SÃO PAULO - Quem é que não gosta de ir às compras, passar a tarde no shopping ou aproveitar as melhores liquidações da cidade? O hábito pode até ser saudável, desde que não se torne exagerado.
O consumidor que ultrapassar essa linha entre o saudável e o exagerado pode se enquadrar em duas categorias: o comprador impulsivo e o comprador compulsivo.
Você sabe a diferença entre estes dois tipos?
Comprador compulsivo Caracterizada por especialistas como uma espécie de vício, a compra compulsiva é gerada por um desejo irresistível de comprar, uma tensão crescente que só passa após a aquisição de alguma coisa.
De acordo com a psicanalista e consultora de gestão psicoeconômica, Vera Rita de Mello Ferreira, muitas vezes a pessoa nem sabe o que quer ou precisa, mas a vontade é tão grande e persistente, que o item a ser adquirido é o que menos importa.
"Este problema normalmente acomete pessoas com baixa autoestima e em estágio leve ou moderado de depressão. O ato de comprar, pelo menos por um momento, é, para estas pessoas, prazeroso, causa alívio, dá a sensação de poder e liberdade", explica a especialista. "É uma forma de preencher o vazio que essas pessoas sentem", completa.
O grande problema, como na maioria das atitudes exageradas, é que os momentos agradáveis e as sensações de alívio causadas pelo ato passam rapidamente, dando lugar ao arrependimento, à culpa, à vergonha e, claro, aos problemas financeiros e pessoais.
Eles: entre os homens que sofrem com o problema, o principal objetivo ao comprar é conquistar a imagem de "O Homem Ideal".
Comprador impulsivo Menos grave, mas não menos importante, a compra impulsiva acontece como o próprio nome diz: por impulso.
"A pessoa sai para caminhar num dia qualquer e, por impulso, compra um carro", exemplifica Vera Rita.
Exageros à parte, é exatamente assim que acontece, sem planejamento e por um simples desejo momentâneo. Diferentemente da compra compulsiva, a impulsiva não chega a ser uma doença, mas certamente o hábito pode causar sérios problemas à saúde do seu bolso.
Uma dica da especialista para quem se enquadrar neste perfil é: sair sem muito dinheiro na carteira e deixar cartões e cheques em casa. Fica mais fácil resistir aos impulsos, quando não se pode pagar por eles.
* Vera Rita de Mello Ferreira é doutora (PUC-SP) e mestre (USP) em Psicologia Social e representante da Iarep (International Association for Research in Economic Psychology) no Brasil