domingo, 17 de fevereiro de 2013

SOL E VITAMINA D



A importância dos níveis de vitamina
D nas doenças autoimunes

Cláudia Diniz Lopes Marques1, Andréa Tavares Dantas2, Thiago Sotero Fragoso3, Ângela Luzia Branco Pinto Duarte4
RESUMO
Além do seu papel na homeostase do cálcio, acredita-se que a forma ativa da vitamina D apresenta efeitos imunomoduladores
sobre as células do sistema imunológico, sobretudo linfócitos T, bem como na produção e na ação de diversas
citocinas. A interação da vitamina D com o sistema imunológico vem sendo alvo de um número crescente de publicações
nos últimos anos. Estudos atuais têm relacionado a deficiência de vitamina D com várias doenças autoimunes, como
diabetes mellitus insulino-dependente (DMID), esclerose múltipla (EM), doença inflamatória intestinal (DII), lúpus
eritematoso sistêmico (LES) e artrite reumatoide (AR). O artigo faz uma revisão da fisiologia e do papel imunomodulador
da vitamina D, enfatizando sua participação nas doenças reumatológicas, como o lúpus e a artrite reumatoide.
Palavras-chave: vitamina D, sistema imunológico, doenças autoimunes, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide.
INTRODUÇÃO
A vitamina D e seus pró-hormônios têm sido alvo de um número
crescente de pesquisas nos últimos anos, demonstrando sua
função além do metabolismo do cálcio e da formação óssea,
incluindo sua interação com o sistema imunológico, o que
não é uma surpresa, tendo em vista a expressão do receptor de
vitamina D em uma ampla variedade de tecidos corporais como
cérebro, coração, pele, intestino, gônadas, próstata, mamas
e células imunológicas, além de ossos, rins e paratireoides.1
Estudos atuais têm relacionado a deficiência de vitamina
D com várias doenças autoimunes, incluindo diabetes melito
insulino-dependente (DMID), esclerose múltipla (EM), doença
inflamatória intestinal (DII), lúpus eritematoso sistêmico (LES)
e artrite reumatoide (AR).1-4 Diante dessas associações, sugere-
-se que a vitamina D seja um fator extrínseco capaz de afetar
a prevalência de doenças autoimunes.5
A vitamina D parece interagir com o sistema imunológico
através de sua ação sobre a regulação e a diferenciação de células
como linfócitos, macrófagos e células natural killer (NK),
além de interferir na produção de citocinas in vivo e in vitro.
Entre os efeitos imunomoduladores demonstrados destacam-se:
diminuição da produção de interleucina-2 (IL-2), do interferongama
(INFγ) e do fator de necrose tumoral (TNF); inibição
da expressão de IL-6 e inibição da secreção e produção de
autoanticorpos pelos linfócitos B.6,7
FISIOLOGIA DA VITAMINA D
A vitamina D, ou colecalciferol, é um hormônio esteroide,
cuja principal função consiste na regulação da homeostase do
cálcio, formação e reabsorção óssea, através da sua interação
com as paratireoides, os rins e os intestinos.8
A principal fonte da vitamina D é representada pela
formação endógena nos tecidos cutâneos após a exposição
à radiação ultravioleta B.8-10 Uma fonte alternativa e menos
eficaz de vitamina D é a dieta, responsável por apenas 20% das
necessidades corporais, mas que assume um papel de maior
importância em idosos, pessoas institucionalizadas e habitantes

de clima temperado.

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