segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

SOMOS IRMÂOS



FILHOS DO PAI

CLEIDE MENEZES


VENHA DE ONDE VIER...
VENHA DESCALÇO, PÉS DESNUDOS,

PÉS IMUNDOS E SANDÁLIAS ROTAS,
É MEU IRMÃO,
É FILHO DO PAI!

DOU MINHA MÃO,
DOU MEU CORAÇÃO!

Muito bom o lembrete!

Lembretes simpáticos


Em casos como AUTOESTIMA o hífen cai. A sua é que não pode cair. Em algumas palavras, o acento desaparece, como em FEIURA. Aliás, poderia desaparecer a palavra toda. O acento também cai em IDEIA, só que dela a gente precisa. E muito! O trema sumiu em todas as palavras, como em INCONSEQUÊNCIA, que também poderia sumir do mapa. Assim, a gente iria viver com mais TRANQUILIDADE. Mas nem tudo vai mudar. ABRAÇO continua igual. E quanto mais apertado, melhor. AMIZADE ainda é com "Z", como VIZINHO, FUTEBOLZINHO, BARZINHO. Expressões como "EU TE AMO", continuam precisando de ponto. Se for de exclamação, é PAIXÃO, que continua com "X", como ABACAXI, que gostando ou não, a gente sempre tem algum para descascar. SOLITÁRIO ainda tem acento, como SOLIDÁRIO, que muda só uma letra, mas faz uma enorme diferença... VIDA, bom, essa muda o tempo todo, e é por isso que precisa ser celebrada sob as BENÇÃOS, com ou sem acento, desde que sejam de Deus.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Mãe!!!!




Minha MÂE


Sinto sua presença.

Se não fosse a partida seriam oitenta e dois anos...

Deus quis você mais perto dele...

Ele sabia da sua dor,

Conhecia sua tristeza

E da saudade de seu amor!

Amor pelo filho,

Amor pelo esposo,

Amor pelo neto.

Compreendemos mãezinha,

Mas a dor ficou...

A saudade derramou,

Por isso quis lhe dizer:

Você mãe, muito amou!

Parabéns minha mãe!!

Eu te amo!

Descanse em paz...

Um dia desses estaremos juntas!!

Beijo

SABER OUVIR NOS LEVA ATÉ DEUS!




Escutatória

Rubem Alves - 20/05/2009

Sempre vejo anunciados cursos de oratória.
Nunca vi anunciado curso de escutatória.
Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir.
Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro:
Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito.
É preciso também que haja silêncio dentro da alma.
Daí a dificuldade:
A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...
Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...
E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade.
No fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64.
Contou-me de sua experiência com os índios:
Reunidos os participantes, ninguém fala.
Há um longo, longo silêncio.
Vejam a semelhança...
Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio...
Abrindo vazios de silêncio...
Expulsando todas as idéias estranhas.
Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala.
Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio,
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...
Pensamentos que ele julgava essenciais.
São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.
Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza
Na verdade, não ouvi o que você falou.
Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria faiar quando você terminasse sua (tola) fala.
Falo como se você não tivesse falado.
Segunda: Ouvi ø que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior pue uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.
E, assim vai a reunião.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência...
E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.
A música acontece no silêncio, A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.
Aí. livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...
Que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve ao silêncio.
Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.....



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A ARTE DE LIDAR COM O ERRO


A arte de lidar com os erros.
Prof. Chafic Jbeili – www.unicead.com.br

Errando é que se aprende! Não deve ser desejado, mas compreendido como elemento balizador da aprendizagem e, por isso, o erro precisa ser tratado com respeito ao invés de detestado e temido.

A frase carrega o intento de consolo quando algo não dá certo e ao mesmo tempo serve de incentivo para não desistir diante da falha. Aprender com o erro é estratégia indicada por renomados especialistas.

O erro, seja ele qual for, quando mal acolhido em termos de aprendizagem tem a capacidade gerar intenso e profundo pesar nas pessoas. A culpa advinda deste pesar pode aflorar o medo de errar novamente.

Pesar, culpa e medo podem fazer qualquer pessoa perceber-se inadequada e despreparada para qualquer atividade, tornando-as inseguras e fazendo-as recuar em seus projetos e em seus sonhos.

O medo e a culpa, em função de um erro mal aproveitado podem causar erosão nas melhores virtudes, a exemplo da bravura e do entusiasmo, afetando consideravelmente a autoestima e o comportamento voltado para a ação positiva.

O conteúdo do erro traz em si informações privilegiadíssimas para quem aprende lidar com ele! Como poderia o médico detectar doenças graves nas pessoas e conseguir remediá-las se clinicamente ridicularizasse os dejetos de seus pacientes, ao invés de solicitar exames laboratoriais? Analogamente, o erro deve ser motivo de exames e reflexões para subsidiar as melhores e mais adequadas intervenções.

Com a frase “há uma lógica no erro” Jean Piaget me fez repensar o papel do erro no desenvolvimento psíquico e entendê-lo benéfico na construção de conhecimentos e fixação das experiências. A metodologia de tentativa e erro é extremamente indicada quando o assunto é aquisição de conhecimento.

Está cientificamente comprovado que errar faz bem para a aprendizagem e para o desenvolvimento do conhecimento. Então por que o erro é tão condenado, criticado, temido, abominado e tão evitado a ponto de fazer pessoas desistirem tentar novamente? São várias as explicações. Entre elas a de que cada pessoa tem uma espécie de “medidor” inconsciente para suas características pessoais que considera importante no meio em que vive.

Ninguém quer perder o respeito e a estima das pessoas de seu grupo e é exatamente isso que o erro faz ao longo do tempo.

Nesse sentido, a mínima falha, a gafe, o deslize, a mancada e o famoso mico são parentes leves do erro grave e, por isso, todos considerados perigosos e altamente destrutivos para a imagem idealizada que se tenta construir, sem sequer ter noção de sua verdadeira dimensão. Rir do erro o faz parecer menos grave.

Depois que o estudante formou-se profissional e entrou para o mercado de trabalho, então o erro grave recebe outros nomes, a exemplo de imperícia, imprudência ou negligência. Médicos, pilotos, engenheiros, professores, assim como quaisquer outros profissionais tem menos privilégios de errar do que os aprendizes, obviamente.

O tempo do erro é o tempo da escola, da academia, dos cursos de qualificação, enfim, do ambiente da aprendizagem, independentemente da época ou da idade. Se alguém está na condição de aprendente, então aproveite para viver sem medo de errar. Se eventualmente errar, aprenda com ele!

O erro não deve ser desejado nem praticado propositadamente em nenhuma instância. Contudo, quando ocorrido não pode ser negligenciado, nem ter sua importância ignorada, muito menos ser motivo de chacota, pois a aprendizagem é espólio dos erros refletidos e muito bem elaborados.

Reprodução autorizada desde que mantida a autoria.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012


Minimamente Feliz

A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida.

Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive certeza de
que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.

Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr de sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.

'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', sou adepta da felicidade homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu
esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.

Alguns crescem esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: 'Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos Agora, se descobre que dá pra ser feliz no singular:
'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível'.
Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: 'Comigo mesma', respondeu. 'Adoro conversar com pessoas inteligentes'.

Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.

Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'.
Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar', 'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem que me mereça', tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje. Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham?
Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades.

Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas
alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digam.
Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.

Leila Ferreira, jornalista

MEDICALIZAÇÃO EM CRIANÇAS

Doenças inventadas: cientistas discutem medicalização


"Nós estamos vivendo um momento na sociedade e no mundo em que a vida está sendo muito medicalizada. Medicalizar é transformar, artificialmente, problemas coletivos, de ordem política, social, cultural e de educação em doenças individuais. Hoje, não existe mais tristeza, só depressão. A criança que tem um comportamento que não satisfaz ou incomoda os adultos, é transformada em doente. Quando se busca a comprovação dentro do rigor da ciência médica, isso não existe".

Este alerta foi dado pela médica e pesquisadora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Maria Aparecida Moysés, durante a abertura do Fórum "Educação Medicalizada: dislexia, TDAH e outros supostos transtornos".

A aprendizagem e os modos de ser e agir - campos de grande complexidade e diversidade - têm sido alvos preferenciais da medicalização.

A medicalização controla e submete pessoas, abafando questionamentos e desconfortos, oculta violências físicas e psicológicas, transformando essas pessoas em "portadores de distúrbios de comportamento e de aprendizagem".

"Quando a criança tem uma dificuldade ou modo de comportamento diferente, é muito simples você dizer que é uma doença e dar um remédio. Essa criança, muitas vezes, está vivendo um conflito nas relações entre pessoas do entorno dela. Precisamos enxergar isso", disse Aparecida Moysés.

Quase 75% das crianças e dos adolescentes brasileiros que tomam remédios para déficit de atenção não tiveram diagnóstico correto, segundo um estudo realizado por psiquiatras e neurologistas da Unicamp, USP, Instituto Glia de Pesquisa em Neurociências e Albert Einstein College of Medicine (EUA), apresentado no 3º Congresso Mundial de TDAH, ocorrido na Alemanha.

A pesquisa colheu dados de 5.961 jovens, de 4 a 18 anos, em 16 Estados do Brasil e no Distrito Federal.

"Essas crianças não deveriam estar tomando medicação e estão," disse a psicóloga da USP de São Paulo Marilene Proença Souza, que promoveu em São Paulo, juntamente com o Conselho Regional de Psicologia, o II Seminário Internacional: a educação medicalizada -dislexia, TDHA e transtornos.

Carmen Zink, da Coordenadoria Geral da Unicamp (CGU), destacou ser importante a participação de pedagogos, professores e pais na discussão da medicalização da educação.

"Houve um deslocamento de responsabilidade e precisamos ouvir o que a área da saúde tem a dizer", disse Carmen. "As mudanças que aconteceram na história da humanidade foram pelos questionamentos, sonhos e utopias. Ao medicalizar, estamos abortando um futuro diferente, sem criatividade", concluiu Aparecida Moysés.

O assunto tornou-se uma preocupação mundial da classe médica. Preocupados com os diagnósticos ligeiros, médicos europeus emitiram novas regras para uma das medicalizações mais comuns, o transtorno bipolar.

Fonte : Unicamp