana, durante um ano.
Pesquisadores mediram a auto-eficácia através de um questionário sobre se e com qual frequência a pessoa estabelecia objetivos para si mesma, monitorava seu progresso, gerenciava seu tempo e se engajava em outros comportamentos que exigiam autocontrole. Também aplicaram testes cognitivos que avaliavam a memória espacial, habilidade de multitarefa e a capacidade de inibir respostas indesejadas, o que coletivamente podem ser classificadas como funções executivas.
Descobriu-se que algumas habilidades e estratégias aumentaram a aderência do participante ao programa de exercícios. A habilidade de multitarefa e a capacidade de inibir respostas indesejadas contribuíram significativamente para a aderência por aumentar a auto-eficácia, bem como o uso mais freqüente de estratégias de autocontrole.
Esse estudo, publicado no American Journal of Preventive Medicine identificou três estratégias para você aumentar sua auto-eficácia e começar a se exercitar: lembrar de sucessos anteriores, observar outros fazendo algo que você acha intimidador e recrutar o apoio de outras pessoas.
Como as habilidades cerebrais diminuem com a idade, o fato de elas influenciarem a aderência ao programa de exercícios mostra que os idosos seriam os maiores beneficiados ao adotarem as estratégias para melhorar sua auto-eficácia. Além disso, como uma habilidade cerebral melhora quanto mais a usamos, uma forma de melhorar a auto-eficácia seria através do desenvolvimento de atividades intelectuais específicas, como exercícios para o cérebro.
Postado por Cérebro Melhor às 16:32:27 em Científico (41) Comentários (0)
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Como nosso cérebro resolve quebra-cabeças
Quem não gosta de quebra-cabeças? Toda vez que resolvemos um quebra-cabeças, como forma de recompensa nosso cérebro libera uma substância chamada dopamina, o que nos dá um imenso prazer. Pesquisas recentes sugerem que, além dessa recompensa, a simples ideia de resolver um quebra-cabeça geralmente coloca nosso cérebro num estado receptivo e lúdico que, por si só, já nos proporciona uma fuga prazerosa.
Quando resolvemos um problema, utilizamos basicamente dois processos, um analítico e outro intuitivo. A resolução de problemas pelo processo analítico requer o uso da inferência e da tentativa e erro, enquanto o processo intuitivo está mais associado à famosa “sacada”. Pesquisadores acreditam que esses dois processos não utilizam necessariamente as mesmas habilidades cerebrais, porém a solução criativa de problemas geralmente requer tanto análise quanto intuição, fazendo com que nosso cérebro alterne entre esses dois estados mentais até encontrarmos a solução.
Esse estado criativo em que a análise e intuição trabalham juntas utilizando todos os modos de pensamento gerou uma teoria chamada de memória inteligente. Este conceito é polêmico, pois acaba com a ideia de que um hemisfério do cérebro está mais associado à criatividade e até levou a outro conceito que questiona a prática do famoso brainstorming.
Estudos de neuroimagem avaliaram o que acontece no cérebro de pessoas se preparando para resolver um quebra-cabeças. Resultados sugerem que uma certa “assinatura” na atividade preparatória, que está fortemente correlacionada ao bom humor, pode ser observada no cérebro de pessoas mais propensas a resolverem quebra-cabeças utilizando a intuição instantânea do que a tentativa e erro. Essa assinatura inclui a ativação de uma área do cérebro que fica ativa quando a pessoa expande ou estreita sua atenção. Nesse caso de solução pelo processo intuitivo, os pesquisadores acreditam que o cérebro expande sua atenção, tornando-se mais aberto a distrações e a conexões nervosas mais fracas.
Para avaliar a influência do humor sobre a forma de se resolver quebra-cabeças, os pesquisadores fizeram com que pessoas assistissem a um vídeo antes. As pessoas que assistiram a um vídeo de comédia resolveram mais quebra-cabeças no geral, e significativamente mais pelo processo intuitivo, quando comparados às que assistiram a vídeos assustadores ou chatos.
A ideia de que o bom humor contribui para uma melhor solução criativa de problemas está presente em diversos estudos, inclusive um que o relaciona com a capacidade de notar mais detalhes visuais. A implicação é que um bom humor nos induz a um estado atencional mais amplo e difuso, que nos permite a enxergar e perceber mais, além de pensar de maneira mais ampla. E essa mesma técnica utilizada para resolvermos quebra-cabeças poderia ser, guardadas as devidas proporções, aplicada na resolução de problemas na vida real.
O problema é que nem sempre a intuição necessária para a solução de problemas de maneira criativa aparece no momento que mais precisamos. Segundo o autor de um conceito chamado de intuição estratégica, nossas melhores ideias surgem quando menos esperamos. É uma intuição diferente da intuição comum, aquela mais parecida com um sentimento vago, pois se trata de um pensamento claro. Também difere da intuição especializada, aquela relacionada com julgamentos instantâneos associados a padrões familiares, pois é lenta. A intuição estratégica é aquela que lhe fornece uma ideia clara para uma ação e que pode ficar “cozinhando” na sua cabeça por um bom tempo até emergir, justamente o que não acontece numa sessão de brainstorming.
Para os que não estão familiarizados com o termo, brainstorming é um processo colaborativo de geração de ideias em que vários participantes contribuem livremente com ideias para resolver um problema específico. A crítica do autor a essa prática é que ela não proporciona um momento calmo e contemplativo que precede a intuição estratégica, ou o lampejo criativo.
Já o conceito da memória inteligente refere-se à habilidade de juntar os vários pedaços da nossa memória num pensamento consistente e criativo. Ela é composta de três elementos: pedaços de memória (experiências, informações e conhecimento); as conexões entre esses pedaços; e o processo mental característico que mistura e combina os pedaços e conexões, criando um pensamento mais sofisticado. Segundo os autores do conceito, essa é uma habilidade que pode ser desenvolvida em qualquer momento da vida. O processo basicamente passa por aumentar a capacidade da memória de trabalho, da memória de longo prazo e da atenção, desenvolver técnicas para enxergar melhor as conexões entre essas informações e aprender a relacioná-las de maneira inteligente para se obter soluções criativas.
Esses conceitos já são utilizados por empresas para orientar o método de geração de soluções criativas em grupo. Começa por um processo de análise e discussão conjunta do problema a ser resolvido, seguido pela dispersão do grupo para que cada participante tenha a oportunidade de ter uma intuição estratégica e volte com uma boa ideia. Depois, o grupo se reúne novamente para avaliar as ideias e aperfeiçoar a melhor delas. Desta forma, o método contempla tanto os processos intuitivos quanto os analíticos da criatividade. E se isso tudo for feito com bom humor, os resultados tendem a ser até melhores.
Postado por Cérebro Melhor às 15:54:19 em Científico (41) Comentários (0)
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Não acredite em tudo que seus olhos veem
A neurociência explica que, apesar de nossas sensações parecerem precisas e verdadeiras, elas não necessariamente reproduzem a realidade física do mundo. Isso porque os mecanismos que, na maioria das vezes, reproduzem corretamente os estímulos físicos que chegam até o cérebro são os mesmos responsáveis por nossos sonhos, ilusões e lapsos, como se os sinais recebidos pelos nossos cinco sentidos não fossem processados corretamente pelo cérebro.
Portanto, a famosa expressão “ver para crer” nem sempre é verdadeira. Mais correto estava Sócrates quando disse: “Tudo que sei é que nada sei”. Ainda mais quando se está diante de uma imagem criada para iludir o seu cérebro – uma ilusão visual – justamente o tipo de experiência em que a percepção não corresponde à realidade física.
O estudo de ilusões visuais é de suma importância para se compreender os mecanismos básicos da percepção sensorial, bem como para se encontrar a cura de muitas doenças do sistema visual. Mas, enquanto os pesquisadores utilizam essas ilusões para fins científicos, nós podemos utilizá-las para fins didáticos e de entretenimento. E, por que não, também exercitarmos nossas habilidades de visão espacial! Veja a seguir uma seleção de ilusões visuais muito interessantes.
Essa é uma ilusão que desafia a gravidade e foi considerada a melhor ilusão do ano de 2010 por um concurso americano. O truque envolve uma construção tridimensional de quatro rampas que aparentam descer para fora do centro. Quando bolas são colocadas nas rampas, elas estranhamente sobem a rampa, como se um imã as tivesse atraído.
Esse truque, criado pelo japonês Kokichi Sugihara, é rapidamente compreendido quando a construção é vista de uma perspectiva diferente – cada rampa está na verdade descendo para o centro. Nosso cérebro é enganado porque assumimos que cada coluna de sustentação é vertical e que a coluna do centro é a mais alta. Mas na realidade, as colunas e as rampas estão inclinadas para criar a ilusão.
Essa é uma ilusão tão intrigante quanto simples. As duas imagens da Torre de Pisa são idênticas, mas a da direita nos passa a impressão de estar um pouco mais inclinada do que a da esquerda, como se tivesse sido fotografada de outro ângulo.
A explicação é que nosso cérebro é enganado por seu próprio mecanismo de construir uma imagem mental 3D a partir de uma imagem 2D, enquanto tenta tratar as duas imagens como se fizessem parte de uma única cena. O cérebro interpreta que os dois objetos deveriam convergir no horizonte, como se fosse num desenho em perspectiva, porém, como eles não convergem, pensamos que estão desalinhados. Essa habilidade do cérebro é inconsciente e acredita-se que é desenvolvida durante a infância.
Veja nas imagens acima como um simples truque pode lhe ajudar a perder peso nas fotos – basta virar a foto do seu rosto de cabeça para baixo. Como você pode ver acima, as duas fotos são idênticas, porém somos levados a crer que a foto que está de cabeça para baixo tem um rosto mais longo e, portanto, mais fino.
Esse truque funciona porque nosso cérebro percebe o formato do rosto usando as proporções relativas dos elementos da face, como os olhos, nariz e boca. Então, quando essas proporções são invertidas ao virarmos a foto, a nossa percepção do formato do rosto é distorcida.
Postado por Cérebro Melhor às 08:55:59 em Curiosidades (13) Comentários (0)
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Déficit de atenção e treinamento cerebral
O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade), mais conhecido simplesmente como déficit de atenção, é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade e é tido como a principal causa de fracasso escolar.
Pesquisas em várias regiões do mundo estimam que o déficit de atenção esteja presente em cerca de 3% a 5% das crianças. E em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas sejam mais brandos.
O tratamento geralmente indicado baseia-se em medicamentos e psicoterapia. Porém, se nossa atenção pode ser melhorada através de exercícios, será que esses mesmos exercícios também podem auxiliar no tratamento do déficit de atenção? Pesquisas ao redor do mundo indicam que sim, mas a questão não é tão simples assim.
Primeiro é importante entendermos melhor esse transtorno que, apesar de ser chamado de déficit de atenção, pode ser mais bem definido como um problema no controle intencional da atenção ao invés de um déficit puro na habilidade de prestar atenção. Essa distinção, fundamentada por um corpo crescente de evidências neurocientíficas, é muito importante para a compreensão desse distúrbio tão impactante na sociedade.
Pais de crianças com TDAH, por exemplo, podem achar difícil de aceitar que uma criança que consegue passar horas absorta num videogame tenha um problema de atenção. Professores podem ficar confusos com um estudante que é totalmente dedicado à aula de música, mas é distraído ou disperso em outras aulas.
A Dra. Martha Denckla da Johns Hopkins University, nos EUA, explica que o problema está mais associado a como a atenção é alocada, pois alocar a atenção de forma apropriada para o sucesso escolar requer um grau de auto-controle para deixar de lado uma atividade preferida e focar numa atividade que pode não ser tão interessante ou recompensadora naquele momento.
Ainda não existe um consenso na comunidade científica sobre o que realmente pode estar acontecendo de errado nos cérebros dos indivíduos com TDAH. Existem várias teorias tentando explicar o transtorno: uma falha na inibição de reações, um problema com a memória de trabalho, a forma como a informação é processada no tempo, ou até padrões conflitantes de atividade neural. Cada uma dessas teorias oferece pistas intrigantes, mas ainda não respondem todas as questões.
No livro ADHD and the Nature of Self-Control, escrito pelo Dr. Russel Barkley, ele defende que os tratamentos mais efetivos são os baseados em medicação e em estratégias comportamentais, pois o TDAH trata-se mais de um problema de conseguir fazer o que se sabe do que de saber o que fazer. Essas estratégias compreendem desenvolver métodos para os alunos com TDAH serem lembrados constantemente das regras da sala de aula, por exemplo, ou de quebrar objetivos de longo prazo em vários objetivos de curto prazo, associados a recompensas.
Segundo o Dr. David Rabiner, da americana Duke University, esse tipo de abordagem ao tratamento representa mais um gerenciamento dos sintomas do que uma cura e, consequentemente, quando se para com o medicamento e com as estratégias, os sintomas tendem a retornar. Por isso, o tratamento é de longo prazo e os sintomas melhoram à medida que o sistema de auto-controle do cérebro amadurece e o indivíduo aprende a aplicar essas estratégias ao longo da vida.
Porém ele argumenta que, considerando que o cérebro possui plasticidade, ainda mais durante a infância, seria possível que crianças com TDAH tivessem resultados mais duradouros fazendo exercícios cognitivos. Esse raciocínio está embasado em estudos recentes que fornecem evidências animadoras.
Por exemplo, pesquisas recentes demonstraram que um treinamento computadorizado para memória de trabalho diminuiu os sintomas de TDAH e que esse benefício persistiu além da duração do treino em si. Também existe uma série de estudos em neurofeedback, um tipo de tratamento que tenta ensinar os indivíduos a alterar e controlar aspectos básicos do funcionamento cerebral, em que mudanças duradouras também foram relatadas.
Um desses estudos com treinamento computadorizado foi muito comentado pela mídia em 2005, sendo liderado pelo Dr. Torkel Klingberg, do Instituto Karolinska, na Suécia. O estudo consistia em avaliar a eficácia de um treinamento para a memória de trabalho num grupo de 53 crianças com TDAH e idades entre 7 e 12 anos, sem medicação estimulante. As crianças foram avaliadas antes do treinamento, logo após as 5 semanas de treinamento e, novamente, 3 meses depois.
Os resultados mostraram efeitos positivos no raciocínio complexo, na inibição de reações e na redução nos sintomas de TDAH verificados pelos pais. E muitos desses efeitos permaneceram mesmo 3 meses após o treinamento. Devido a esses resultados promissores, outros estudos foram realizados e essa linha de pesquisa continua crescendo.
O campo do treinamento cerebral computadorizado para ajudar nos casos de TDAH ainda é muito recente, mas já possui muitas evidências animadoras e não há contra-indicação. Portanto, se você possui déficit de atenção, experimente exercitar sua memória de trabalho e sua atenção através de desafios variados, como os oferecidos pelo Cérebro Melhor, e veja como isso funciona para você.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

VERSÃO MODERNA DA CARTA DE CAMINHA

PARABÉNS PROFESSORA E ALUNOS DO COLÉGIO SANTA MARIA!
ACHEI TÃO INTERESSANTE !!!!!

VERSÃO MODERNA PARA A CARTA DE CAMINHA
Alunos da 1ª série do Ensino Médio reescrevem carta histórica
Os alunos da 1ª série do Ensino Médio do Colégio Santa Maria tiveram uma missão diferente durante a aula de Literatura. Os estudantes da turma A precisaram reescrever de forma criativa a Carta de Caminha, documento histórico que retrata o primeiro contato entre portugueses e indígenas em ocasião da ocupação portuguesa no Brasil, por volta de 1500. O trabalho fez parte dos estudos sobre o estilo literário Quinhetismo. Entre os inúmeros trabalhos, o que mais chamou atenção foi o texto elaborado por Lucas Silva Pereira e Tiago Bastos. Juntos, os alunos recriaram A Carta de uma forma inusitada. O texto foi feito em formato de e-mail.“O formato foi muito sugestivo. Além disso, eles construíram um relato sobre o Brasil, com algumas características muito bem abordadas”, elogiou Gisa, professora de literatura brasileira. A professora, que coordenou o trabalho, destacou também a agilidade do texto. “É interessante fazer um paralelo entre o texto original de Caminha e o texto dos jovens. Desta forma, o aprendizado é muito significativo e o texto ganha vida e dinamismo. Assim, a leitura fica mais prazerosa para os alunos e eles podem aprender mais sobre a origem da literatura brasileira, da qual fazemos parte e muitas vezes não a conhecemos”, destacou a professora. Confira na íntegra o texto escrito pelos alunos:
NOVA VERSÃO DA CARTA DE CAMINHA
Para: REIDEPORTUGAL_1500@hotmail.comDe: PERO.ESCRIVÃODELISBOA@gmail.comAssunto: Novo Mundo.
Saudações ao Rei!Estou enviando-lhe esse e-mail para mostrar o quão engraçada é esta terra!Uma terra com muito potencial de desenvolvimento, porém que não evolui significativamente. Isto não por causa de estrangeiros como nós, mas sim, pelos seus nativos. Alguns até investem para ter um retorno muito grande, já que seus habitantes não o fazem como deveriam. Suas grandes companhias, criadas há tempos, foram vendidas, e como elas tinham grande influência, estrangeiros são pessoas que possuem grande poder político. Vale a pena ressaltar que, infelizmente, muitos nativos também desvalorizam a própria cultura, dando mais valor a várias outras...Enfim, voltando ao relato. Chegamos! Ao desembarcar, no aeroporto de uma região, desejamos firmar os objetivos. Quase tudo está concentrado numa região chamada Sudeste. Tendo em vista esta informação, fui até lá. Mas o aeroporto estava uma bagunça, o que me fez demorar ainda mais.Nas ruas, muita sujeira. Uma região considerada desenvolvida com tantos problemas para serem resolvidos...Além disso, se o idioma não fosse o português e tivéssemos que usar o inglês, estaríamos fritos, uma vez que quase ninguém pelas ruas fala o inglês... Apenas e “muito mal” o português brasileiro.Como pode ver, temos muitas chances de converter o povo nativo. Basta citar GLOBALIZAÇÃO ao invés de COLONIZAÇÃO! Sem mais,Pero Vaz de Caminha em Versão Atualizada.P.S.: Ouça meus conselhos...

domingo, 18 de setembro de 2011

CÉREBRO MELHOR


Novidade
Como o exercício físico pode ajudar na memória e aprendizagem
Foto: Reprodução internet - CLIQUEM NO FINAL DO TEXTO EM CÉREBRO MELHOR E APROVEITEM!!!!
Os benefícios do exercício físico para a saúde em geral já são bem conhecidos e amplamente divulgados pela mídia. Seus benefícios para o cérebro também já foram assunto de artigos anteriores em nosso site, porém uma pesquisa recente identificou o exercício físico como sendo o fator chave para a produção de neurônios nas regiões do cérebro associadas à aprendizagem e memória.
Então é de se supor que toda a população esteja se exercitando, não é? O problema é que muitas pessoas têm dificuldade para começar e manter uma rotina de exercícios. Alguns dados indicam que metade das pessoas que começam um programa de exercícios físicos param já nos primeiros 6 meses. Essa desistência está geralmente associada à falta de uma qualidade chamada por alguns pesquisadores de “auto-eficácia”, ou a confiança de uma pessoa em relação a objetivos específicos.
Se você faz parte dessa estatística, não se desespere, pois nem tudo está perdido. Pesquisadores da University of Illinois, nos EUA, exploraram como algumas estratégias e habilidades cognitivas podem auxiliar as pessoas a desenvolverem auto-eficácia, principalmente os idosos.
Leia o artigo completo no site do Cérebro Melhor

FAMÍLIA / ESCOLA

EDUCAÇÃO INTEGRAL: ESCOLA E FAMÍLIA
Ruth Coutinho Staedele
Psicopedagoga Clínica e Educadora Especial

Resumo

A escola e família constituem dois contextos de desenvolvimento fundamentais na vida das pessoas. O artigo mostra, a partir de pesquisa bibliográfica e de experiências vividas no cotidiano, que as relações interpessoais são fundamentais para a evolução do indivíduo mostrando também suas limitações e suas possibilidades.Questões sobre vínculos familiares e a importância da rede social para a sustentação da família também são discutidas.Mostramos as funções da escola e sua influência nas pessoas em desenvolvimento. Apontamos a importância das inter-relações entre escola e família, visando facilitar a aprendizagem e o desenvolvimento integral do ser.A integração entre esses dois contextos é destacada como um grande desafio, onde a inclusão social será vista de uma forma holística onde todos procuram a felicidade e a humanização do ser.


Palavras-chave: Família. Escola. Educação.Inclusão



1. INTRODUÇÃO

A escola e a família são duas instituições que contribuem na formação do indivíduo, pois são responsáveis pela construção do conhecimento. Portanto é a escola e a família que atuam no crescimento físico, intelectual emocional e social destes indivíduos de forma distinta ou peculiar.
Na escola, os conteúdos curriculares asseguram a instrução e o conhecimento do indivíduo, havendo uma preocupação central com o processo ensino-aprendizagem. Já, na família, os objetivos são diferentes, direcionando-se para o processo de socialização, a proteção e o desenvolvimento no plano social, cognitivo e afetivo. Queremos mostrar neste artigo, a importância da família e da escola no desenvolvimento humano. A primeira parte trata da família, do seu espaço e dos vínculos familiares. Na segunda parte a escola é destacada como um contexto de desenvolvimento, refletindo sobre a sua função social, as suas tarefas e seus papéis no mundo contemporâneo.a terceira apresenta argumentos na direção de estimular o envolvimento entre família e a escola.Enfatizamos a necessidade de não medir esforços para compreender cada vez mais, as relações família-escola, de modo a assegurar que estes ambientes sejam espaços efetivos para a aprendizagem e que a inclusão de todos possa existir.

2. A FAMÍLIA COMO CONTEXTO NO DESENVOLVIMENTO HUMANO


A família é vista como um núcleo social responsável pela transmissão de valores, costumes e idéias que estão presentes no cotidiano da sociedade.Ela tem uma grande influência no comportamento dos indivíduos, principalmente das crianças, que aprendem formas diferentes de ser, de ver o mundo e de interagir com ele.

E é através das interações familiares que se dão às transformações na sociedade e que também influenciarão todos os membros familiares e também os diferentes ambientes que compõem os sistemas sociais, dentre eles a escola. Esta por sua vez tem uma força propulsora no desenvolvimento da pessoa. Portanto, todas as transformações sociais e tecnológicas mudam os padrões familiares e os papéis de seus membros, afetando diretamente a maneira de viver e interagir no seu dia a dia.Todas essas habilidades sociais iniciam na família e se estendem também para os outros ambientes onde a criança, o adolescente ou mesmo o adulto interage, provocando os movimentos salutares ou surgindo problemas.

A família também é responsável pela transmissão de valores afetivos e culturais de uma geração para outra. Essa transmissão possibilita o compartilhar de regras, valores e perspectivas, valorizando o potencial de cada membro familiar a viver experiências diversificadas se integrando em grupos e vivendo todas as experiências possíveis.

2.1 A ESCOLA COMO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

A escola é um lugar onde se cria conhecimento, onde existe o envolvimento com um grande número de pessoas com características diferenciadas. É nesse espaço físico, social e cultural que os indivíduos se desenvolvem globalmente, mediante atividades diversas realizadas dentro do contexto escola.É também nesse espaço que as pessoas trocam idéias e conhecimentos e interagem entre si. Essas interações são contínuas e atuam no desenvolvimento da criança de maneira muito natural. O professor deverá ser mediador e aceitar todo o conhecimento prévio que a criança traz, apostando e criando condições para que o aluno se manifeste e que possa ser ouvido, propiciando momentos de interação e trocas onde todos serão beneficiados.

A maneira como os espaços escolares são ocupados, e as relações interpessoais e a equipe comprometida com a comunidade favorecem o desenvolvimento e a educação das crianças.A escola também deve ter um Projeto Político Pedagógico onde tudo deve estar bem explicitado, qual a função de cada membro da escola, tudo bem definido, preto no branco. Este plano pode ajudar a equipe escolar e a comunidade a determinar trabalhos que possam ajudar a transformar a realidade cotidiana em algo mais positivo. Que este PPP não permaneça guardado, mas que tenha efetiva praticidade, que seja de fácil execução.

Na escola o aluno tem rotinas, em que os objetivos educacionais se dirigem à convivência em grupo e também projetos destinados à coletividade, as demais atividades são acadêmicas se esperando que os alunos articulem os conteúdos de forma a utilizá-los no seu dia-a-dia.

A escola, então, deve ter uma postura altruísta, chamando todas as pessoas envolvidas na instituição escolar bem como a comunidade local, para assumirem uma atitude aberta e comprometida.É importante que a escola reveja seus valores sobre o desenvolvimento e sobre o processo de aprendizagem.

A formação de cidadãos conscientes depende da escola partilhar com a família sua responsabilidade. É preciso saber dividir essa responsabilidade social e ambiental com todos os integrantes que fazem parte desse meio que é instituição escolar e familiar.

Nas relações escola e família, vale a pena lembrar que os conhecimentos vivenciados pela família podem ser empregados como mediadores para a construção dos conhecimentos científicos trabalhados na escola. Nestas relações não podemos deixar de falar na inclusão onde a cooperação de todos é indispensável para que tenhamos uma sociedade mais justa e igualitária.

Quando existe a cooperação dos três setores escola, família e comunidade como um todo, as relações se estabelecem, exigindo mais qualidade pelo ensino havendo um desenvolvimento de valores, atitudes e habilidades fundamentais ao enfrentamento dos desafios da vida contemporânea.

O segredo do sucesso é justamente promover um diálogo próximo com a comunidade valorizando as idéias e filtrando-as para que melhor se possam realizá-las em comunhão com toda a comunidade onde todos os segmentos estejam incluídos e não só parte de pessoas excluídas.Esta participação efetiva vai ter reflexo na integração escola-família, assegurando uma continuidade entre todos estes segmentos.


3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar das dificuldades e dos desafios que a escola enfrenta, não podemos deixar de reconhecer que seus recursos são indispensáveis para a formação global do indivíduo. Por isso devemos acionar redes sociais com toda a comunidade escolar. A escola é um espaço de-senvolvimento humano bem como a família. Assim é fundamental que façamos políticas que assegurem a aproximação entre esses dois contextos, Para superar os desafios por que passam as escolas devemos promover a colaboração entre escola e família, tarefa que também não é fácil, mas que vem despertando o interesse de várias comunidades.

Sabemos que é um trabalho de formiguinha, mas que não podemos esmorecer, pois sabemos que é através da educação que o indivíduo se desenvolve e aprende a conhecer a vida em todos os aspectos. Acreditamos que os professores e os pais possam fazer a diferença no seu cotidiano e que mais ou menos dias os resultados aparecerão. Os conflitos serão muitos, mas com persistência e amor podemos promover condições para que o indivíduo cresça num ambiente sadio onde tenha possibilidades e as suas necessidades supridas.

Referências bibliográficas

Novaes, Adenáuer Marcos Ferraz de –Evangelho e Família

MINHAS FILHAS, MEUS AMORES, MEDITEM...








CLIQUEM SOBRE O TEXTO QUE ELE AUMENTA.



AMO VOCÊS DEMAIS!!!!!!



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

ALFABETIZAÇÂO

OLÁ COLEGAS PROFESSORAS, A OFICINA DE TEXTO É MUITO LEGAL
Material organizado para o Seminário de Formação Continuada de Professores:
Desafios e Perspectivas da Secretaria Municipal de Educação de Fazenda Rio Grande.
Realização ICEET- Instituto de Ciência, Educação e Tecnologia
Autora: Vera
OFICINA DE REESCRITA DE TEXTO
veraferronato@gmail.com – fone: 32741632/ 99925672
Abaixo, há textos impressos (de autor) com problemas intencionalmente produzidos
para esta oficina, como sugestão de material de apoio, a fim de atender algumas
dificuldades específicas de sala ou de determinados alunos.
1. Reescrita de texto (segmentação de palavras)
Uma menina de 7 anos leu um livro que conta a história de um gato.
Como lição de casa, a professora pediu que ela escrevesse sua opinião sobre esse
livro. Veja o que ela escreveu:
Eu achei maisoumenos porque
sempre a parecia em todas as folhas
de papel uma mesma palavra
chamada gato e já da va para
saber oque a história ia contar
lendo as páginas 1,2,3.
O livro era muito curto e fácil
eo desenho era sempre o mesmo.
Acho que para ficar mais legal a
história devia ser uma grande aventura.
Circule os 7 erros que aparecem no texto. Escreva na folha como a menina deveria
ter escrito esse texto.
2. Reescrita de texto (problemas de ortografia e paragrafação)
A lenda que você vai ler tem origem européia. Mas a pessoa que a escreveu não
dominava bem a Língua Portuguesa e cometeu oito erros. Circule-os no texto.
Em seguida, reescreva o texto corretamente, organizando-o em quatro parágrafos.
• O primeiro parágrafo fala sobre o pedido de clemência de prisioneiro.
O segundo parágrafo comenta o que disse o diretor do presídio.
O terceiro parágrafo mostra a atitude do prisioneiro após ouvir o diretor.
O quarto parágrafo trata da salvação do homem e do milagre que aconteceu na
semana de Páscoa.
Símbolos da Páscoa: ovos e coelhos
Uma lemda européia nos comta que um prisioneiro
comdenado a morte pedia clemência, dizendo-se inocente. O
diretor do presídio retrucou que só acreditaria em sua
inocência se uma das coelias pusesse um ovo. O condenado,
então, rezou à Virgem Maria pedindo que o salvasse da
morte. Na manhã seguite, a coelia havia à virgem Maria
pedindo que o salvasse da morte. Na manhã segite, a coelia
havia botado um ovo e o homem foi savo. O milagre
aconteceu na Semana da Páscoa.
3. Reescrita de texto (letra maiúscula)
Quase todas as letras maiúsculas do texto abaixo “encolheram” e se transformaram
em minúsculas. Descubra as palavras que deveriam começar com letra maiúscula, usando
estas regras: toda palavra que inicia uma frase e todo nome próprio devem ser escritas
com letra maiúscula. Sabendo disso, circule essas palavras no texto e, em seguida, copieo
corretamente.
Carequinha
carequinha é um dos palhaços mais populares do circo brasileiro. nasceu em rio
bonito, rio de janeiro, em 1915. veja como ele conta seu nascimento: “minha
mãe, que era aramista e trapezista, estava andando no arame quando sentiu as
dores do parto. aí desceu e deu à luz ao carequinha, dentro da barra do circo”.
esse era o circo peruano, da família savalla. sobre a vida no circo, recorda: “ a
nossa vida do circo: viajar, viajar muito – isso é muito bom!”. Foi pioneiro na
televisão brasileira, tendo apresentado nela o primeiro programa infantil.
CARVALHO, Raimundo, MOTA, Ivan Luís B. Circo Universal.
Belo Horizonte: Dimensão, 2000, p. 35.
4. Reescrita de texto ( problemas ortográficos)
Leia este texto que selecionamos para você e conheça o pintor que gostava de
brincar com formas coloridas. Mas atenção! O texto não foi revisado. Descubra quais
palavras não estão escritas corretamente. Cada vez que encontrar uma palavra com erros,
circule-a com lápis-de-cor.
As cores de Volpi
“Era uma casa muinto engraçada, não tinha teto, não tinha nada.”
Muita gente conhece essa música, mas se você quer mesmo conhecer
casas engrassadas tem de cohecer o tralho de pintor Alfredo Volpi. Ele
pintou paisagens, bandeirinhas, barcos e muitas casas com janelas e
5.Reescrita de texto ( problemas de pontuação)
No texto abaixo faltam sinais de pontuação. Reescreva-o, empregando corretamente
os sinais de pontuação.
6. Reescrita de texto ( problemas de coesão)
portas diferetes. Nasceu na Itália em 1896 e veio para o Brasil como
imigramte ainda bem pequininho. Começou pitando grades painés em
paredes. Depois passou a retratar as casas do bairro omde morava e
paisagems do litoral de São Paulo. Com o tenpo isso mudou. As pessoas
foram sumimdo, os telhados desaparecedo, passando a destacar as
portas e janelas. Volpi não gostava só de pitar, ele também fazia suas
telas esticando o tecido de linho sobre os pedaços de madeira. Ele ainda
fabricava suas timtas misturando gema de ovo, verniz, óleo e
pigmentos, que conseguia moemdo terra colorida. Quando as telas
ficavam promtas ele construía as molduras.
Texto baseado em informações do site www.recreionline.abril.com.br
Prrriiir!!
Os meninos tinham um campinho de futebol ao lado da
estação de trem tanto treinaram e tanto jogaram que até acabaram
organizando um time direitinho com camisetas chuteiras traves e juiz
mas logo no primeiro dia de jogo o diretor da ferrovia chegou para eles
e disse jogar pode mas sem juiz senhor diretor aí não dá mas por que
sem juiz é que toda vez que ele apita uma falta parte um trem.
CARVALHO, S. Construindo a escrita: gramática e ortografia. São Paulo:
Editora Ática, 2002.
Uma criatura incrível
O jacaré é um animal noturno. O jacaré parece um animal préhistórico,
e a aparência do jacaré é grotesca e a pele do jacaré é
super resistente.
O jacaré possui mandíbulas poderosas capazes de partir uma
árvore ao meio, mas o jacaré é uma presa fácil para o ser humano.
Ele mata o jacaré e vende a pele do jacaré.
ATIVIDADES DE PRODUÇÃO E REESCRITA
ATIVIDADE 1
1. Nós damos o começo da história e você narra o meio e o fim. Não esqueça de
fazer um título adequado.
__________________________________
Serginho encontrou um sapinho solitário e imediatamente o adotou. Pegou-o com
muito cuidado, colocou o bichinho no bolso e, com o coração aos pulos, foi pedir à
mãe para ficar com ele:
- De jeito nenhum! – disse ela.
Foi aí que Serginho se lembrou de um jeito infalível de convencê-la...
Ele tentou de tudo e tentou insistiu que a mãe de sergio deixou o sérgio
ficou com o sapinho. E eles ficaram brincando de muitas coisas. E o sapinho
comia isetos no café do manhã, e dormia imbaixo da cama de Sergio. E
viveram felizes para sempre.
Paulo – 3º ano
Reescrever o texto acima.
ATIVIDADE 2
PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
Que tal escrever com seus colegas uma receita diferente e, depois publicá-la no
mural da escola, junto com as histórias que vocês produziram?
Preparando
Antes de começarem a escrever, leiam a seguir uma receita de bruxa. Prestem
bastante atenção como foi escrito:
Poção da Infelicidade
Ingredientes
1 litro de lágrimas
2 xícaras (de chá) de inveja
3 colheres (de sopa) de mágoa
1 colher (de café) de angústia
Modo de fazer
Ferva as lágrimas
Acrescente a inveja e mexa bem
Sem parar de mexer, acrescente a mágoa e a angústia
e deixe ferver mais cinco minutos.
Desligue e deixe esfriar.
Atenção: Não prove, pois uma colher de sopa equivale a um dia de
infelicidade.
Vamos combater a poção da bruxa?
Então sejam criativos e escrevam uma receita para deixar as pessoas bem felizes!
1. Com seus colegas, escreva no caderno os ingredientes e as quantidades.
2. Expliquem como se faz a poção de vocês, bem detalhadamente.
3. Indiquem se vai ao forno, na panela...
4. Determinem o tempo de preparo.
5. Escolham um nome para a receita da poção.
Revisando
Revisem o texto que vocês escreveram, verificando se:
a) está dividido em duas partes: ingredientes e modo de fazer;
b) contém todos os ingredientes necessários;
c) apresenta detalhadamente como fazer a poção;
d) foi dado um nome adequado à poção.
Publicando
1. Passem o texto a limpo em uma folha avulsa.
2. Ilustrem a receita com desenho ou colagem.
3. Exponham a receita da poção que combate a poção da bruxa no mural da sala.
ATIVIDADE 3
Continuando a história...
Imagine que Iara inconformada com a situação da água do rio em que habitava,
pediu ajuda ao seu amigo Curupira, para descobrir o que estava acontecendo. Então
Curupira resolveu seguir o leito do rio em direção a cidade e encontrou com você e seus
amigos, juntos resolveram ajudá-lo.
Use da fantasia e não esqueça de contar:
Qual foi o problema encontrado por vocês?
O que vocês fizeram para resolver a situação?
Como Iara agradeceu?
A Iara pede ajuda para o Curupira e ele aseita ajuda-la ele vai marjeando
o rio daí ele vê eu e minha turma ele pede para ajudar ele e nós aceitamos e
continuamos seguir em frente logo adiante um homem jogando veneno no rio.
E daí pensamos no poblema e depois de horas minha amiga da a idéia de
nós ir na secretaria do Meio Anbiente. No dia seguinte fomos chegando lá
pedimos para falar com oreponsavel entramos na sala e pedimos a ele que
proibirem os venenos e ele deichou. No outro dia fomos contar a Iara ele
agardeseu. Fomos lá no dia seguinte ela deu um espelho de ouro para cada um
de nós.
Reescrever o texto acima.
ATIVIDADE 4
RELATÓRIO
Escreva um texto caprichado relatando como foi o passeio que fizemos pelos pontos
turísticos de Curitiba?
Preparando
1. Quem foi: a(s) turma(s), professor(es) e outros.
2. Em que dia foram, a hora que saíram e voltaram do passeio.
3. Qual o meio de transporte foi usado.
4. No seu caderno, anote os lugares visitados e o que viu lá: Bosque do Alemão
(mirante, Casa da Bruxa, trilha de João e Maria), Parque Tanguá, Ópera de Arame,
Bosque do Papa e Museu Niemeyer.
5. De que mais gostou e por quê.
6. Alguma coisa interessante que ocorreu durante o passeio.
Revisando
1. Leia o texto, observando se:
a. não esqueceu da data, hora e quem foi ao passeio;
b. não esqueceu de mencionar alguma atividade ou local visitado;
c. mencionou de mais gostou e se ocorreu algo interessante durante o
passeio;
d. as palavras estão grafadas corretamente;
e. a pontuação foi utilizada adequadamente.
2. Troque a sua produção com um colega, para que um revise o texto do outro.
3. Leia com atenção o texto do colega e sugira alterações, se forem necessárias.
4. Releia seu texto, considerando os comentários do colega.
5. Se for preciso, faça as alterações sugeridas.
Publicando
1. Depois de revisado e, se necessário, reescrito, passe o seu texto a limpo em uma
folha avulsa.
2. Procure uma foto ou desenhe um dos lugares visitados.
3. Não se esqueça de colocar seu nome.
4. Organize com seus colegas uma exposição dos textos produzidos.
Reescrita do relatório
Eu achei o paseio muito legal mesmo, principalmente o Bosque Alemão e o
bosque do papa, foi o melhor paseio da minha vida! Eu só sei que se você a
qualquer outro lugar, eu não iria, a mehor parte foi a história da bruxa e o
parquinho, se eu não fosse no passeio eu não sei o que eu faseria, só sei que
quoisa boua é que não seria, conhecio o Bosque Alemão, eu nunca nem ouvi
fala do Bosque Alemão, ele é o melhor parque do mundo a eu não posso
esquecer, passar na frente do Museu foi bem legal, demais.
ATIVIDADE 5
Anúncio Classificado
No dia de seu aniversário, você ganhou aquele bichinho de estimação que tanto queria.
Após alguns dias, você acorda, escova os dentes, troca de roupa e vai alimentá-lo. Você o
chama, mas ele não vem. Então, percebe que ele desapareceu...
Preparando
1. Pense para quem você vai escrever (amiguinhos, adultos, vizinhos...)
2. Escreva em letras bem grandes PROCURA-SE.
3. Use uma folha avulsa para escrever o classificado.
4. Descreva as características físicas do animal: raça, tamanho, cor, jeito de ser (bravo,
tranquilo, mansinho ...)
5. Mencione o nome do seu bichinho.
6. Onde foi visto pela última vez.
7. Se houver uma pista, ou para entregar o bichinho, coloque o contato (seu nome,
endereço, telefone, e-mail).
Revisando
Com seu colega, leia o texto, observando se:
a. apresenta as principais informações sobre o bichinho;
b. informou seu contato;
c. está escrito com clareza;
d. utilizou adequadamente a pontuação;
e. as palavras estão grafadas corretamente.
Publicando
1. Passe a limpo numa folha resistente (cartolina, papel-cartaz etc.).
2. Se tiver uma fotografia, cole-a na folha.
3. Depois combine com os colegas onde irão colocar os classificados.
Reescrita de texto
PROCURA-SE !!!
Um cachorro da raça SHIUAUA de 39 centímetros. O cachorro é beje claro com
manchas marrons e olhos pretos. O cachorro é manso e medroso, late muito, mas atende
pelo nome de BILÃ. Meu cachorro se perdeu no dia 30 de junho de 2009, na minha rua que
é Érico José de Mio, bairro Campina do Siqueira.
Se achalo, comunicar-se com Ana Paula
Telefone: 8847-8317
3374-1265
e-mail: anapaula@hotmail.com
Reconpensa-se bem!!
ATIVIDADE 6
Informativo científico
Beija-flor
A comida do beija-flor é néctar das flores.
Ele é muito pequenino.
O único pássaro que desafia a lei da gravidade, andar para trás.
O beija-flor gosta de ar puro.
E ele é muito, mas muito corajoso, pois ataca os seus inimigos onde vaza os
seus olhos.
Beija-flor é o único que consegue alimentar-se no ar.
Vive a maior parte do tempo parado no ar e nunca cansa.
Nair - 4º ano
Análise Lingüística de Texto
Texto 1
Aprimeira viagem do meu cachorro foi da
cidade até a fazenda no camião do meu pai.
Quando nós entramos, colocamos o bob na
caminha no nossos pés. Mais quando o camião
se movimentou ele subiu no meu colo para ver
o movimentos dos carros e das pessoas.
Quando chegamos na fazenda foi a maior
festa, ele coreu a trás das galinha e dos
carneiros pois ele nunca tinha estado em um
lugar de tantos animais.
Mas logo ele acostumou-se.
Partes do enredo:
•exposição ( ou introdução ou apresentação) é a parte na
qual se situa o leitor diante da história que irá ler;
•complicação ( desenvolvimento) é parte do enredo na
qual se desenvolve o conflito ou os conflitos;
•clímax é o momento culminante da história, isto quer
dizer que o momento de maior tensão, no qual o conflito
chega a seu ponto máximo;
•desfecho ou conclusão é a solução dos conflitos.
Gênero: Texto Narrativo

domingo, 11 de setembro de 2011

MULHER MADURA - VOCÊ MULHER QUE JÁ VIVEU...



A mulher madura, por Affonso Romano de Sant'Anna


O rosto da mulher madura entrou na moldura de meus olhos.De repente, a surpreendo num banco olhando de soslaio, aguardando sua vez no balcão. Outras vezes, ela passa por mim na rua entre os camelôs. Vezes outras, a entrevejo no espelho de uma joalheria. A mulher madura, com seu rosto denso esculpido como o de uma atriz grega, tem qualquer coisa de Melina Mercouri ou de Anouke Aimé.Há uma serenidade nos seus gestos, longe dos desperdícios da adolescência, quando se esbanjam pernas, braços e bocas ruidosamente. A adolescente não sabe ainda os limites de seu corpo e vai florescendo estabanada. É como um nadador principiante, faz muito barulho, joga muita água para os lados. Enfim, desborda.A mulher madura nada no tempo e flui com a serenidade de um peixe. O silêncio em torno de seus gestos tem algo no repouso da graça sobre o lago. Seu olhar sobre os objetos não violam as coisas, mas as envolvem ternamente. Sabem a distância entre seu corpo e o mundo.A mulher madura é assim: tem algo de orquídea que brota exclusiva de um tronco, inteira. Não é um canteiro de margaridas jovens tagarelando nas manhãs.A adolescente, com o brilho dos seus cabelos, com essa irradiação que vem dos dentes e dos olhos, nos extasia. Mas a mulher madura tem um som de adágio em suas formas. E até no gozo ela soa com a profundidade de um violoncelo e a sutileza de um oboé sobre a campina do leito.A boca da mulher madura tem uma indizível sabedoria. Ela chorou na madrugada e abriu-se em opaco espanto. Ela conheceu a traição e ela mesma saiu sozinha para se deixar invadir pela dimensão de outros corpos. Por isto as suas mãos são líricas no drama e repõem no seu corpo um aprendizado da macia paina de setembro e abril.O corpo da mulher madura é um corpo que já tem história. Inscrições se fizeram em sua superfície. Seu corpo não é como na adolescência uma pura e agreste possibilidade. Ela conhece os mecanismos, apalpa suas mensagens, decodifica as ameaças numa intimidade respeitosa.Sei que falo de uma certa mulher madura localizada numa classe social, e os mais politizados têm que ter condescendência e me entender. A maturidade também vem à mulher pobre, mas vem com tal violência que o verde se perverte e sobre os casebres e corpos tudo se reveste de uma marrom tristeza.Na verdade, talvez a mulher madura não se saiba assim inteira ante seu olho interior. Talvez a sua aura se inscreva melhor no olho exterior, que a maturidade é também algo que o outro nos confere, complementarmente. Maturidade é essa coisa dupla: um jogo de espelhos revelador.Cada idade tem seu esplendor. É um equívoco pensa-lo apenas como um relâmpago de juventude, um brilho de raquetes e pernas sobre as praias do tempo. Cada idade tem seu brilho e é preciso que cada um descubra o fulgor do próprio corpo.A mulher madura está pronta para algo definitivo.Merece, por exemplo, sentar-se naquela praça de Siena à tarde acompanhando com o complacente olhar o vôo das andorinhas e as crianças a brincar. A mulher madura tem esse ar de que, enfim, está pronta para ir à Grécia. Descolou-se da superfície das coisas. Merece profundidades. Por isto, pode-se dizer que a mulher madura não ostenta jóias. As jóias brotaram de seu tronco, incorporaram-se naturalmente ao seu rosto, como se fossem prendas do tempo.A mulher madura é um ser luminoso e repousante às quatro horas da tarde, quando as sereias se banham e saem discretamente perfumadas com seus filhos pelos parques do dia. Pena que seu marido não note, perdido que está nos escritórios e mesquinhas ações nos múltiplos mercados dos gestos. Ele não sabe, mas deveria voltar para casa tão maduro quanto Yves Montand e Paul Newman, quando nos seus filmes.Sobretudo, o primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem o que perderam em não espera-la madurar. Ali está uma mulher madura, mais que nunca pronta para quem a souber amar.Affonso Romano de Sant’Anna, 15 de setembro de 1985

MULHERES NA PRESSÂO - Marta Medeiros



“... Ainda desejamos provar para o mundo que yes, we can.Claro que as mulheres podem tudo, está sacramentado. Mas será que devemos querer tudo? Onde foi parar nosso critério de seleção? Já não sabemos distinguir o que é prioridade e o que pode ficar em segundo plano: tudo virou prioridade. E só uma mulher supersônica consegue ter eficiência absoluta em todos os quesitos: melhor mãe, melhor amiga, melhor filha, melhor namorada, melhor esposa, melhor profissional, melhor dona-de-casa e melhor bunda. É morte por exaustão na certa.Eu proponho, nesse Dia Internacional das Mulheres, que a gente dê uma folga para nós mesmas. Vamos mudar de assunto. Que se pare de falar de mulheres que conseguiram engravidar aos 57 anos, que perderam 30 quilos em duas semanas, que beijaram 28 caras em duas noites de carnaval, que aprenderam a ganhar dinheiro sem sair de casa, que visitaram 46 países nos últimos dez anos, que sobreviveram a tragédias, que conseguiram domar as melenas, que são executivas completas, que possuem duas centenas de sapatos, que três semanas depois de separar já estão felizes nos braços de outro, que preparam um risoto de funghi em dez minutos, que têm disposição para rolar no chão com os filhos, que assistiram todos os filmes em cartaz, que aparentam ter 15 anos menos, que exibem uma barriga de tanquinho um mês depois de parir, que lembram trechos dos clássicos que leram na época da faculdade, que superaram traumas, que arranjam tempo para fazer pilates, ioga, musculação e drenagem linfática. Dá orgulho, eu sei, mas é uma competência e uma autopromoção que beira o irreal.Estou com saudade de ler e ouvir sobre as adoráveis qualidades dos homens. Eles merecem voltar a ser valorizados. Isso ajudaria a reduzir nosso estresse e a nos dar uma situada. Com menos holofotes, deixaremos de nos cobrar tanto e recuperaremos um pouco da paz de nossas avós.”Martha Medeiros, 8 de março de 2009.

VICTOR MANUEL E MARAVILHAS

LA MUSICA Y LOS ESTADOS SUPERIORES DE CONCIENCIA

VICTOR MANUEL GUZMAN VILLENA

el colibri dorado


Cada mañana el pianista rumano Dinu Lipatti tocaba la coral de Bach, Y cada día ejecutaba esta pieza con mayor claridad y sencillez. Enfermo de leucemia dio su último concierto, en plena ejecución le fallaron las fuerzas y no pudo interpretar hasta el final el programa previsto. Se despidió con la coral, sin fuerza ya, tocó la pieza hasta la línea que dice: “Él es la fuerza de mi vida”. Los espectadores quedaron profundamente impresionados pero experimentaron una profunda calma interior, era como abrirse el cielo y todos se volvieron uno que partían junto con el Maestro que acaba de morir.

Si aprendemos a escuchar de vez en cuando una cantata de Bach, nos sumergimos en la música: dejamos que la música penetre en nuestros oídos, en nuestro corazón, en todo nuestro cuerpo renovándonos. Y esto nos ayudará a recogernos, y con frecuencia cada vez que escuchemos a Bach sentiremos una profunda quietud, más intensa y larga. Allí nos sentiremos protegidos por el misterio de la música penetrando con amor. La música nos sume en una profundidad que no siempre alcanzamos a través del silencio, ya que la música nos recoge y nos lleva a lo profundo, de esta suerte se eleva nuestros corazones y almas.

Para mí y para muchas personas la música es una importante senda hacia la quietud; nadie debería privarse de este camino, Otras personas pueden vincular la senda de la meditación en silencio con la música. La meditación en silencio las abre para la música; y, cuando después de meditar, escuchan música, la perciben con intensidad aún mayor.

Al final del día, muchas personas carecen de energía para leer algo o simplemente no les gusta. Tampoco son capaces de concentrarse cuando quieren calma: están demasiado cansadas para ello. Por lo que a menudo lo que hacen en sentarse frente al televisor con la esperanza de sosegarse. Pero ocurre lo contrario, la televisión produce stress con tantas imágenes que ni siquiera durante el sueño nocturno pueden desprenderse de ellas y más bien producen una sobrecarga de tensión que repercute en el organismo y provoca la aparición de enfermedades y anomalías patológicas que impiden el normal desarrollo y funcionamiento del cuerpo humano. Por ello es importante configurar una situación consciente para aprovechar con alegría las últimas horas del día. Esa posibilidad es elegir música con criterio y exponerse a ella. Cada cual tiene su música preferida e intuirá qué es lo que le conviene. Al elegir la música escuchamos nuestro interior para reconocer qué es lo que en este preciso momento puede hacernos bien.

Con frecuencia podemos escuchar una cantata de Bach, a veces un concierto de violín o piano de Mozart, una sinfonía de Beethoven, el vals de Strauss o la música de cámara de Vivaldi, para citar unos pocos. Así que aunque estemos molestos o enfadados, al escuchar la música, iremos cediendo y dando paso a un profundo anhelo de amor, tal como es la infinita belleza de la ...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

PSIQUÊ/ LIMITES NA ADOLESCÊNCIA






Dossiê
Os limites no final da Adolescência
São os limites impostos pelo orgânico, o anímico, o familiar e o social que marcam a adolescência, particularmente a sua etapa final, e que impactam a vida emocional, podendo gerar comportamentos defensivos

Por Gleyp Costa






Em 1977, a OMS definiu como adolescência a etapa da vida compreendida entre os 10 e os 20 anos de idade – período geralmente subdivido em três fases pelas estatísticas de saúde pública: inicial (10 a 13 anos), média (14 a 16 anos) e final (16 a 20 anos). Contudo, atualmente, a tendência é situá-la entre os 15 e os 24 anos, idade em que uma parte expressiva dos filhos ainda reside com os pais e deles depende economicamente. Além desse prolongamento da adolescência, consta-se um apagamento de suas fronteiras, que se estabelece em consonância com a progressiva liquidez dos vínculos humanos, apontada por Bauman (2003) em sua análise sociológica da pós-modernidade. Como resultado, o termo “adolescência” tornou- se sinônimo de comportamentos característicos das dificuldades inerentes a essa etapa crucial do desenvolvimento, entre os quais se destaca a desobediência aos limites. Não obstante, são os limites impostos pelo orgânico, o anímico, o familiar e o social que marcam a adolescência, particularmente a sua etapa final. Neste trabalho, vamos abordar alguns desses limites e seu impacto na vida emocional do adolescente, gerando, em muitos casos, comportamentos defensivos.

Um importante limite se impõe ao adolescente por volta dos 18 anos, em consequência da culminação do processo de destituição da autoridade paterna, quando então se vê na contingência de renunciar à ilusão de contar para sempre com um pai supridor e substituí-lo por outro, cuja tarefa consiste tão somente em sustentar palavras. Essa mudança ocorre simultaneamente com o fortalecimento do erotismo genital, em boa medida, até então, investido no crescimento do corpo e experimentado sob a forma de gozo orgânico. A partir desse momento, rompe-se o limite determinado pela discrepância, vigente desde o início da vida, entre a pulsão e a capacidade de satisfazê-la, tornandose o seu desenlace através do coito impostergável. Com o descenso do ideal endogâmico, o adolescente ingressa em um novo espaço conotado com um signi ficado diferencial a partir do estabelecimento de metas ligadas às atividades laborais e ao amor em um contexto extrafamiliar (Maldavsky, 1992).



Impacto e os desdobramentos anímicos do final da adolescência
Paulo, atualmente com 36 anos, queixa-se de apresentar períodos de desânimo, de facilmente sentir-se diminuído diante dos colegas de profissão e, com alguma frequência, de julgar que desconhecidos estão pondo dúvida em sua masculinidade. Quando procurou a ajuda de um analista, acabara de se separar de sua primeira esposa, e seus sintomas haviam piorado bastante, a ponto de encontrar-se com dificuldade para trabalhar. Aos 17 anos, Paulo sentia-se muito franzino para enfrentar os colegas da escola e com sérias dificuldades de se aproximar das garotas de sua idade. Acredita que foi a partir dessa idade que começaram a surgir os seus sintomas, atenuados na ocasião com a compra de uma moto. A aquisição de motos e carros mais potentes e mais valiosos, aliás, tem sido uma tônica na vida de Paulo, ocorrendo sempre que se sente diminuído. Muitos outros detalhes da vida desse paciente reforçam a constatação evidenciada pela clínica e desenvolvida neste trabalho de que um número bastante grande de indivíduos não consegue superar os limites dos contingenciamentos físicos e emocionais do final da adolescência, determinando o surgimento de sintomas que tendem a se agravar com as exigências da vida adulta e a perda real dos pais. No caso de Paulo e de muitos outros, de ambos os sexos, torna-se evidente o caráter homossexual desse aferramento à figura paterna.







O caminho do crescimento


Segundo a OMS, adolescência está entre os 10 e os 20 anos de idade. No entanto, a tendência é situá-la entre os 15 e 24 anos, pois é grande o número de jovens que ainda dependem economicamente dos pais
No entanto, o sucesso nessa incursão em espaços e vínculos extrafamiliares somente é atingido após o percurso de um caminho difícil ao longo das etapas anteriores da adolescência, com barreiras que cobram, para serem ultrapassadas, a elaboração de lutos, o estabelecimento de novas representações, a constituição de novas identificações e, como meta mais exitosa, o acesso a formas de maior complexidade nas relações com o outro – uma conquista que institui a alteridade e, por consequência, a genitalidade adulta. Quando, então, tudo o que era percebido como quantidade se organizará como qualidade psíquica, e o desejo buscará o além de mim. Nessa caminhada, o indivíduo não encontrará jamais a satisfação plena e definitiva, mas construirá sentidos para a sua vida em uma gama infinita de possibilidades na sua relação com o desconhecido outro. Nesse respeito pelo desconhecido, nascem a ética e a hospitalidade no relacionamento humano. No plano amoroso, o princípio de autoconservação se entrelaça com o princípio de conservação da espécie sob a égide da pulsão sexual (Levinas, 1961; Ventura e Royo, 1994; Derrida, 2003; Nosek, 2009).

Ao mesmo tempo, o pré-consciente se reestrutura com base na realidade consensual, admitindo a incompletude humana e o juízo sobre a inevitabilidade da morte, particularmente após a perda de entes queridos que, a partir dessa etapa da vida, começam a ocorrer naturalmente. Isso é possibilitado pela hegemonia do ego real definitivo e do juízo de existência conferido por esse desenvolvimento egoico, quando, então, o indivíduo adquire a capacidade de sublimar as aspirações pré-genitais, as quais vão gerar a pulsão social, que reinveste a representação grupo no contexto laboral e institucional.

Não obstante, essa abertura para o universo exogâmico não raro revela impasses e disfarces, os quais se expressam, de um lado, pelo estancamento libidinal e, de outro, pela pseudomaturidade como forma de evitar as exigências da vida adulta. Nessa linha, o esporte, a arte, a religião e até mesmo o estudo são canais que, muitas vezes, facilitam essa fuga. Por outro lado, o uso exagerado de mecanismos de defesa, como a desmentida e a desestimação, pode gerar, com o tempo, graves manifestações psicopatológicas, entre as quais psicoses, perversões e enfermidades psicossomáticas.



Grande parte dos indivíduos não consegue superar os limites físicos e emocionais do final da adolescência, determinando o surgimento de sintomas que tendem a se agravar na vida adulta



O termo “adolescência” tornou-se sinônimo de comportamentos característicos das dificuldades inerentes a essa etapa crucial do desenvolvimento



Tipos de libido

A libido estancada pode ser de dois tipos: narcisista e objetal. No estancamento da libido narcisista, a angústia se apresenta como pânico hipocondríaco, prevalente nos adolescentes que desenvolvem condutas aditivas. No estancamento da libido objetal, um sadismo irrefreável não tem objeto sobre o qual recair, promove um tipo particular de afeto tóxico e gera uma angústia violenta que não pode ser processada, se transformando em estado letárgico, no qual falta o matiz afetivo que confere qualidade aos processos pulsionais. Entretanto, na maioria das vezes, essas manifestações dos estados de êxtase libidinal narcísica e objetal são episódicas, não chegando a se estruturar como quadros estáveis (Almasia e Scokin, 1994).

De fato, a desmentida da perda do pai provedor implica um esforço por conservar uma posição homossexual, sendo que, no caso da mulher, a meta geralmente é feminilizar a figura paterna. Os adolescentes se rebelam não apenas contra o que os pais procuram sustentar com suas palavras e certas normas impostas pela sociedade, mas também contra seus próprios processos intrapsíquicos que percebem conduzi-los a uma vida adulta inevitável (Maldavsky, 1992).



• Reelaboração do narcisismo •
Há hoje uma notória ênfase à profunda submissão do adolescente a um estado de aparente plenitude e ao prazer imediato. Essa busca frenética pela felicidade absoluta é muito discutida pelo sociólogo Zygmunt Bauman. Suas obras são referência na análise da sociedade líquida. O médico e psicanalista José Outeiral tem em sua obra Adolescer o cenário dos conflitos desta pós-modernidade. Alguns traços como velocidade, cultura do descartável, banalização, fragmentação, mundo de imagens, virtualidade, globalização, dessubjetivação, desterritorialização, des-historicização, entre outros fatores são abordados na evidência de incertezas e dúvidas diante de uma adolescência cada vez mais precoce.




REFERÊNCIAS
ALMASIA, A. e SCOKIN, M. S. “Transformaciones en la adolescencia media”. In: NEVES, N. e HASSON, A.
(1994). Del suceder psíquico: Erogeneidad y estructuración del yo en la niñez y la adolescência. Buenos Aires: Nueva Visión.
BAUMAN, Z. (2003). Amor líquido: Acerca de La fragilidad de los vínculos humanos. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2005.
DERRIDA, J. “Desconstruindo o terrorismo”. In: BORRADORI, G. (2003). Filosofi a em tempo de terror: Diálogos com Habermas e Derrida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
FREUD, S. (1905[1901]). Fragment of an analysis of a case of hysteria. S.E., V. 7.Londres: Hogarth Press, 1975.
_______ (1911). Psycho-Analytic notes on an autobiographical account of a case of paranoia (dementia paranoides). S.E., V. 12. Londres: Hogarth Press, 1975.
LEVINAS, E. (1961). Totalidade e infi nito. Lisboa: Edições 70, 1988.
MALDAVSKY, D. (1992).Teoria y clinica dos processos tóxicos: Adicciones, afecciones psicossomáticas, epilepsias. Buenos Aires: Amorrortu.
NOSEK, L. (2009). “Corpo e infi nito: notas para uma teoria da genitalidade”. 46º IPA Congress, Chicago.
VENTURA, A. e ROYO, S. “Adolescência tardia”. In: NEVES, N. e HASSON, A. (1994). Del suceder psíquico:
Erogeneidad y estructuración del yo en la niñez y la adolescência. Buenos Aires: Nueva Visión.

Gleyp Costa é membro titular e didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre (SBPdePA)


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sobre o livro TEIAS de Maria Tereza Maldonado

TEIAS

É possível mudar em qualquer época da vida. No entanto, fazer mudanças significativas para estimular nosso desenvolvimento pessoal não é tarefa fácil. Exige determinação, persistência e a consciência de que somos responsáveis por nossas escolhas, com o poder de construir nossos caminhos.

LIMITES NA INFÂNCIA

Dossiê
Limites na infância
A dificuldade que os pais sentem em estabelecer limites pode advir de fantasias criadas antes mesmo do nascimento da criança. O limite deve ser entendido de forma mais ampla e num sentido restrito do termo

Por Rosa Lang


No final do século XVIII, a infância passou a ter um lugar de destaque na família e na sociedade. Até então, era vista como um adulto em miniatura. Com a descoberta de Freud de que “os histéricos sofriam de reminiscências” (1893), o foco da pesquisa da origem da doença psíquica se deslocou do presente para o passado do paciente.
O estudo desses processos inconscientes e da gênese dos conflitos neuróticos resgatou o infantil no adulto, com a reconstituição dos acontecimentos infantis. Com o conhecimento dos processos primários, do desenvolvimento da libido (oral, anal e fálica), da amnésia infantil, agressão e repressão, Freud abriu as portas ao mundo mental da criança e o seu adoecimento psíquico.
À medida que as descobertas da Psicanálise avançavam, surgia nos psicanalistas o interesse na adoção de medidas educativas que pudessem prevenir os sintomas neuróticos. O conceito de repressão, sexualidade e agressão contido na primeira tópica do aparelho psíquico teve uma repercussão na educação das crianças na época.
A partir da segunda metade do século XX, a sociedade sofreu grandes mudanças e, dentre estas, a repressão passou a ser vista como sinônimo de frustração e neurose: a liberdade do sexo e maior permissividade ao comportamento agressivo, sendo o slogan dos jovens “é proibido proibir”. E qualquer limite deveria ser rompido.

Limites na escola
Nos dias de hoje, uma das queixas mais frequentes dos pais e da escola é a dificuldade de se colocar limites. Sendo proibido proibir, tudo passa a ser permitido, dificultando o amadurecimento da criança e o perceber do outro, já que o outro se constitui na diferença do eu. Limite é proteção, é algo que nos faz crescer como sujeito inserido numa sociedade. A criança sem esta proteção e cuidado pode buscar o limite em situações de risco. Os trabalhos de Winnicott sobre Distúrbios Antissociais mostram relação entre privação e delinquência. A mentira, o roubo e atitude antissocial são, muitas vezes, maneiras extremas de buscar a atenção que faltou. Para o autor acima citado, a criança que rouba ou mente busca o objeto e, nesta atitude, existe a esperança de encontrá-lo.



O bebê recebe as projeções e transferências dos pais, que ajudam na constituição do seu vínculo parental e familiar, mas que podem criar uma barreira afetiva que distorce a comunicação mãe-bebê
No entanto, Freud (1911) fala da importância do domínio do Princípio do Prazer pelo Princípio da Realidade na organização psíquica e aponta como as transformações do ego prazer em ego realidade permitem à criança ser capaz de adiar satisfações tão necessárias à vida.
No entanto, isto só seria possível com a superação do princípio do prazer pela recompensa de não perder o amor do objeto. Entretanto, completa Freud, “falha, se uma criança mimada pensa que possui esse amor de qualquer jeito e não pode perdê-lo, aconteça o que acontecer” (p. 284). O amor sem limites é importante na primeira infância, quando o bebê precisa de uma atenção integral, contudo, na medida em que vai se tornando sujeito inserido numa sociedade, precisa introjetar a lei e as normas sociais para o convívio com o outro, ou seja, sair do narcisismo em direção à relação objetal.
A dificuldade que os pais sentem em estabelecer limites pode advir de fantasias criadas antes mesmo do nascimento da criança – o bebê idealizado. O bebê, ao nascer, recebe as projeções e transferências materna e paterna. Essas projeções e transferências são estruturantes quando buscam identificar no bebê semelhanças com os outros membros da família. Neste sentido, ajudam na constituição do vínculo parental e familiar.

Freud fala da importância do domínio do Princípio do Prazer pelo Princípio da Realidade na organização psíquica



A sociedade passou por mudanças. Antigamente, a criança era vista como um adulto em miniatura
Contudo, nem sempre ocorre assim. Os lutos não elaborados, a rivalidade entre irmãos, segredos, doenças familiares, culpas e outros conflitos podem ser reativados com a gravidez e o nascimento desse bebê. Estes fantasmas criam uma barreira afetiva na percepção do bebê real, distorcendo a comunicação mãe-bebê, interferindo na capacidade de reverie (imaginação) da mãe.
O limite deve ser entendido de forma mais ampla e num sentido restrito do termo. O primeiro trata da capacidade parental de atender às necessidades vitais do bebê de conter e traduzir as angústias primárias e sustentar emocionalmente o bebê. Estas sustentação e contenção contínua funcionam como este continente-limite, em que se criam as condições do psiquismo se desenvolver plenamente, principalmente no primeiro ano de vida. O bebê, no contato com o corpo materno, vai estabelecendo as fronteiras entre o eu e o mundo externo; base para a formação da representação mental de um corpo contornado por eu-pele que o delimita do não eu. E a realidade fora da órbita simbiótica passa a ter existência. Nos chamados transtornos globais do desenvolvimento, a percepção deste aspecto corporal não pode ser totalmente alcançada. A criança mantém a fantasia de um corpo único – dois em um.
Frustração e prazer
Na medida do crescimento físico e emocional, o bebê passa a explorar o mundo ao redor e outras necessidades vão surgindo. O bebê que tudo podia começa a se dar conta dos primeiros limites – dos primeiros nãos. A relação prazerosa com a mãe cria condições de o bebê suportar melhor a frustração e adiar o prazer. No entanto, quando as transferências e projeções alienantes ocorrem e o bebê não é visto, a qualquer sinal de frustração ele reage de maneira intensa com choro, crises de birra, raiva, já que a resistência à frustração é mínima. A partir do segundo ano de vida, com a aquisição do domínio motor, a criança reage à dor e à frustração com uma hiperatividade física que funciona como uma comunicação, da mesma maneira que o choro foi um dia. Na medida do desenvolvimento psíquico, a criança passa a ter outras formas de elaborar a frustração, muitas delas próprias do crescimento. O brincar só ou na presença do outro é um desses recursos saudáveis da criança, que passa a ser o termômetro de saúde mental.

A difi culdade que os pais sentem em estabelecer limites pode advir de fantasias criadas antes mesmo do nascimento da criança



Na medida em que vai se tornando sujeito inserido numa sociedade, a criança precisa aprender as normas sociais. No entanto, os pais sentem difi culdades em estabelecer limites
O limite neste momento do desenvolvimento tem o papel de proteção física, permitindo que gradativamente a introjeção do não ocorra em um processo imitativo dos pais.
O aparecimento da crise da oposição é a expressão desta identificação e, ao mesmo tempo, significa uma oposição ao objeto externo numa forma de autoafirmar o desejo de ser. Não ao objeto externo e, sim, para si mesmo.
O limite tem agora um sentido restrito. Visa à aquisição de introjeção da lei e da identifição- Édipo. A introjeção e a identificação farão parte do ego ideal pela saída do narcisismo primário e constituição do superego infantil.
A dificuldade de pôr limites que muitos pais sentem vem da culpa pela falta de tempo de se dedicar aos filhos. Eles acabam sendo permissíveis, na tentativa de compensar o incompensável. E, em alguns casos, acabam distorcendo a relação em que o ter afeto é substituído por ter presentes. O atendimento ilimitado aos desejos do filho e a incapacidade de manter firme a proibição cria distorção no relacionamento pais e filho, principalmente no aspecto do dar e receber. A inconstância parental em sustentar a lei mina a confiança da criança no objeto, que tem a função de ser um pilar no qual ela precisa para se constituir como sujeito.

• Quem ama, educa •


Psicoterapeuta de grande sucesso clínico e literário, Içami Tiba defende a adoção de regras na educação. Para ele, o bom e o mau exemplo influenciam a formação de crianças e adolescentes. Ele critica a falta de limites na criação dos filhos. Devido às atribulações da vida moderna, incluindo aqui a culpa pela falta de tempo, os pais não exigem comprometimento e não tornam seus filhos responsáveis. “Os filhos que não cuidam das próprias coisas, dos próprios pertences como brinquedos, roupas, entre outros, não vão cuidar dos pais na velhice. Essa educação tem que começar desde cedo, é o que eu preconizo no livro Quem Ama Educa, não simplesmente prover, cuidar e perdoar”, diz o autor. Segundo ele, os filhos, hoje, crescem como príncipes herdeiros, e não como sucessores empreendedores, que é o que a sociedade precisa.

REVISTA PSIQUE/ CIÊNCIA E VIDA / nº 68 / setembro-2011 - A melhor revista que Já assinei.