terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cérebro Melhor

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Cérebro Melhor é um programa de exercícios personalizados na forma de jogos que comprovadamente ajudam você a melhorar sua capacidade de memória, atenção, linguagem, raciocínio lógico e visão espacial.

O Cérebro Melhor propõe exercícios, acompanha o seu desempenho, aumenta progressivamente a dificuldade dos jogos, identifica seus pontos fracos e dá dicas para você deixar seu cérebro cada vez mais em forma.

Experimente agora alguns dos jogos gratuitamente


Por que é importante manter o cérebro ativo?
- Aprender é modificar o cérebro com experiência. Quanto mais você se esforça, mais aprende, e melhor você fica naquilo que pratica.

- Por isso, o melhor remédio para a memória, a atenção e o raciocínio é... usar a memória, a atenção e o raciocínio!

- Manter o cérebro ativo também é fundamental para evitar as perdas que vêm com a idade.

- Motivação é fundamental. Vendo seu desempenho melhorar, você ganha autoconfiança e vontade de continuar aprendendo e mantendo seu cérebro sempre ativo.

- O cérebro custa caro em energia e nutrientes; todas as capacidades que não são usadas vão aos poucos enfraquecendo para ceder recursos às funções que são de fato úteis.

- Por isso é importante manter o cérebro ativo com atividades variadas. Mas isso não basta; um estilo de vida saudável também é fundamental.
A tristeza é uma emoção muito importante, e várias vezes é a única resposta razoável de um cérebro saudável.
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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ALFABETIZAÇÂO



Alfabetização é geralmente entendida apenas como processo de ensinar e aprender as relações fonema e grafema, ou seja, a compreensão da natureza alfabética da língua. Entendo a alfabetização como uma ação de "alfabetizar letrando", portanto ao disponibilizar e abrir espaço para a leitura e escrita na sala de aula, faço da alfabetização um instrumento de inserção no mundo marcado pela cultura escrita onde vivem as crianças. A questão é perceber a ação de alfabetizar letrando, não como mais um “modismo” em educação, mas como a possibilidade de ser usuário das práticas sociais de leitura e escrita. Segundo Soares (2003):

Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, no quadro das atuais concepções psicológicas, lingüísticas e psicolingüísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita se dá simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização, e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento. Não são processos independentes, mas interdependentes, e indissociáveis: a alfabetização se desenvolve no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e de escrita, isto é, através de atividades de letramento, e este, por sua vez, só pode desenvolver-se no contexto da e por meio da aprendizagem das relações fonema-grafema, isto é, em dependência da alfabetização. A concepção “tradicional” de alfabetização, traduzida nos métodos analíticos ou sintéticos, tornava os dois processos independentes, a alfabetização – a aquisição do sistema convencional de escrita, o aprender a ler como decodificação e a escrever como codificação – precedendo o letramento – o desenvolvimento de habilidades textuais de leitura e de escrita, o convívio com tipos e gêneros variados de textos e de portadores de textos, a compreensão das funções da escrita (p.12).

Lerner (2002), ajuda a refletir:

Ensinar a ler e escrever é um desafio que transcende amplamente a alfabetização em sentido restrito. O desafio que a escola enfrenta hoje é o de incorporar todos os alunos à cultura do escrito (...) é necessário reconceitualizar o objeto de ensino e construí-lo tomando como referência fundamental as práticas sociais de leitura e escrita. Pôr em cena uma versão escolar dessas práticas, que mantenha certa fidelidade à versão social (não escolar), requer que a escola funcione como uma microcomunidade de leitores e escritores (p.17).

Devemos nos preocupar em dar às crianças ocasiões de aprender. A língua escrita é muito mais que um conjunto de formas gráficas. É um modo de a língua existir, é um objeto social, é parte de nosso patrimônio cultural (Ferreiro, 2001, p. 103).

Para "decifrar" posso usar um método analítico (silábico, fônico) ou um método analítico (contos, palavração, sentenciação, natural), mas alfabetizar é muito mais do que conhecer um método. Nas leituras que fiz de Freire (2003) e Ferreiro (2001) percebi a alfabetização como um processo que emerge do uso das práticas sociais de leitura e escrita. Porém, a alfabetização foi percebida por muitos professores apenas como decifrar a relação fonema/grafema, tornando-se o grande entrave na rede pública de ensino.

É importante conhecer bem os métodos, pois as crianças são diferentes, têm formas diversas de aprender e construir significados. Muitas vezes, um método apenas não dá conta de atender a todas as crianças, por isso, saber como cada aluno compreende a leitura e escrita pode ajudar no planejamento dos encaminhamentos do professor. É preciso ter segurança no que se faz em sala de aula, para isso é necessário estudar, buscar, pesquisar e conhecer boas metodologias.

A sala de aula é um ambiente alfabetizador, assim como toda a escola. A maneira como é organizada reflete a postura do professor. "Espalhar coisas escritas" não garante aprendizagem, é preciso que os escritos tenham significado para a turma. Nas paredes posso observar o alfabetário, os textos trabalhados com a turma e as produções das crianças. O "canto de leitura" é um lugar na sala onde as crianças podem manusear diversos suportes de leitura, podendo ler sozinho ou em grupo. Ir à sala de leitura (biblioteca) com a professora deve ser planejado para realização de atividades voltadas à leitura e à oralidade. Os textos espalhados pela escola (cartazes, murais, avisos, cardápios, etc) também oferecem oportunidade de leitura aos alunos.

Algumas dicas úteis:


1) Identificar e considerar o estágio de desenvolvimento cognitivo da criança e o seu nível de evolução da escrita. Sugiro estas leituras:

2. Organizar atividades que permitam a manifestação oral e escrita da criança. Veja alguns exemplos aqui.

3. Propiciar o contato com variado material de leitura: livros, revistas, jornais, panfletos, convites, cartões, cartas, rótulos, bulas, receitas, instruções, etc. Pode-se ler mesmo antes de saber ler convencionalmente, veja aqui.

4. Ler para a criança. Leia mais clicando aqui.

5. Organizar atividades que gerem conflito cognitivo, a desequilibração e possibilitem a contrução de regras de leitura e escrita pela própria criança. Leia um exemplo clicando aqui.

6. Estimular a escrita espontânea segundo a hipótese da criança. Muitas sugestões aqui.

7. Aprofundar os conhecimentos a partir da produção e da dificuldade das crianças. Trabalhando em grupo na escrita de textos.

8. Apresentar modelos de escrita para confronto e construção da escrita. Um exemplo de ditado para escriba.

9. Conhecer, localizar e atuar na zona proximal de cada estágio. Leia sobre como estabelecer parcerias entre as crianças. Para saber mais: Vygotsky

10. Veja aqui um exemplo de tabela sugerido pelo Guia de Planejamento e Orientações Didáticas do programa Ler e Escrever, da secretaria municipal de Educação de São Paulo para acompanhar o avanço do conhecimento dos alunos sobre o sistema de escrita:

domingo, 28 de novembro de 2010




"...O tom da nossa vida. Em que tom a queremos viver?...

Em meios-tons melancólicos, em tons mais claros,

com pressa e superficialidade ou alternando a alegria

e prazer com momentos profundos e reflexivos" (Lya Luft, p.12)



















quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ALFABETIZAÇÃO/ INTELIGÊNCIA

O Luizinho da segunda fila

Marcelo é um excelente professor de Geografia. Na aula sobre o Pantanal até excedeu-se. Falou com entusiasmo, relatou com detalhes, descreveu com precisão. Preencheu a lousa com critério, soube fazer com que os alunos descobrissem na interpretação do texto do livro a magia dessa região quase selvagem. Exibiu um vídeo, congelou cenas e enriqueceu-as com detalhes, com fatos experimentados, acontecimentos do dia-a-dia de cada um.

Em sua prova, é evidente, não deu outra: uma redação sobre o tema e questões operatórias que envolviam o Pantanal, seus rios, suas aves, sua vegetação... a planície imensa. Os alunos acharam fácil. Apanharam suas folhas e começaram a trazer, palavra por palavra, suas imagens para o papel. As canetas corriam soltas e as linhas transformavam-se em parágrafos. Marcelo sabia o quanto teria que corrigir, mas vibrava...Sentia que os alunos aprendiam. Descobria o interesse que sua ciência despertava. Não pôde conter uma emoção diferente quando Heleninha, sua aluna predileta, foi até sua mesa e arfante solicitou:

-Posso pegar mais uma folha em branco?

O único ponto de discórdia, o único sentimento opaco que aborrecia Marcelo, era o Luizinho, aquele da segunda fila. – Puxa vida! – pensava – Luizinho assistira todas as suas aulas, arregalara os olhos com as explicações e agora, na prova, silêncio absoluto, imobilidade total... nem sequer uma linha. Sentiu ímpetos de esganar. Luizinho pagaria seu preço, iria certamente para a recuperação. Se duvidassem poderia, até mesmo, leva-lo à retenção. Seria até possível arrancar um ano inteirinho de sua vida...

Minutos depois, avisou que o tempo estava terminado. Que entregassem suas folhas. Viu então que, rapidamente, Luisinho desenhou, na primeira página das folhas da prova, o Pantanal. Rico, minucioso, preciso. Marcelo emocionou-se, ao ver aquele quadro, de irretocável perfeição, nas mãos de Luizinho que coloria as últimas sobras. Entusiasmado indagou:

-E aí, Luis? Você já esteve no Pantanal?

Não. Luizinho jamais saíra de sua cidade. Construiu sua imagem a partir das aulas ouvidas. Marcelo sentiu-se um gigante e, de repente, descobriu-se o próprio Piaget. Havia com suas palavras construído uma imagem completa, correta e absoluta na mente de seu aluno.

Mas, deu zero pela redação. É claro. Naquela escola não era permitido que se rabiscassem as folhas da prova.

A história de Luizinho repete-se em muitas escolas.

Sua Inteligência pictórica é imensa, colossal, lúcida, clara e contrasta visivelmente com as limitações de sua competência verbal. Expressou o que sabia, da maneira como conseguia. Mas, não são todos os professores que se encontram treinados para ouvir linguagens diferentes da que a escola instituiu como única e universal.

(Trecho do Livro Marinheiros e Professores, 6a ed., Petrópolis, Vozes, 2000, p. 72-73, Celso Antunes)

A história de Luizinho continua repetindo-se em muitos cenários dentro e fora do Brasil; crianças, adolescentes e adultos que por responderem de forma diferente do que o desejado são colocados na posição desconfortável e muitas vezes aniquiladora do "incompetente", ou seja, aquele que mostra-se não capacitado a desenvolver certa tarefa.

No século XX nossa sociedade maravilhou-se com a possibilidade de medir a inteligência de um sujeito, através dos famosos testes de QI - cujo resultado expressa o coeficiente entre a idade mental pela idade cronológica, multiplicado por 100. Saber se alguém era ou não inteligente mostrava-se fundamental para "classificar" ou "desclassificar" alguém.

Em 1980 Howard Gardner lançou um livro chamado Inteligências Múltiplas, que fez muito sucesso no mundo inclusive no Brasil, mudando a visão e ação de muitos educadores e profissionais, sendo hoje prática pedagógica em inúmeras escolas em todo mundo. Segundo Gardner há uma outra perspectiva para a inteligência "...podemos entender a Inteligência como a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários" diz Gardner.

As pessoas são apenas diferentes umas das outras. Portanto, o papel do educador é aceitar essas diferenças como algo natural, visto que todos possuimos"forças" e "fraquezas", sendo um grande engano acreditar que existe uma única inteligência em termos da qual todos poderiam ser comparados.

Gardner em seu livro: "Inteligências Múltiplas – A teoria na prática", define sete tipos de inteligências:

•Inteligência lingüística - é o tipo de capacidade exibida em

sua forma mais completa, talvez, pelos poetas. Quando trabalhada esta inteligência, leva a pessoa a expressar-se com mais clareza utilizando-se da fala e escrita para expressar sua realidade, sonhos e relacionar-se.

Inteligência lógico-matemática - como o nome indica, é a capacidade lógica e matemática, assim como a capacidade científica. O estímulo para seu desenvolvimento estruturam na pessoa novas formas sobre o pensar e uma percepção apurada dos elementos da grandeza, peso, distância, tempo e outros que envolvem ação sobre o ambiente.

Inteligência espacial - é a capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial e de ser capaz de manobrar e operar utilizando esse modelo. Quando estimulada desperta a pessoa para a compreensão mais ampla do espaço físico e temporal onde vive e convive e sensibiliza para a identificação de suas referências de belezas e fantasias.

Inteligência musical - está ligada às pessoas que conseguem identificar sons, ler e criar músicas com facilidade, expressando-se através desta linguagem.

•Inteligência corporal-cinestésica - é a capacidade de resolver problemas, comunicar-se ou de elaborar produtos utilizando o corpo inteiro, ou partes do corpo, controlando os movimentos e manipulando objetos com destreza. O estímulo dessa inteligência pode privilegiar dois campos que se complementam: a sensibilidade ampla, ligada a força, equilíbrio, destreza e outras manifestações do corpo como um todo, ou a sensibilidade fina ligada ao tato, paladar, olfato, visão, atenção e outros componentes. Seu estímulo ensina a pessoa a "ver"e não apenas olhar.

Inteligência interpessoal - é a capacidade de compreender outras pessoas: o que as motiva, como elas trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas. Buscar a empatia com abertura e controle emocional a fim de responder adequadamente as atitudes, emoções, motivações e desejos das outras pessoas.

Inteligência intrapessoal - é uma capacidade correlativa, voltada para dentro, de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de utilizar esse modelo para operar efetivamente a vida, ou seja de buscar o autoconhecimento, tendo uma boa percepção de sua identidade assim como a capacidade de discernir e dominar suas emoções.

Após esse primeiro momento continuando seus estudos em seu instituto, Gardner encontrou mais três inteligências:

Inteligência Pictográfica - observada em pessoas que conseguem se expressar pela pintura, desenho, escultura ou imagens gráficas.

Inteligência Naturalista - competência do homem de entender o mundo e a natureza, perceber e compreender a sua mortalidade, a vida como um todo e as diferenças entre os diversos tipos de vida existentes no planeta.

Inteligência Existencial – Fazer perguntas básicas sobre a vida, a morte, o universo. Capacidade da pessoa em situar-se ao alcance da compreensão integral do cosmos, do infinito e o infinitesimal, assim como a capacidade de dispor de referências a características existenciais da condição humana, compreendendo de maneira integral o significado da existência, portanto, da vida e da morte, o destino do mundo físico e psicológico e a relação do amor por um outro, pela arte ou por uma causa.

Com essa descoberta Gardner quebrou paradigmas e a este respeito Celso Antunes diz: "Esses paradigmas, ainda que não modifiquem os tradicionais conceitos usados para definir "Inteligência", alteram, e de forma extremamente sensível, a compreensão sobre como aprendemos ou não aprendemos, e principalemtne substitui a concepção de que possuímos "apenas uma inteligência". Derruba-se o mito de que a transmissão de informações pode tornar pessoas receptoras mais inteligentes e descobre-se que, na realidade, abrigamos um elenco extremamente diversificado de "diferentes" Inteligências, sensíveis a estímulos que, se aplicados através de um projeto e nas idades convenientes, altera profundamente a concepção que o ser humano faz de si mesmo e os limites de suas potencialidades."

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pablo Neruda


QUEM MORRE?

Pablo Neruda

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, quem não arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita a paixão, quem prefere o preto sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos, dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre o assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

Texto de Clarice Lispector



  • "Viver ultrapassa todo o entendimento"

  • Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, Viver ultrapassa qualquer entendimento." (Clarice Lispector)

  • A morte não é nada. Apenas passei ao outro mundo.

  • Eu sou eu. Tu és tu. O que fomos um para o outro ainda somos.

  • Dá-me o nome que sempre me deste. Fala-me como sempre me falaste. Não mudes o tom a um triste ou solene. Continua rindo com aquilo que fazia rir juntos. Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.

  • Que o meu nome se pronuncie em casa como sempre se pronunciou. Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra..

  • A vida continua significando o que significou, continua sendo o que era.

  • O cordão da união não se quebrou. Por que eu estaria fora de teus pensamentos, apenas porque estou fora de tua vista? Não estou longe. Somente estou do outro lado do caminho.

  • Já, verás que tudo está bem... Redescobrirás meu coração. E nele redescobrirás a ternura mais pura..

  • Seca tua lágrima e, se me amas, não chores mais



  • É tão lindo isso não ?

  • Beijo para os amores de minha vida. Não se esqueçam de mim!

  • Cleide menezes

SORRIR
EXCELÊNCIA EM ORTODONTIA
37-3281-1647
AV. CORONEL AMÂNCIO BERNARDES, 87, CENTRO
SANTO ANTÔNIO DO MONTE

domingo, 21 de novembro de 2010

SAMONTE/POEMA DE CLEIDE MENEZES


SAMONTE


Cleide Menezes

Do alto eu vejo SAMONTE,

Terra amada, berço da vida.

Bate a saudade...

Saudade que dói,

Saudade do passado,

Dos casarões destruídos,

Que cederam espaço à ganância humana.

Saudade da música, do caramanchão,

Testemunha de grandes amores,

Infinitas paixões.

Saudades da luz de tomate

Cúmplice de beijos ardentes,

E de sonhos desfeitos.

Do alto vejo SAMONTE,

Presa na masmorra da saudade,

Surge a melancolia e a doce lembrança;

Mistura de sentimentos e esperança

De pelo menos em sonho,

Voltar aos tempos de outrora.


SAMONTE

terça-feira, 16 de novembro de 2010

CAMINHAR


Caminho com cuidado...
Busco um olhar,
Olhar de amor,
Olhar de afeto,
Olhar de quem ama
Olhar de quem pode me ajudar!
Sou criança e quero crescer...
Sou criança e posso aprender!

CLEIDE MENEZES

DISLEXIA

DISLEXIA COMO DETECTAR EDUCAÇÃO INFANTIL, FUNDAMENTAL, ENSINO MÉDIO E IDADE ADULTA‏


Na Educação Infantil

Falar tardiamente
Dificuldade para pronunciar alguns fonemas
Demorar a incorporar palavras novas ao seu vocabulário
Dificuldade para rimas
Dificuldade para aprender cores, formas, números e escrita do nome
Dificuldade para seguir ordens e seguir rotinas
Dificuldade na habilidade motora fina
Dificuldade de contar ou recontar uma história na seqüência certa
Dificuldade para lembrar nomes e símbolo.

Na Classe de 1º Ano (antiga Alfabetização) e 2º ANO do Ensino Fundamental

Dificuldade em aprender o alfabeto
Dificuldade no planejamento motor de letras e números
Dificuldade para separar e sequenciar sons (ex: p – a – t – o )
Dificuldade com rimas (habilidades auditivas)
Dificuldade em discriminar fonemas homorgânicos (p-b, t-d, f-v, k-g, x-j, s-z)
Dificuldade em seqüência e memória de palavras
Dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar
Dificuldade em orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da semana, meses do ano)
Dificuldade em orientação espacial (direita – esquerda, embaixo, em cima...)
Dificuldade na execução da letra cursiva
Dificuldade na preensão do lápis
Dificuldade de copiar do quadro

Do 3º ao 9º ano do Ensino Fundamental

Nível de leitura abaixo do esperado para sua série
Dificuldade na sequenciação de letras em palavras
Dificuldade em soletração de palavras
Não gostar de ler em voz alta diante da turma
Dificuldade com enunciados de problemas matemáticos
Dificuldade na expressão através da escrita
Dificuldade na elaboração de textos escritos
Dificuldade na organização da escrita
Podem ter dificuldade na compreensão de textos
Podem ter dificuldade em aprender outros idiomas
Dificuldade na compreensão de piadas, provérbios e gírias
Presença de omissões, trocas e aglutinações de grafemas
Dificuldade de planejar e organizar (tempo) tarefas
Dificuldade em conseguir terminar as tarefas dentro do tempo
Dificuldade na compreensão da linguagem não verbal
Dificuldade em memorizar a tabuada
Dificuldade com figuras geométricas
Dificuldade com mapas.

Ensino Médio

Leitura vagarosa e com muitos erros
Permanência da dificuldade em soletrar palavras mais complexas
Dificuldade em planejar e fazer redações
Dificuldade para reproduzir histórias
Dificuldade nas habilidades de memória
Dificuldade de entender conceitos abstratos
Dificuldade de prestar atenção em detalhes ou, ao contrário, atenção demasiada a pequenos detalhes
Vocabulário empobrecido
Criação de subterfúgios para esconder sua dificuldade.

Adultos

Permanência da dificuldade em escrever em letra cursiva
Dificuldade em planejamento e organização
Dificuldade com horários (adiantam-se, chegam tarde ou esquecem)
Falta do hábito de leitura
Normalmente tem talentos espaciais (engenheiros, arquitetos, artistas).

Características Gerais Associadas

A emissão oral é comparativamente muito melhor que do a escrita
Atenção limitada e dificuldade em manter-se na tarefa.

Simone Helen Drumond

segunda-feira, 15 de novembro de 2010


Sonhos
Clarice Lispector

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles
que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam
e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas
que passam por suas vidas.

domingo, 14 de novembro de 2010

A COISA MAIS IMPORTANTE

"A COISA MAIS IMPORTANTE QUE VOCÊ POSSUI
É O DIA DE HOJE.

O DIA DE HOJE, MESMO QUE ESTEJA ESPREMIDO
ENTRE O ONTEM E O AMANHÃ,
DEVE MERECER SUA TOTAL PRIORIDADE .
SÓ HOJE VOCÊ PODE SER FELIZ;
O AMANHÃ AINDA NÃO CHEGOU E JÁ É MUITO TARDE
PARA TER SIDO FELIZ ONTEM.
A GRANDE MAIORIA DAS NOSSAS DORES É FRUTO
DOS RESTOS DE ONTEM OU DOS MEDOS DE AMANHÃ.
. VIVA O DIA D
E HOJE COM SABEDORIA ,
DECIDA COMO IRÁ ALIMENTAR SEUS MINUTOS,
O SEU TRABALHO, O SEU DESCANSO,
E FAÇA TUDO QUE SEJA POSSÍVEL PARA
QUE O DIA DE HOJE SEJA SEU,
JÁ QUE ELE LHE FOI DADO TÃO GENEROSAMENTE.
RESPEITE-O DE TAL MANEIRA QUE,
QUANDO FOR DORMIR, VOCÊ POSSA DIZER:
HOJE EU FUI CAPAZ DE VIVER E AMAR !"

uma amiga que acredita em você,

VOVÓ



PRINCESA


MINHA PRINCESA,

NÃO SEI EXPLICAR, NÃO SEI DEFINIR...

MAS AO PENSAR EM VOCÊ

MEU CORAÇÃO SE ABRASA,

E CHEGA A DOER...

É ALGO DIFERENTE,

É COMO SE VOCÊ ESTIVESSE EM MIM,

E EU EM VOCÊ!

É UMA SAUDADE DOÍDA,

É UM AMOR E É DOR,

É UM DESEJO DE ESTAR AO SEU LADO,

DE LHE PROTEGER

DE DIZER: AMO VOCÊ MEU AMOR!

COISAS DE VOVÓ

CRIANÇA

SONHO...

TERNURA... CARINHO...

PEQUENINA QUE SE TORNA GRANDE!

BENÇÃO DEUS EM NOSSA VIDA!

VOCÊ EXISTE...

VOCÊ ALEGRA...

VOCÊ TRANSFORMA NOSSA VIDA!

VIVA SEMPRE CRIANÇA.

NUNCA CRESÇA...

SONHE BEM ALTO...

BRINQUE SONHANDO,

SONHE BRINCANDO,

MAS SEJA FELIZ!

CLEIDE MENEZES

Gêmeas



GÊMEAS: O MAIOR PRESENTE QUE DEUS PODE DAR A UMA MÃE...SOL DA MINHA VIDA!!!!

MEU ANJO SE TORNA ANJO PARA ORAR POR NÓS!
AMO VOCÊ, MEU ANJO.

SER CRIANÇA É SENTIR A VERDADEIRA ALEGRIA DE VIVER .
AMO VOCÊ FILHA.

GOSTARIA DE ANDAR EM UM CARROSSEL DE AFETO, SENTIMENTOS E MUITO AMOR PARA EDUCAR BRINCANDO E BRINCANDO EDUCAR.

CLEIDE MENEZES

DDA

Hiperatividade - Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA)

O DDA ocorre como resultado de uma disfunção neurológica no córtex pré-frontal. Quando pessoas que têm DDA tentam se concentrar, a atividade do córtex pré-frontal diminui, ao invés de aumentar (como nos sujeitos do grupo de controle de cérebros normais). Assim sendo, pessoas que sofrem de DDA mostram muitos sintomas, como fraca supervisão interna, pequeno âmbito de atenção, distração, desorganização, hiperatividade (apesar de que só metade das pessoas com DDA sejam hiperativas), problemas de controle de impulso, dificuldade de aprender com erros passados, falta de previsão e adiamento.

O DDA tem sido de particular interesse para mim nos últimos 15 anos pois, dois dos meus três filhos têm essa síndrome. Eu digo às pessoas que entendo mais de DDA do que gostaria. Através de uma pesquisa feita com SPECT (tomografia computadorizada por emissão de fóton único) na minha clínica, com imagens cerebrais e trabalho genético feito por outras, descobrimos que o DDA é basicamente uma disfunção geneticamente herdada do córtex pré-frontal, devido, em parte, a uma deficiência do neurotransmissor dopamina.

Aqui estão algumas das características comuns do DDA, que claramente ligam essa doença ao córtex pré-frontal.

Hiperatividade - imagem do cérebro, orientando a posição do córtex   pré-frontal

Quanto mais você tenta, pior fica

A pesquisa mostrou que quanto mais as pessoas que têm DDA tentam se concentrar, pior para elas. A atividade no córtex pré-frontal, na verdade, desliga, ao invés de ligar. Quando um pai, professor, supervisor ou gerente põe mais pressão na pessoa que tem DDA, para que ela melhore seu desempenho, ela se torna menos eficiente. Muitas vezes, quando isso acontece, o pai, o professor ou chefe interpretam o ocorrido como um decréscimo de performance, ou má conduta proposital, e daí surgem problemas sérios. Um homem com DDA de quem eu tratei disse-me que sempre que seu chefe o pressionava para que fizesse um trabalho melhor, seu desempenho piorava muito, ainda que estivesse tentando melhorar. A verdade é que quase todos nós nos saímos melhor com elogios. Eu descobri que isso é essencial para pessoas com DDA. Quando o chefe as estimula a fazer melhor de modo positivo, elas se tornam mais produtivas. Quando se é pai, professor ou supervisor de alguém com DDA, funciona muito mais usar elogio e estímulo do que pressão. Pessoas com DDA saem-se melhor em ambientes que sejam altamente interessantes ou estimulantes e relativamente tranqüilos.

Pequeno âmbito de atenção

Um âmbito de atenção pequeno é a identificação desse distúrbio. Pessoas que sofrem de DDA têm dificuldade de manter a atenção e o esforço durante períodos de tempo prolongados. Sua atenção tende a vagar e freqüentemente se desligam da tarefa, pensando ou fazendo coisas diferentes da tarefa a ser realizada. Ainda assim, uma das coisas que muitas vezes enganam clínicos inexperientes ao tratar desse distúrbio é que as pessoas com DDA não têm um âmbito pequeno de atenção para tudo. Freqüentemente, pessoas que sofrem de DDA conseguem prestar muita atenção em coisas que são bonitas, novas, novidades, coisas altamente estimulantes, interessantes ou assustadoras. Essas coisas oferecem uma estimulação intrínseca suficiente a ponto de ativarem o córtex pré-frontal, de modo que a pessoa consiga focalizar e se concentrar. Uma criança com DDA pode se sair muito bem em uma situação interpessoal e desmoronar completamente em uma sala de aula com 30 crianças. Meu filho que tem DDA, por exemplo, costumava levar quatro horas para fazer um dever de casa que levaria meia hora, muitas vezes se desligando da tarefa. Mas se você lhe der uma revista sobre estéreo de carros, ele a lê rapidamente de cabo a rabo e se lembra de cada detalhe. Pessoas com DDA têm dificuldade em prestar atenção por muito tempo em assuntos longos, comuns, rotineiros e cotidianos, como lição de casa, trabalho de casa, tarefas simples ou papelada. O terreno é terrível e uma opção nada desejável para elas. Elas precisam de excitação e interesse para acionar suas funções do córtex pré-frontal.

Muitos casais adultos me dizem que, no começo de seu relacionamento, o parceiro com DDA adulto conseguia prestar atenção à outra pessoa durante horas. O estímulo de um novo amor ajudava-o a se concentrar. Mas quando a "novidade" e a excitação do relacionamento começavam a diminuir (como acontece com quase todos os relacionamentos), a pessoa com DDA tinha muito mais dificuldade em prestar atenção e sua capacidade de escutar falhava.

Distração e hiperatividade

o hiperativo  tende a ser distraído

Como já mencionei acima, o córtex pré-frontal manda sinais inibitórios para outras áreas do cérebro, sossegando os dados advindos do meio, de modo que você possa se concentrar.

Quando o córtex pré-frontal está com hiperatividade, ele não desencoraja adequadamente as partes sensoriais do cérebro e, como resultado, estímulos em demasia bombardeiam o cérebro. A distração fica evidente em muitos locais diferentes para uma pessoa com DDA. Na classe, durante reuniões, ou enquanto ouve um parceiro, a pessoa com DDA tende a perceber outras coisas que estão acontecendo e tem dificuldade em se concentrar na questão que está sendo tratada.

As pessoas que têm DDA tendem a olhar pelo quarto, desligar-se, parecer aborrecidas, esquecer-se de para onde vai a conversa e interrompê-la com uma informação totalmente fora do assunto. A distração e o pequeno âmbito de atenção podem também fazer com que elas levem muito mais tempo para completar seu trabalho.

Impulsividade

A falta de controle do impulso faz com que muitas pessoas que têm DDA se metam em enrascadas. Elas podem dizer coisas inadequadas para os pais, amigos, professores, outros empregados, ou clientes. Uma vez eu tive um paciente que foi despedido de 13 empregos, porque tinha dificuldade em controlar o que dizia. Ainda que realmente quisesse manter vários dos empregos, de repente punha para fora o que estava pensando, antes de ter a oportunidade de processar o pensamento. Decisões mal pensadas são ligados à impulsividade. Em vez de pensar bem no problema, muitas pessoas que sofrem de DDA querem uma solução imediata e acabam agindo sem pensar. De modo similar, a impulsividade faz com que essas pessoas tenham dificuldade de passar pelos canais estabelecidos do trabalho. Elas freqüentemente vão direto ao topo para resolver os problemas, em vez de seguir o sistema. Isso pode causar ressentimento dos colegas e supervisores imediatos. A impulsividade pode também levar a condutas problemáticas como mentir (diz a primeira coisa que vem a cabeça), roubar, Ter casos e gastar em excesso. Eu tratei de muitas pessoas com DDA que sofriam da vergonha e da culpa oriundas desses comportamentos.

Nas minhas palestras costumo freqüentemente perguntar ao público: "Quantas pessoas aqui são casadas?". Uma grande porcentagem da platéia levanta as mãos. Depois eu pergunto: "É útil dizer tudo o que pensa em seu casamento?". O público ri, porque todos sabem a resposta. "Claro que não", eu continuo. "Os relacionamentos requerem tato”. Mesmo assim, devido à impulsividade e à falta de pensar antes de agir, muitas pessoas que têm DDA dizem a primeira coisa que vem à mente. E, em vez de pedir desculpas por terem dito uma coisa que magoou, muitas tentam justificar por que fizeram a observação que magoou, só piorando as coisas. Um comentário impulsivo pode estragar uma noite agradável, um fim de semana, ou mesmo um casamento inteiro “.

NÃO NASCEMOS PRONTOS


Não nascemos prontos...

O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital, toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.

A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.

Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a idéia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz “teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música, etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas”.

Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?

Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento. Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, emagrecer, etc.), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.

Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e nunca a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar. Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na idéia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse, mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando... Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano 2000, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado e não no presente. Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães Rosa, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”. Prof. Dr. Mário Sérgio Cortella

Sérgio Cortella é demais

Reeducação


Crescer significa estar a Caminho,
De não mais me repetir na segurança de velhas imagens,
De atentar com cuidado para o desenvolvimento da Vida
e soltar as coisas que não fazem parte de mim
e que só me deixam insatisfeito.
Mas com isto eu também assumo o risco de me sentir inseguro,
de me tornar solitário, de me perder, de meus amigos rirem de mim, de não me reconhecerem.
Mas eu quero assumir isto e não ficar parada.

Cleide Menezes

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A importância da psicanálise na educação

“...As dificuldades exprimem um ritmo, mas não impedem o desenvolvimento. Precisamos ter sensibilidade para incluir cada sujeito em sua particularidade, promovermos situações de aprendizagem e trabalhos com a diferença...”

Em educação se faz necessário uma postura crítica, um embasamento teórico do educador em relação aos saberes escolares, a forma de como podem ser trabalhados e principalmente conhecer o ser: sua estrutura, sua alma, suas dores e angústias. É necessário conhecer seus limites, suas necessidades, seus problemas, suas deficiências, seu sofrimento psíquico.

O professor, a quem chamo de formador de seres humanos, não cabe outra alternativa senão tornar-se intelectual. Não é possível mais permanecer assentado sobre seu saber acumulado, considerado empobrecido. É preciso: mais criatividade, mais afetividade, presença que faz mudanças e, desdobramentos.

A psicanálise tem uma abordagem que nos permite entender as relações humanas e as suas dificuldades, a partir do auto conhecimento. Se me conheço, minhas relações com o outro serão diferenciadas, afetivas, compreensivas e, principalmente, psiquicamente equilibradas.

O auto conhecimento é libertador e nos leva a aprender lidar com o desconhecido, com o conflito, com o inusitado, com o erro e o desejo.

O ser. humano não é só o cérebro é “gente”. E se escolhemos trabalhar com “gente” é fundamental olharmos para as diferenças que envolvem a estruturação psíquica com suas conseqüências e diferentes formas de adaptação ao social, o que implica convivermos com um não saber, que não se sabe e por que. É um desafio de buscar caminhos adequados, conhecendo suas diferentes patologias e conseqüentemente: como aprender.

Freud revolucionou a concepção do sujeito humano com a psicanálise. Ela atua no sujeito que ensina e naquele que aprende. É necessário que todas as imagens sejam quebradas e muitas vezes o sujeito emperra o processo para não perder os seus ideais e, portanto se quebra o vínculo transferencial. É o momento da intervenção para contribuir para que o sujeito se torne mais coerente com a sua singularidade.

Ao fracassar na escola, pode estar expressando seu mal estar por não se inserir nos padrões estabelecidos por estes valores. É preciso ajudá -lo a encontrar um lugar social produtivo da forma como lhe é possível ou encontrar respostas por outras vias ou ensinar a lidar com o erro e enxerga -lo como construção do conhecimento e não como entrave.

O psicopedagogo é o primeiro a fazer constantes reflexões sobre sua maneira de atuar. Só assim ele poderá fazer devidas intervenções no processo do outro. “Somente a palavra (o símbolo) quebra o circuito de imagens solidificadas” (Lacan).

Um ser humano tem seu funcionamento próprio, único e dependente de suas estruturas internas. É o momento de escuta e de pensar um lugar que lhe possibilite uma inserção social positiva.

A psicanálise vem desvendar o por que do funcionamento da personalidade do sujeito e o por que de seus atrapes em aprendizagem.

Freud dizia: “A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas”.

No porão do nosso inconsciente se encontram grandes obstáculos que nos impedem de caminhar. Segundo Freud, para que se aprenda é necessário abrir o baú e verificar-se inteiro para si mesmo, descobrindo o eu dentro e o seu eu fora para se ter o prazer de aprender e superar suas dificuldades.

A característica essencial do trabalho psicanalítico é o deciframento do inconsciente e a integração de seus conteúdos na consciência. Isto porque é este conteúdo desconhecido e inconsciente que determina, em grande parte, a conduta do homem e do grupo, as dificuldades para viver, relacionar, o mal estar, os sofrimentos e os entraves no aprender.

Na Europa e na América do Norte, o conhecimento da psicanálise vem sendo usadona educação há um bom tempo, no Brasil, ainda é estereotipada em nosso meio. Nós associamos a psicanálise com o divã; a prática se restringia mais a consultório.

Hoje, é possível constatar que estão se voltando para a pesquisa e produção de conhecimentos que possam ser úteis na compreensão dos fenômenos de entraves educacionais e dos fenômenos sociais graves, como o aumento do adolescente com a criminalidade, o surgimento de novas formas de sofrimentos psíquicos, depressão infantil, anorexia, síndrome do pânico, sexualização da infância.

A partir desta compreensão e de suas observações, os psicanalistas tentam criar modalidades de intervenção no social que visam superar o mal estar da civilização e notoriamente, auxiliar os especialistas no processo ensino e aprendizagem.

Cada individuo é único e tem a sua história e só a partir dela podemos usar o método interpretativo no desvelamento dos entraves da aprendizagem.

Reconhecemos aqui ainda o aluno que é espontâneo, mas não tem boas notas e o submisso que obtém ótimas notas. Aqui talvez o espontâneo seja muito mais criativo e curioso na vida do que aquele que é submisso.

A criança desde bebê cria e inventa brinquedos, é criativo. Se acontece de ser reprimido, poda-se o seu agir. E se esse desastre não acontece a espontaneidade e a criatividade se manifestam e a criança age pelo puro prazer de fazê-lo.

Com isso se sente sujeito, agente da conquista, e o mesmo acontece com o prazer de aprender se ele não é subornado ou levado a aprender por medo –(a experiência dos ratinhos e choque de Skinner).

“... Todas as pessoas grandes foram primeiras crianças...” Antoine de Saint Exupéry.

A escuta e o diálogo são atitudes importantíssimas na relação professor/aluno, principalmente quando ele vem de famílias desestruturadas, violentas, negligentes.

A psicanálise pode nos ajudar como base psicoterápicas, aconselhamento, orientação para que nossas crianças possam traduzir em catarses os fatos traumáticos ligados a sua infância. Esta liberação leva à eliminação dos sintomas e entraves.

Muitas vezes o que ficou no porão do id, no reservatório psíquico, são os traumas, que, eliminados estabelecem o equilíbrio entre nosso id e superego, permitindo uma abertura e elevação do ego e compreendendo que aprender é um ato de prazer e principalmente um ato de amor.

O principal desafio para pais e professores é levarem essas crianças a adquirirem confiança em si mesmas, acreditarem que são capazes e que “aprender” é uma experiência prazerosa.

Dizia um grande escultor sobre a beleza de suas obras:

“_ A pedra pede: crava aqui que eu quero sair para fora.” A criança diz: _ Por favor, ajude-me a fazer claro, o que está escuro em minha alma. Quero ver o mundo com os olhos de amor e sentir na pele o prazer de sonhar, viver com esperança e prazer, porque eu quero aprender e ... __ Eu posso!

Cleide Maria da Costa Menezes

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

como interagir com o disléxico


Como interagir com o disléxico em sala de aula

Uma educação para todos precisa valorizar a heterogeneidade, pois, a diversidade dinamiza os grupos, enriquece as relações e interações, levando a despertar no educando o desejo de se comprometer e aprender. Desta forma, a escola passa a ser um lugar privilegiado de encontro com o outro, para todos e para cada um, onde há respeito por pessoas diferentes.

É na escola que a dislexia, de fato, aparece. Há disléxicos que revelam suas dificuldades em outros ambientes e situações, mas nenhum deles se compara à escola, local onde a leitura e escrita são permanentemente utilizadas e, sobretudo valorizadas. Entretanto, a escola que conhecemos certamente não foi feita para o disléxico. Objetivos, conteúdos, metodologias, organização, funcionamento e avaliação nada têm a ver com ele. Não é por acaso que muitos portadores de dislexia não sobrevivem à escola e são por ela preteridos. E os que conseguem resistir a ela e diplomar-se o fazem, astuciosa e corajosamente, por meio de artifícios, que lhes permitem driblar o tempo, os modelos, as exigências burocráticas, as cobranças dos professores, as humilhações sofridas e, principalmente, as notas.

Neste contexto, o educador deve estar aberto para lidar com as diferenças, e como Frederic Litto, da Escola do Futuro da USP coloca, deve ser um estimulador do prazer de aprender, um alquimista em fazer o aluno enxergar o “contexto“ e o “sentido” e, um especialista em despertar a auto-estima. Para que isto ocorra, deve transformar a sala de aula em uma “oficina”, preparada para exercitar o raciocínio, isto é, onde os alunos possam aprender a ser objetivos, a mostrar liderança, resolver conflitos de opinião, a chegar a um denominador comum e obter uma ação construtiva. Sob este prisma, a interação com o aluno disléxico torna-se facilitada, pois, apesar do distúrbio de linguagem, este aluno apresenta potencial intelectual e cognitivo preservado; desta maneira estará sendo estimulado e respeitado, além de se favorecer um melhor desempenho.

A seguir estão algumas atitudes que podem facilitar a interação:

· Dividir a aula em espaços de exposição, seguido de uma “discussão” e síntese ou jogo pedagógico;

· Dar “dicas” e orientar o aluno como organizar-se e realizar as atividades na carteira;

· Valorizar os acertos;

· Estar atento na hora da execução de uma tarefa que seja realizada por escrito, pois, seu ritmo pode ser mais lento, por apresentar dificuldade quanto à orientação e mapeamento espacial, entre outras razões;

· Observar como ele faz as anotações da lousa e auxiliá-lo a se organizar;

· Desenvolver hábitos que estimulem o aluno a fazer uso consciente de uma agenda, para recados e lembretes;

· Na hora de dar uma explicação usar uma linguagem direta, clara e objetiva e verificar se ele entendeu;

· Permitir nas séries iniciais o uso de tabuadas, material dourado, ábaco, e para alunos que estão em séries mais avançadas, o uso de fórmulas, calculadora, gravador e outros recursos, sempre que necessário;

É equivocado insistir em exercícios de “fixação“: repetitivos e numerosos, isto não diminui sua dificuldade.

Levando-se em conta que o ensino, a aprendizagem e a avaliação constituem um ciclo articulado, deve-se para isso cumprir quatro perspectivas importantes:

· Ser formativa

· Ser qualitativa

· Ser construtivista

· Multimeios

A inclusão do aluno disléxico na escola, como pessoa portadora de necessidade especial, está garantida e orientada por diversos textos legais e normativos.

A lei 9.394, de 20/12/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), por exemplo, prevê:

- que a escola o faça a partir do artigo 12, inciso I, no que diz respeito à elaboração e à execução da sua Proposta Pedagógica;

- que a escola deve prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento (inciso V);

- que se permita à escola organizar a educação básica em séries anuais, períodos semestrais e ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização (artigo 23);

- que a avaliação seja contínua e cumulativa, com a prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período (artigo 24, inciso V, a alínea a).

Diante de tais possibilidades, é possível construir uma Proposta Pedagógica e rever o Regimento Escolar considerando o aluno disléxico.

Na Proposta Pedagógica existem as seguintes possibilidades:

a) Provas escritas, de caráter operatório, contendo questões objetivas e/ou dissertativas, realizadas individualmente e/ou em grupo, sem ou com consulta a qualquer fonte;

b) Provas orais, através de discurso ou argüições, realizadas individualmente ou em grupo, sem ou com consulta a qualquer fonte;

c) Testes;

d) Atividades práticas, tais como trabalhos variados, produzidos e apresentados através de diferentes expressões e linguagens, envolvendo estudo, pesquisa criatividade e experiências práticas, realizados individualmente ou em grupo, intra ou extra classe;

e) Diários;

f) Fichas avaliativas;

g) Pareceres descritivos;

h) Observação de comportamento, tendo por base os valores e as atitudes identificados nos objetivos da escola (solidariedade, participação, responsabilidade, disciplina e ética).

É importante manter a comunidade educativa permanentemente informada a respeito da dislexia. Informações sobre eventos que tratam do assunto e seus resultados, desempenho dos alunos portadores da dislexia, características desse distúrbio de aprendizagem, maneiras de ajudar o aluno disléxico na escola, etc.

Não é necessário que alunos disléxicos fiquem em classe especial. Alunos disléxicos têm muito a oferecer para os colegas e muito a receber deles. Essa troca de humores e de saberes, além de afetos, competências e habilidades só faz crescer amizade, a cooperação e a solidariedade.

O diagnóstico de dislexia traz sempre indicação para acompanhamento específico em uma ou mais áreas profissionais (fonoaudiologia, psicopedagogia, psicologia...), de acordo com o tipo e nível de dislexia constatado. Assim sendo, a escola precisa assegurar, desde logo, os canais de comunicação com o(s) profissional(is) envolvido(s), tendo em vista a troca de experiências e de informações.

Os professores que trabalham com a classe desse aluno(a) devem saber da existência do quadro de dislexia. Quanto aos colegas, o critério é do aluno: se ele quiser contar para os companheiros que o faça.

Possíveis Dificuldades Enfrentadas Pelos Educadores:

· Não há receita para trabalhar com alunos disléxicos. Assim, é preciso mais tempo e mais ocasiões para a troca de informações sobre os alunos, planejamento de atividades e elaboração de instrumentais de avaliação específicos;

· Relutância inicial (ou dificuldade) por parte de alguns professores para separar o comportamento do aluno disléxico das suas dificuldades;

· Receio do professor em relação às normas burocráticas, aos companheiros de trabalho, aos colegas do aluno disléxico, familiares, etc.;

· Angústia do professor em relação ao nível de aprendizado do aluno e às suas condições para enfrentar o vestibular;

· Tempo necessário para cada professor percorrer a sua trajetória pessoal em relação a esta questão.

Procedimentos Básicos:

· Trate o aluno disléxico com naturalidade. Ele é um aluno como qualquer outro; apenas, disléxico. A última coisa para a qual o diagnóstico deveria contribuir seria para (aumentar) a sua discriminação,

· Use a linguagem direta, clara e objetiva quando falar com ele. Muitos disléxicos têm dificuldade para compreender uma linguagem (muito) simbólica, sofisticada e metafórica. Seja simples, utilize frases curtas e concisas ao passar instruções,

· Fale olhando direto para ele. Isso ajuda e muito. Enriquece e favorece a comunicação,

· Traga-o para perto da lousa e da mesa do professor. Tê-lo próximo à lousa ou à mesa de trabalho do professor, pode favorecer o diálogo, facilitar o acompanhamento, facilitar a orientação, criar e fortalecer novos vínculos,

· Verifique sempre e discretamente se ele demonstra estar entendendo a sua exposição. Ele tem dúvidas a respeito do que está sendo objeto da sua aula? Ele com segue entender o fundamento, a essência, do conhecimento que está sendo tratado? Ele está acompanhando o raciocínio, a explicação, os fatos? Repita sempre que preciso e apresente exemplos, se for necessário,

· Certifique-se de que as instruções para determinadas tarefas foram compreendidas. O que, quando, onde, como, com o quê, com quem, em que horário, etc. Não economize tempo para constatar se ficou realmente claro para o aluno o que se espera dele,

· Observe discretamente se ele fez as anotações da lousa e de maneira correta antes de apagá-la. O disléxico tem um ritmo diferente dos não-disléxicos, portanto, evite submetê-lo a pressões de tempo ou competição com os colegas,

· Observe se ele está se integrando com os colegas. Geralmente o disléxico angaria simpatias entre os companheiros. Suas qualidades e habilidades são valorizadas, o que lhes favorece o relacionamento. Entretanto, sua inaptidão para certas atividades escolares (provas em dupla, trabalhos em grupo, etc.) pode levar os colegas a rejeitá-lo nessas ocasiões. O professor deve evitar situações que evidenciem esse fato. Com a devida distância, discreta e respeitosamente, deve contribuir para a inserção do disléxico no grupo-classe.

· Estimule-o, incentive-o, faça-o acreditar em si, a sentir-se forte, capaz e seguro. O disléxico tem sempre uma história de frustrações, sofrimentos, humilhações e sentimentos de menos valia, para a qual a escola deu uma significativa contribuição. Cabe, portanto, a essa mesma escola, ajudá-lo a resgatar sua dignidade, a fortalecer seu ego, a (ri) construir sua auto-estima.

· Sugira-lhe “dicas”, “atalhos”, “jeitos de fazer”, “associações”... que o ajudem a lembrar-se de, a executar atividades ou a resolver problemas.

· Não lhe peça para fazer coisas na frente dos colegas, que o deixem na berlinda: principalmente ler em voz alta.

· Atenção: em geral, o disléxico tende a lidar melhor com as partes do que com o todo. Abordagens e métodos globais e dedutivos são de difícil compreensão para ele. Apresente-lhe o conhecimento em partes, de maneira dedutiva.

· Permita, sugira e estimule o uso de gravador, tabuada, máquina de calcular, recursos da informática...

· Permita, sugira e estimule o uso de outras linguagens.

O disléxico tem dificuldade para ler e entender o que lê. Assim

sendo,

· Avaliações que contenham exclusivamente textos, sobretudo textos longos, não devem ser aplicadas a tais alunos;

· Utilize uma única fonte, simples, em toda a prova (preferencialmente “Arial 11” ou “Times New Roman 12”), evitando-se misturar fontes e de tamanhos, sobretudo às manuscritas (itálicas e rebuscadas);

· Para avaliações ofereça uma folha de prova limpa, sem rasuras, sem riscos ou sinais que possam confundir o leitor;

· Leia a prova em voz alta e, antes de iniciá-la, verifique se os alunos entenderam o que foi perguntado, se compreenderam o que se espera que seja feito (o que e como);

· Destaque claramente o texto de sua(s) respectiva(s) questão(ões).

· Recorra a símbolos, sinais, gráficos, desenhos, modelos, esquemas e assemelhados, que possam fazer referência aos conceitos trabalhados;

· Não utilize textos científicos ou literários (mormente os poéticos), que sejam densos, carregados de terminologia específica, de simbolismos, de eufemismos, de vocábulos com múltiplas conotações... para que o aluno os interprete exclusivamente a partir da leitura. Nesses casos, recorra à oralidade;

· Evite estímulos visuais “estranhos” ao tema em questão;

· Se utilizar figuras, fotos, ícones ou imagens, cuidar para que haja exata correspondência entre o texto escrito e a imagem;

· Dê preferência às avaliações orais, através das quais, em tom de conversa, o aluno tenha a oportunidade de dizer o que sabe sobre o(s) assunto(s) em questão;

· Não indique livros apenas para leituras paralelas. Dê preferência a outras experiências que possam contribuir para o alcance dos objetivos previstos: assistir a um filme, a um documentário, a uma peça de teatro, visitar um museu, um laboratório, uma instituição, empresa ou assemelhado, recorrer a versões em quadrinhos, em animações, em programas de informática;

· Ao empregar questões de falso-verdadeiro:

1. Construa um bom número de afirmações verdadeiras e em seguida reescreva a metade, tornando-as falsas;

2. Evite o uso da negativa e também de expressões absolutas;

3. Construa as afirmações com bastante clareza e, aproximadamente com a mesma extensão;

4. Inclua somente uma idéia em cada afirmação;

5. Evite formular questões negativas:

  • Ao empregar questões de associações:

1. Trate de um só assunto em cada questão;

2. Redija cuidadosamente os itens para que o aluno não se atrapalhe com os mesmos;

  • Ao empregar questões de lacuna:

3. Use somente um claro, no máximo dois, em cada sentença;

4. Faça com que a lacuna corresponda à palavra ou expressão significativas, que envolvam conceitos e conhecimentos básicos e essenciais – também chamados de “ferramentas”, e não a detalhes secundários;

5. Conserve a terminologia presente no livro adotado ou no registro feito em aula.

O disléxico tem dificuldade para reconhecer e orientar-se no espaço visual. Assim sendo,

· observe as direções da escrita (da esquerda para a direita e de cima para baixo) em todo o corpo da avaliação.

O disléxico tem dificuldade com a memória visual e/ou auditiva (o que lhe dificulta ou lhe impede de automatizar a leitura e escrita). Assim sendo,

· Repita o enunciado na(s) página(s), sempre que se fizer necessário;

· Não elabore avaliações que privilegiem a memorização de nomes, datas, fórmulas, regras gramaticais, espécies, definições, etc. Quando tais informações forem importantes, forneça-as ao aluno (verbalmente ou por escrito) para que ele possa servir-se delas e empregá-las no seu raciocínio ou na resolução do problema;

· Privilegie a avaliação de conceitos e de habilidades e não de definições;

· Permita a utilização da tabuada, calculadora, gravador, anotações, dicionários e outros registros durante as avaliações;

· Dê instruções curtas e simples (e uma de cada vez) para evitar confusões;

· Elabore questões em que o aluno possa demonstrar o que aprendeu completando , destacando, identificando.

O aluno disléxico ou com outras dificuldades de aprendizagem tende a ser lento (ou muito lento). Assim sendo,

· Dê mais tempo para realizar a prova;

· Possibilite a realização da prova num outro ambiente da escola (sala de orientação, biblioteca, sala de grupo);

· Elabore mais avaliações e com menos conteúdo, para que o aluno possa realizá-las num menor tempo.

Considere que o aluno disléxico já tem dificuldades para automatizar o código lingüístico da usa própria língua e isso se acentua em relação à língua estrangeira.

Considerando que a avaliação tem a finalidade fundamental de adequar os processos didáticos às necessidades dos alunos (finalidade reguladora), devemos cada vez mais destacar a necessidade da auto-regulação dos alunos, para adequar os próprios processos de aprendizagem e poder aprender. Neste processo, a professora, os colegas e o próprio aluno, atuam como agentes, avaliando e refletindo sobre como se desenvolve a tarefa, para poder fazer os ajustes em suas estratégias de aprendizagem de maneira autônoma.

Alguns aspectos práticos a serem observados em relação à avaliação:

· Avaliar continuamente (maior número de avaliações e menor número de conteúdo);

· Personalizar a avaliação sempre que possível. Desenhos, figuras, esquemas, gráficos e fluxogramas, ilustram, evocam lembranças, ou substituem muitas palavras e levam aos mesmos objetivos;

· Quando for idêntica a dos colegas, leia você mesmo(a), os enunciados em voz alta, certificando-se de que ele compreendeu as questões;

· Durante a avaliação preste a assistência necessária, dê a ele chance de explicar oralmente o que não ficou claro por escrito e respeite o seu ritmo;

· Ao corrigi-la, valorize não só o que está explícito como também o implícito e adapte os critérios de correção para a sua realidade;

· Não faça anotações na folha da prova (sobretudo juízo de valor);

· Não registre a nota sem antes:

1. Retomar a prova com ele e verificar, oralmente, o que ele quis dizer com o que escreveu;

2. Pesquisar, principalmente, sobre a natureza do(s) erro(s) cometido(s): Ex: Não entendeu o que leu e por isso não respondeu corretamente ao solicitado? Leu, entendeu, mas não soube aplicar o conceito ou a fórmula? Aplicou o conceito (ou a fórmula), mas desenvolveu o raciocínio de maneira errada? Em outras palavras: em que errou e por que errou?

3. Dê ao aluno a opção de fazer prova oral ou atividade que utilize diferentes expressões e linguagens. Exigir que o disléxico comunique o que sabe, levante questões, proponha problemas e apresente soluções exclusivamente através da leitura e da escrita é violentá-lo; é, sobretudo, negar um direito – natural – de comunicar-se, de criar, de livre expressar-se.

Educador lembre-se que aqui estão alguns procedimentos para ajudá-lo na sua prática do dia-a-dia, sua experiência, seu feeling e seu compromisso com o ato de educar, também, irão pesar de forma significativa.

Autores do Texto: Psicóloga e Professora Ana Luiza Borba

Orientador Educacional e Prof.Mario Ângelo Braggio

Legislação de apoio para atendimento ao disléxico

LDB 9.394/96

Art. 12 - Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua Proposta Pedagógica.
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento.
Art. 23 - A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
Art. 24 - V, a) avaliação contínua e cumulativa; prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período.

Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA)

Art. 53, incisos I, II e III
“a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – direito de ser respeitado pelos seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores.”

Deliberação CEE nº 11/96

Artigo 1º - “o resultado final da avaliação feita pela Escola, de acordo com seu regimento, deve refletir o desempenho global do aluno durante o período letivo, no conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados obtidos durante o período letivo sobre os da prova final, caso esta seja exigida, considerando as características individuais do aluno e indicando sua possibilidade de prosseguimento nos estudos.”

Indicação CEE nº 5/98, de 15/4/98
D.O.E. em 23/9/98


“(...) educação escolar consiste na formação integral e funcional dos educandos, ou seja, na aquisição de capacidades de todo tipo: cognitivas, motoras, afetivas, de autonomia, de equilíbrio pessoal, de inter-relação pessoal e de inserção social.

(...) os conteúdos escolares não podem se limitar aos conceitos e sim devem incluir procedimentos, habilidades, estratégias, valores, normas e atitudes. E tudo deve ser assimilado de tal maneira que possa ser utilizado para resolver problemas nos vários contextos.

(...) os alunos não aprendem da mesma maneira e nem no mesmo ritmo. O que eles podem aprender em uma determinada fase depende de seu nível de amadurecimento, de seus conhecimentos anteriores, de seu tipo de inteligência, mais verbal, mais lógica ou mais espacial. No cotidiano da sala de aula, convivem pelo menos três tipos de alunos que têm “aproveitamento insuficiente”: os imaturos, que precisam de mais tempo para aprender; os que têm dificuldade específica em uma área do conhecimento; e os que, por razões diversas, não se aplicam, não estudam, embora tenham condições.

(...) recuperar significa voltar, tentar de novo, adquirir o que perdeu, e não pode ser entendido como um processo unilateral. Se o aluno não aprendeu, o ensino não produziu seus efeitos, não havendo aqui qualquer utilidade em atribuir-se culpa ou responsabilidade a uma das partes envolvidas. Para recobrar algo perdido, é preciso sair à sua procura e o quanto antes melhor: inventar estratégias de busca, refletir sobre as causas, sobre o momento ou circunstâncias em que se deu a perda, pedir ajuda, usar uma lanterna para iluminar melhor. Se a busca se restringir a dar voltas no mesmo lugar, provavelmente não será bem sucedida.

(...) O compromisso da Escola não é somente com o ensino, mas principalmente com a aprendizagem. O trabalho só termina quando todos os recursos forem usados para que todos os alunos aprendam. A recuperação deve ser entendida como uma das partes de todo o processo ensino-aprendizagem de uma escola que respeite a diversidade de características e de necessidades de todos os alunos.

(...) Dentro de um projeto pedagógico consistente, a recuperação deve ser organizada para atender aos problemas específicos de aprendizagem que alguns alunos apresentam, e isso não ocorre em igual quantidade em todas as matérias nem em épocas pré-determinadas no ano letivo. A recuperação da aprendizagem precisa: - ser imediata, assim que for constatada a perda, e contínua; ser dirigida às dificuldades específicas do aluno; abranger não só os conceitos, mas também as habilidades, procedimentos e atitudes.

(...) A recuperação paralela deve ser preferencialmente feita pelo próprio professor que viveu com o aluno aquele momento único de construção do conhecimento. Se bem planejada e baseada no conhecimento da dificuldade do aluno, é um recurso útil.”

Parecer CEE nº 451/98 - 30/7/98
D.O.E. de 01/08/98, páginas 18 e 19, seção
I

"a expressão '...rendimento escolar...' , que se encontra no inciso V do artigo 24 da Lei 9.394/96, se refere exclusivamente a aprendizagem cognitiva? Resposta: Não. A legislação sobre avaliação/verificação do rendimento escolar, sobretudo o referido artigo, não restringe a expressão "rendimento escolar" exclusivamente à aprendizagem cognitiva.
A lei 9.394/96 ao tratar da educação básica, situou-a no quadro de abertura que permitiu, aos que dela fossem cuidar, em seus diferentes níveis e modalidades, a pensasse como um todo e a explicitasse, nos limites do seu texto, em sua proposta pedagógica e em seu regimento. Na elaboração dessa proposta e desse regimento, consubstanciado certamente numa visão de homem, de sociedade e, por conseqüência, numa concepção de educação e de avaliação, cuidados especiais deverão ser tomados para que estejam contidos, nesses instrumentos, procedimentos referentes ao processo ensino-aprendizagem, e em particular ao de verificação do rendimento escolar.

O legislador deixou sob a responsabilidade da escola e de toda sua equipe a definição do projeto de educação, de metodologia e de avaliação a serem desenvolvidas. Abandonou detalhes para agarrar-se ao amplo, ao abrangente. Aponta, por isso, para uma educação para o progresso, onde estudo e avaliação devem caminhar juntos, esta última como instrumento indispensável para permitir em que medida os objetivos pretendidos foram alcançados. Educação vista como um processo de permanente crescimento do educando, visando seu pleno desenvolvimento, onde conceitos, menções e notas devem ser vistos como mero registros, prontos a serem alterados com a mudança de situação. E, nessa busca do pleno desenvolvimento e do processo do educando, estão presentes outros objetivos que não só os de dimensão cognitiva mas os de natureza sócio-afetiva e psicomotora, que igualmente precisam ser trabalhados e avaliados. O cuidado deve estar é no uso que se pode fazer desta avaliação, não a dissociando da idéia do pleno desenvolvimento do indivíduo."

Lei nº 10.172 de 9 de janeiro de 2001 - Plano Nacional de Educação
Capítulo 8 - Da Educação Especial
8.2 - Diretrizes


A educação especial se destina a pessoas com necessidades especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como de altas habilidades, superdotação ou talentos.

(...) A integração dessas pessoas no sistema de ensino regular é uma diretriz constitucional (art. 208, III), fazendo parte da política governamental há pelo menos uma década. Mas, apesar desse relativamente longo período, tal diretriz ainda não produziu a mudança necessária na realidade escolar, de sorte que todas as crianças, jovens e adultos com necessidades especiais sejam atendidos em escolas regulares, sempre que for recomendado pela avaliação de suas condições pessoais. Uma política explícita e vigorosa de acesso à educação, de responsabilidade da União, dos Estados e Distrito Federal e dos Municípios, é uma condição para que às pessoas especiais sejam assegurados seus direitos à educação.
Tal política abrange: o âmbito social, do reconhecimento das crianças, jovens e adultos especiais como cidadãos e de seu direito de estarem integrados na sociedade o mais plenamente possível; e o âmbito educacional, tanto nos aspectos administrativos (adequação do espaço escolar, de seus equipamentos e materiais pedagógicos), quanto na qualificação dos professores e demais profissionais envolvidos.
O ambiente escolar como um todo deve ser sensibilizado para uma perfeita integração. Propõe-se uma escola integradora, inclusiva, aberta à diversidade dos alunos, no que a participação da comunidade é fator essencial. Quanto às escolas especiais, a política de inclusão as reorienta para prestarem apoio aos programas de integração.

(...) Requer-se um esforço determinado das autoridades educacionais para valorizar a permanência dos alunos nas classes regulares, eliminando a nociva prática de encaminhamento para classes especiais daqueles que apresentam dificuldades comuns de aprendizagem, problemas de dispersão de atenção ou de disciplina. A esses deve ser dado maior apoio pedagógico nas suas próprias classes, e não separá-los como se precisassem de atendimento especial.

Parecer CNE/CEB nº 17/2001
Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001


O quadro das dificuldades de aprendizagem absorve uma diversidade de necessidades educacionais, destacadamente aquelas associadas a: dificuldades específicas de aprendizagem como a dislexia e disfunções correlatas; problemas de atenção, perceptivos, emocionais, de memória, cognitivos, psicolingüísticos, psicomotores, motores, de comportamento; e ainda há fatores ecológicos e socio-econômicos, como as privações de caráter sociocultural e nutricional.”

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