sexta-feira, 21 de outubro de 2011

RECEITA

PUDIM É BOM DEMAIS!!!!!




Ingredientes

Calda
- 2 xícaras (chá) de açúcar
- 3/4 de xícara (chá) de água

Pudim
- 7 colheres de sopa bem cheias de leite em pó
- 3 ovos
- 5 colheres de açúcar
- 1 xícara de água
- 2 colheres de sopa da calda já pronta
Modo de preparo
Calda
- Se a sua forma de pudim (dessas com furo no meio) for de alumínio, coloque o açúcar no recipiente, leve ao fogo e misture com uma colher até o açúcar dissolver e começar a escurecer. Adicione então a água devagar. Deixe ferver em fogo baixo mexendo de vez em quando até que comece a engrossar. Com a ajuda das costas de uma colher, espalhe o caramelo por toda a forma.
- Você também pode fazer a calda em uma panela separada e depois espalhá-la pela forma.
Pudim
- Bata todos os ingredientes no liquidificador por aproximadamente 5 minutos.
- Despeje a massa na forma, que já deve estar com a calda.
- Cubra a forma com papel alumínio e leve ao forno em temperatura média para assar em banho maria por aproximadamente 1h ou até que esteja bem firme.

- Deixe esfriar antes de desenformar.
Importante: Esta receita rende um pudim pequeno. Se você desejar servir para muitas pessoas, o ideal é dobrar a receita.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

PARA MÃES E EDUCADORES





Poder da Inteligência
REVISTA VEJA
Pesquisas revelam que as pessoas com QI elevado têm também inteligência emocional com alto potencial e boas chances de realização pessoal e profissional. Sabe-se agora que o nível de inteligência da humanidade tem aumentado muito. E, segundo os especialistas, existe um arsenal de recursos para expandir a capacidade mental das pessoas, sobretudo a inteligência das crianças.
Fotos Claudio Rossi

O casal de neurologistas Joel e Márcia Teixeira e seus filhos, Marina e Felipe: todos na família têm inteligência acima da média. Joel é presidente da Mensa.

O engenheiro Carlos Leite e os sobrinhos André e Pedro Moreira Graça: exemplos da evolução da inteligência. Pedro, o mais novo, tem o QI mais alto.
Marcos Penteado/Divulgação TV Cultura

Roger, o roqueiro do grupo Ultraje a Rigor, que levou a vida escolar na flauta e até hoje não faz muito esforço para ser feliz: "Sempre consegui tudo o que quis"

As fotos acima são de sócios de uma organização peculiar: a Mensa Brasil. Ela é o braço brasileiro de um clube internacional (com site na internet no endereço www.mensa.org), nascido na Inglaterra em 1946, que reúne alguns dos donos dos mais altos quocientes de inteligência (QIs) de todo o planeta. Conversar com essa gente é uma experiência que comprova algumas das últimas descobertas feitas pelos cientistas que pesquisam a inteligência e o comportamento humanos. Essas pessoas tendem a ser mais curiosas, seus interesses abrangem um universo maior e a relação delas com o mundo é mais rica. Há os gênios ranzinzas e os sábios ermitãos, mas tudo indica que estes são exceção à regra. Pelo que a ciência vem reafirmando, o quociente de inteligência medido pelos testes mais tradicionais (aqueles que detectam a capacidade de raciocínio lingüístico, matemático e lógico) indica também o potencial da pessoa para se relacionar com os outros e para enfrentar os problemas do dia-a-dia.
Nessa perspectiva, o QI seria um fator importantíssimo para o sucesso na busca da felicidade. "As pesquisas têm demonstrado que as pessoas com menor quociente de inteligência tendem a ter pior performance na escola, carreiras profissionais problemáticas, laços familiares frágeis e, por tudo isso, a apresentar mais freqüentemente quadros depressivos", diz a psicoterapeuta americana Cathi Cohen, que trabalha com programas de treinamento de crianças em Washington e há quinze anos pesquisa a relação entre inteligência e felicidade.
O roqueiro Roger Rocha Moreira, do grupo Ultraje a Rigor, tem 44 anos e QI 172 – altíssimo. O QI médio fica entre 90 e 110. Ele está em uma das fotos que ilustram a abertura desta reportagem. Roger se alfabetizou sozinho aos 3 anos de idade, pulou a 4ª série primária porque já sabia tudo que estava sendo ensinado e chegou ao 2º ano do curso de arquitetura antes de decidir seguir carreira musical. "Sempre consegui tudo que quis", ele diz. Há outros exemplos de pessoas inteligentes, bem-sucedidas e bem conhecidas dos brasileiros no decorrer desta reportagem. Como se verá, quem tem alto quociente de inteligência não precisa necessariamente ter um diploma em física quântica. O QI de Jayne Mansfield, símbolo sexual produzido para fazer frente a Marilyn Monroe, era 163. O ator James Woods estudou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o renomado MIT. No teste para entrar na escola acertou as 800 questões de conhecimentos gerais e 779 das 800 de matemática. Seu QI: 180. E a atriz Sharon Stone, que sempre é lembrada pela cruzada sensacional de pernas que dá no filme Instinto Selvagem, entrou na universidade aos 15 anos de idade e tem QI 154.
Fotos Paulo Vitale
RAPHAEL RAMOS


Aos 4 anos, ele deu um susto na mãe. Superou-a num jogo de conhecimentos gerais. Seu QI é 139. Seu problema, fingir que não sabe ler nem escrever para ser igual aos colegas de escola
Não tão famoso, o médico e neurocirurgião paulista Joel Augusto Ribeiro Teixeira, 32 anos, é o presidente da Mensa Brasil. Sua mulher, Márcia Hartmann Teixeira, neurologista e musicista nas horas vagas, também é sócia da Mensa. Convivendo com computadores, filmes falados em inglês, videogames e com os amigos dos pais, os dois filhos, Felipe, de 1 ano e meio, e Marina, de 3 anos e meio, desenvolveram habilidades precoces. Felipe canta várias músicas de cor e reconhece notas musicais. Marina começou a falar aos 8 meses e aprendeu a ler sozinha aos 3 anos. E canta músicas em inglês sem nunca ter aprendido a língua – apenas repetindo o som que escuta.
A família de Joel é um exemplo de outra conclusão a que os pesquisadores da mente humana estão chegando: de que o QI médio da população mundial tem se elevado. E não pouca coisa. Na Inglaterra, o salto foi de 27 pontos desde 1942. Nos Estados Unidos, foram 12 pontos desde 1932. Na Holanda, em dez anos se registrou um salto de 20 pontos, e, na Argentina, 22 pontos a mais desde 1964. Em 25 países onde as medições acontecem de forma regular, verificou-se um progresso notável no nível intelectual da população, e os pesquisadores acreditam que a descoberta pode ser generalizada para o planeta. "As transformações são dramáticas", diz Oliver Sacks, neurologista inglês, professor no Albert Einstein College of Medicine, de Nova York. "Devem estar ocorrendo mudanças e reorganizações fisiológicas e anatômicas na microtextura do cérebro que ainda não podemos entender plenamente." A inferência que se pode fazer é a seguinte: com uma cabeça melhor, o quociente de felicidade da humanidade, por assim dizer, também deve estar mais alto.
HECTOR TERCEROS


Com inteligência superior à das crianças de sua idade e sem o apoio da escola, ele vivia deprimido. A solução foi encontrar um colégio que atendesse a suas expectativas. "Me sentia abafado. Agora estou feliz"
No Brasil a prática da medição do QI não é muito difundida. Normalmente os testes são aplicados em crianças que apresentam comportamento destoante na escola, no clube ou em casa. São crianças que têm deficiências de aprendizagem ou de relacionamento social. Portanto o Brasil não contribui com informações para os trabalhos feitos por neurologistas e psicólogos. A instituição que aplica provas regulares e formais no país – e isso há apenas um ano – é a Mensa Brasil.
Outro exemplo da evolução generacional da inteligência é o da família de Carlos Leite, engenheiro. Leite tem QI 164. É um expoente na faculdade, adora matemática, toca guitarra, lê tudo que lhe cai nas mãos. Um de seus sobrinhos, no entanto, conseguiu superar o índice já alto do tio no teste de QI. Pedro Moreira Graça, de 15 anos, tem QI 168 e seu irmão, André, de 16 anos, chega aos 152. Quando criança, André observava a irmã mais velha aprendendo a ler. Aos 4 anos, numa pizzaria, leu o cardápio e escolheu o sabor de sua preferência. A máxima de André: "Ser inteligente não é saber muita coisa. É saber o que é necessário". Pedro quer estudar filosofia e psicologia. André prefere composição musical. Os irmãos são diferentes em várias coisas. Em comum, possuem uma inteligência excepcional, maior que a do tio-cabeça.
As explicações mais razoáveis para a elevação do nível médio de inteligência da população têm a ver com alguns dos progressos do mundo moderno. São as seguintes:
• As pessoas estão mais expostas a informações, estímulos visuais e desafios.
• As famílias são menores, o que permite aos pais dar mais atenção aos filhos, responder a suas perguntas com maior paciência.
• O trabalho, de forma geral, exige maior esforço mental e faz com que as pessoas aprimorem seus conhecimentos lendo ou viajando.
• Até as atividades de lazer demandam maior conhecimento hoje que no passado.
• Computadores, videogames e holografias formam cérebros acostumados a lidar com várias dimensões e aumentam o poder de concentração.
• O novo modelo de escola permite que as crianças mostrem e desenvolvam seus interesses. Aulas monótonas estão cada vez mais em baixa. Os alunos estão mais interessados em entender processos que em decorar dados.
• A globalização amplia o universo individual e familiar, põe o indivíduo em contato com culturas, línguas e costumes diferentes.
Dedoc


Escola Antiga
lousa, giz, aula discursiva, professor autoritário, lápis e borracha davam sono nos estudantes e não estimulavam ninguém a pensar e a aprender. Ir à aula era o pior momento do dia

Raul Junior


Escola Moderna
desenvolvimento de projetos, estudos do meio, aulas participativas e muitos recursos audiovisuais estimulam a criatividade e o raciocínio. Com a internet, as enciclopédias foram para a prateleira

Há um efeito multiplicador na inteligência. Pessoas inteligentes e competentes são estimuladas por ambientes mais ricos em informação, mais livres para a criatividade. Vivendo nesses ambientes, elas provocam mudanças, oferecem novos estímulos e ensejam o crescimento daqueles com quem convivem. Assim, a média da inteligência da população sobe. "O QI das pessoas é afetado pelo ambiente e pelos genes e o ambiente em que vivem é determinado pelo seu QI", diz William Dickens, pesquisador da Brookings Institution, dos Estados Unidos, autor de um artigo sobre o tema na edição de abril da Psychological Review, revista publicada pela Associação Americana de Psicologia. Está aí algo a que se deve prestar muita atenção. "É visível que as crianças são mais inteligentes hoje que no passado. Elas são capazes de dominar um universo muito grande de informações e instrumentos e se adaptam com facilidade a situações novas", diz Ricardo Costa Mesquita, diretor pedagógico da escola Oswald de Andrade, em São Paulo. "Nem todos os educadores estão preparados para lidar com esse novo público e por isso os pais devem ter um cuidado especial com seus filhos no momento atual."
Hector Montenegro Terceros tem 9 anos de idade e mora em São Paulo. O pai é engenheiro eletricista e a mãe, historiadora. Quando estava na pré-escola, Hector aprendeu a ler e escrever em apenas duas semanas. A professora, percebendo a precocidade do garoto, aplicou-lhe uma avaliação de nível de raciocínio e descobriu que ele era mais rápido que os colegas. Hector estudava numa escola particular bem conceituada, mas com um método de ensino que tende a ignorar as diferenças intelectuais entre os alunos. Baseava-se fortemente na memorização. O menino tirava notas altas, mas estava sempre infeliz. Não tinha muitos amigos. Não podia aprofundar os assuntos para não alterar o ritmo da classe. "Ele estava sempre deprimido", lembra o pai, Carlos Juvenal Terceros Siles.
100
Em 1.932, nos Estados Unidos, este era o QI médio das crianças
112
Usando a mesma escala, o QI dos americanos, hoje, é 12 pontos maior
Há dois anos os pais do menino concluíram que, sem ajuda profissional, o filho se despedaçaria emocionalmente. Levaram-no para fazer uma avaliação psicológica que incluía um teste de QI. Descobriram que Hector tinha inteligência acima da média, 135. Mudaram o garoto de escola. Hoje ele estuda no Colégio Objetivo, que tem um programa de incentivo aos supertalentos. Faz cursos extracurriculares, entre eles um de tecnologia e outro de literatura. "Antes me sentia muito abafado. Agora tenho colegas da minha e de outras classes. Estou muito mais feliz", diz Hector.
O menino Raphael Ramos, de 4 anos de idade, deu um susto na mãe quando, num fim de semana no sítio, foi brincar com um jogo de conhecimentos gerais e, de setenta perguntas, errou apenas dez. No mês passado, Raphael estava fazendo uma bateria de testes para avaliar sua inteligência. O QI: 139. O psicólogo descobriu que o menino tem capacidade de abstração, de compreensão de conceitos, de manutenção da atenção e memória visual e verbal muito grande. Seu problema mais grave: como não quer que os coleguinhas do jardim-de-infância achem que ele é diferente, finge que não sabe ler nem escrever. "Raphael precisa ter atividades de grupo, estar sempre entre crianças. Se seu relacionamento social não for bem trabalhado, ele acabará se isolando", explica Daniel Fuentes, neuropsicólogo do Hospital das Clínicas de São Paulo. A moral dessa história é a seguinte: é preciso estar atento aos desafios que cercam até mesmo os mais inteligentes.
Hoje é consensual a idéia de que o cérebro é um órgão com enorme capacidade de adaptação e expansão. Mais trabalhado, ele desenvolve mais ligações entre neurônios, as chamadas sinapses. Pessoas cujo cérebro tem mais sinapses raciocinam mais rápido e resolvem problemas de modo mais eficaz. Para desenvolver uma teia mais complexa não basta o trabalho exaustivo sobre livros e computadores. Estão recomendadas também conversas, passeios, viagens. Cultivar amizades e promover brincadeiras são práticas importantes. Então, mãos à obra. O trabalho que se exige para o desenvolvimento da inteligência não é assim tão enfadonho.
Um método para estimular a inteligência das crianças
25 anos MHá yrna Shure, professora na Universidade de Ciências da Saúde da Filadélfia, vem aplicando em grupos experimentais, nos Estados Unidos, um método que desenvolveu para que pais e professores ensinem as crianças a pensar. Myrna lançou um livro, Raising a Thinking Child, que é uma espécie de manual para pais que queiram estimular a inteligência de seus filhos e está entre os mais vendidos no país. É um roteiro de jogos de conversa. Pais e professores devem trabalhar algumas palavras e expressões até que elas tenham significado para a criança e seu raciocínio vá se tornando mais complexo. Algumas das palavras-chave e sugestões de perguntas para diálogos a serem explorados desde que a criança começa a balbuciar são as seguintes:
• É/NÃO É – "Você é um menino. O que você não é?"
• E/OU – "Devo comprar laranjas ou maçãs? Ou devo comprar laranjas e maçãs?"
• POR QUE/PORQUE – "Por que você acha que é importante usar cinto de segurança?"
• IGUAL/DIFERENTE – "O que estas duas bolas têm de igual e o que têm de diferente?" "Você consegue fazer coisas diferentes, como sentar e pular, ao mesmo tempo?"
• TRISTE/FELIZ – "O que sente uma pessoa que está chorando? Como você sabe?" "Como você está se sentindo agora?"
• AGORA/DEPOIS – "À tarde a mamãe tem de trabalhar. Você quer assistir à televisão agora ou prefere brincar com a mamãe e deixar a TV para depois?"
• ALGUNS/TODOS – "Neste jardim todas as flores são vermelhas ou há algumas amarelas?"
• ANTES/DEPOIS – "Eu mexo o leite com a colher antes ou depois de ter posto o chocolate em pó?" "Você bateu no menino antes ou depois de ele ter lhe xingado?"
• BOA HORA/MA HORA – "Como você acha que eu me sinto quando estou conversando e você me interrompe? Esta é uma boa hora para você falar comigo?"
Por que as crianças ficam mais inteligentes a cada geração
Uma pesquisa feita no início do ano pela Faculdade de Psicologia da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, descobriu que a média do QI das crianças, em uma dezena de países, subiu mais de 20 pontos nos últimos cinqüenta anos. As razões, segundo os pesquisadores, são as seguintes
• As famílias são menores, o que permite aos pais dar mais atenção a cada um dos filhos
• Os empregos demandam mais atividade intelectual, o que obriga as pessoas a se atualizarem permanentemente. Pais intelectualmente ativos estimulam seus filhos a ser da mesma forma
• Nos momentos de lazer, até mesmo para manterem uma conversa com amigos, as pessoas têm de estar atualizadas e bem informadas. O ambiente induz a uma atividade intelectual mais intensa
• Os equipamentos eletroeletrônicos e de comunicação domésticos ajudam a formar crianças com habilidades múltiplas. Mexendo no computador, mudando o canal da televisão e ouvindo música, a criança exercita a memória e treina a capacidade de manter a atenção em várias coisas ao mesmo tempo
Os traços comuns da inteligência na infância
Dez sinais que indicam atividade cerebral intensa e produtiva, segundo o psicólogo e pedagogo americano Frederick Tuttle, autor do best-seller Características e Identificação de Estudantes Talentosos, ainda sem tradução para o português
• Curiosidade
• Persistência e empenho na satisfação de interesses
• Capacidade de autocrítica e de criticar os outros
• Bom humor
• Facilidade de propor idéias diante de um estímulo novo
• Liderança
• Capacidade de se indignar diante de injustiças
• Facilidade de adaptação a desafios novos
• Imaginação e fantasia sob controle
• Facilidade de relacionar informações aparentemente diversas e distantes







terça-feira, 4 de outubro de 2011

Crõnica CONTOS DE FADAS



CONTOS DE FADAS


Um dia desses conversava com Pedro sobre a história de JOÃO E MARIA, perguntei se já ouvira alguma vez e ele me disse que não.

Olhei para aqueles olhinhos negros e brilhantes e me deu uma tristeza infinita de pensar que o meu neto estava perdendo a melhor parte da sua infância: a delícia de entrar no paraiso sonhador do conto de fadas.

Sinto ainda hoje o cheiro da maçã de Branca de Neve, ouço a valsa da Cinderela e lembro-me da torcida que fazia para que o sapatinho de cristal entrasse no pezinho delicado de Gata Borralheira.

Oh!! Meu Deus!!! Era assim que eu matava minhas bruxas e chorava com Joãozinho e Maria a tristeza do abandono dos pais que saiam para o trabalho duro, em busca do pão de cada dia.

Fui alfabetizada com os cartazes de LILI, como chorei porque a meia dela estava furada e ela não sabia coser, como haveria de ser?

Sinto ainda hoje o gosto dos bolinhos de Tia Nastácia e lembro-me do quanto era grande a ansiedade para chegar o dia seguinte e ouvir da professorinha o próximo capítulo da história de Narizinho.

Saudades, muitas saudades do tempo de outrora...

Tristezas, muita tristeza do tempo agora...

Não tínhamos psicólogas, mas nadávamos de braçadas nos contos de fadas e mandávamos para o lixo toda nossa frustação, todo nosso trauma, toda nossa angústia ...

Não tínhamos skate, mas tínhamos carrinho de rolimã, não tínhamos blay blayd, mas tínhamos pião de madeira e cordão encerado...

A boneca de papelão comprada na loja do senhor Sebastião Gontijo tinha o rostinho mais lindo do mundo!

É...A gente era feliz e não sabia...

A gente não corria tanto e tinha tempo para brincar...

A gente não tinha tanto estudo, mas tinha tempo para sonhar.


Cleide Menezes

Cláudio Moura Castro



  • Poção mágica na educação?


    Alguns poderiam ter ilusões quanto à fraca qualidade da nossa educação. Contudo, lá pela década de 60, começaram a aparecer os primeiros testes, mostrando o quão ruim ela era. A curiosidade inevitável passou a ser: Por que seriam tão lastimáveis as nossas escolas?

    Os economistas se põem a campo para trabalhar estatisticamente os dados dos testes de rendimento escolar. Quem sabe desvendariam alguns segredos do nosso fracasso? Desde então, centenas de estudos se acumularam mostrando resultados bastante parecidos. A partir desses estudos (chamados de funções de produção, um nome do agrado dos economistas, mas que dá erisipela nos pedagogos), começamos a separar grandes categorias de variáveis explicativas.

    Falamos daquelas medidas que captam as características pessoais do aluno (como inteligência e energia). Falamos também do seu meio socioeconômico, em que a educação, a riqueza e a ocupação dos pais tem peso expressivo, pois criam o caldo da cultura familiar, os valores e as formas de interação lingüística. De outro lado, está a escola e seus componentes: os professores, os administradores, os materiais, as formas de ensinar e de lidar com os alunos.

    As pesquisas mostraram que os fatores mencionados acima, de fato, são os mais fortes determinantes do sucesso ou do fracasso escolar. Mostraram também os pesos relativos de cada um desses conjuntos. Embora os resultados não sejam exatamente iguais, de pesquisa à pesquisa, os fatores escolares têm sempre um peso menor. Tipicamente, daquela fração que estatisticamente explica as diferenças de rendimento escolar, entre um terço e um quarto cabe à escola. Ou seja, o resto, amplamente superior, cabe aos fatores pessoais e familiares.

    Esse resultado se mostrou muito frustrante para pesquisadores e para aqueles interessados em melhorar a educação. A escola, em que podemos mexer e melhorar, tem um peso pequeno na determinação dos resultados. A família, e mais os elementos genéticos, têm um peso amplamente maior.

    Não se pode mudar a genética. Nascemos com um potencial de inteligência, não mensurável, e ao chegar aos 5 ou 6 anos, já ocorreu o brutal impacto das diferenças de estimulação verbal e intelectual das famílias. E o que é pior, o alcance das intervenções que agentes externos podem fazer na família são muito limitados. Por exemplo, a educação dos pais é um dos fatores mais dramaticamente poderosos para determinar o sucesso escolar dos filhos. O mesmoacontece com sua renda. Mas nenhum dos dois podem ser modificados por políticas públicas.

    A escola pode ser melhorada, mas seu tradicionalismo e inércia dificultam os aperfeiçoamentos. Há muitas linhas de ação, como melhorar o recrutamento e a formação dos professores, introduzir métodos didáticos de eficácia comprovada, escolher melhor os diretores e, por aí afora. A experiência mostra que tais táticas funcionam. Contudo, encontram sempre uma resistência espontânea da cultura escolar, além das lamentáveis barreiras ideológicas.

    Certamente, a saúde dos alunos é um fator que afeta o rendimento escolar. Daí as preocupações em verificar acuidade visual e audição dos alunos. De fato, sabe-se que há uma fração de alunos de baixo rendimento que, na verdade, não têm problemas de Dislexia ou de ordem psicológica, mas deficiências de audição e visão.

    Tradicionalmente, espera-se que algo como 3% da população escolar apresente problemas nessa linha, com um nível de gravidade que comprometa o aprendizado. Portanto, com exames simples e pouco dispendiosos, podemos identificar esses alunos e lidar com as terapias apropriadas para suas deficiências. Ou seja, de tudo que se pode fazer para consertar o nosso ensino, esses problemas de saúde são os que encontram uma resposta mais definitiva e uma intervenção menos dispendiosa. Mas afetam relativamente poucos.

    Poucas intervenções são possíveis nas variáveis familiares. Muitas intervenções na escola são viáveis, mas são delicadas, caras e de lento impacto. As intervenções de saúde são fáceis e baratas, mas afetam uma proporção muito pequena da população-alvo.

    Contudo, esse quadro começa a apresentar uma nova abertura. Descobrem-se problemas de visão, não detectados pelos testes convencionais de acuidade visual.

    Esses testes antigos verificam se o paciente consegue ler letras colocadas a diferentes distâncias. Com ele, é possível identificar aqueles que precisam de lentes corretivas. Estamos aí, talvez, em faixas bem abaixo de 5%.

    Acontece que a leitura não é de letras, uma a uma, mas do encadeamento delas em palavras e frases. Para que sejam lidas, dada a estreiteza do campo visual que consegue discriminar o tamanho das letras, o olho precisa se mover, acompanhando a seqüência de palavras. Mas são dois olhos que precisam se mover de forma sincronizada para fixar e registrar a imagem. Por conta de circuitos do sistema visual, que estão fora do globo ocular, há alguns para quem os dois olhos não conseguem se mover em perfeita sincronia. Isso dificulta a leitura, comprometendo a compreensão, tornando-a mais lenta, cansativa, difícil, por vezes, até mesmo, impossível depois das primeiras linhas.

    Se for relativamente fácil identificar essa deficiência do sistema visual e se for possível uma intervenção para lidar com ela, estamos diante de uma nova abertura para melhorar o rendimento escolar. Felizmente, ambas as premissas tem uma resposta positiva.

    Há aparelhos relativamente simples. Consistem em uma viseira com um instrumento que acompanha a movimentação ocular e mais um software apropriado para processar os dados captados . Em segundo lugar, descobriu-se que filtros bloqueando a transmissão de certas freqüências luminosas permitem corrigir a trajetória dos olhos obtendo melhor fixação e sincronização delas. Sendo assim, há terapias eficazes e que são pouco dispendiosas.

    Portanto, esses achados científicos abrem uma nova fronteira, ao identificar e curar alunos cujas dificuldades de leitura estavam erroneamente identificadas. Se a incidência desses problemas fosse residual, seria um avanço importante para os poucos que sofrem desses desencontros nas trajetórias dos olhos. O que torna essa descoberta espantosa é a elevada incidência dessa síndrome. Esse talvez seja o dado mais precariamente medido nos dias de hoje. Ainda assim, estimativas muito preliminares sugerem que até 20% da população tem algum problema desse tipo.

    A se confirmarem esses números, estamos diante de um déficit educacional que pode ser resolvido com medidas pouco dispendiosas e de impacto imediato. É difícil imaginar uma intervenção que tenha um impacto mais direto sobre o rendimento escolar de uma proporção muito significativa de alunos.

    Quem está levantando essa lebre no Brasil e avançando muito rapidamente nas suas pesquisas é a equipe do Dr. Ricardo Guimarães. Graças a eles, parece que estamos no umbral de um salto muito significativo no que podemos fazer para melhorar a nossa educação. Em parceria com a UFMG, com financiamento do CNPq, estão sendo desenvolvidos aparelhos menos dispendiosos e mais eficientes para acompanhar a trajetória dos olhos. No lado da pesquisa, alguns municípios estão se voluntariando para uma aplicação universal nas escolas, permitindo a criação das bases de dados que responderão às nossas indagações. Há um futuro promissor e os órgão de financiamento público de pesquisa estão dispostos a apoiar programas nessa linha. Mas nesse momento, paremos um minuto para agradecer ao Dr. Ricardo Guimarães por ter se metido nesse assunto.


    Prof. Cláudio M. Castro
    Ph.D em Economia, escritor e pesquisador da área educacion